Um hotel e um shopping center poderão fazer parte da região central da cidade. Pelo menos esses são os novos planos anunciados pelos proprietários da Fábrica de Tecelagem São Martinho e do “Casarão dos Guedes”.
As propostas foram divulgadas a O Progresso na quarta-feira, 6, pela administração dos imóveis. De acordo com a representação, os donos pretendem viabilizar a restauração dos prédios históricos para permitir a ocupação comercial.
A confirmação teria sido feita por Laura Emilia Calfat Chammas, esposa do proprietário Jorge Chammas Neto, na tarde de segunda-feira, 4. Ela visitou os imóveis por volta das 15h, na companhia de “um corpo de profissionais”.
Laura esteve, primeiro, no casarão e, depois, passeou pela fábrica de tecelagem, unidade desativada no final da década de 1960.
Durante a visita, ela trocou informações com o arquiteto Pedro Paulo. O profissional percorreu as propriedades para verificar as possibilidades de restauro e ocupação. O passo seguinte seria compor com as autoridades locais entendimento para viabilizar o uso comercial dos imóveis históricos.
Esta é a terceira vez que ideias de ocupação dos edifícios são apresentadas à população. Outras duas divulgações ocorreram em 2011 e 2012. Nas duas ocasiões, a proposta era transformar a fábrica em um teatro com até mil lugares. A obra homenagearia o maestro João Carlos Martins, mas não saiu do papel.
O futuro hotel seria instalado no casarão, um imóvel cuja data de construção não pode ser atestada. A propriedade fica em terreno de, aproximadamente, 3.000 metros quadrados.
A casa é dividida em três pavimentos, compostos por porão, piso térreo e superior. Ela apresenta, como destaque, uma cobertura escondida por uma platibanda (mureta construída na parte mais alta das paredes externas) e telhado em quatro águas, recurso usado para facilitar o escoamento da chuva.
As telhas francesas são sustentadas por uma estrutura feita em madeira, com o telhado contando com cumeeira perpendicular à fachada principal da construção.
A entrada dá acesso a um corredor, o qual conduz a duas salas de recebimento e a uma de jantar. Os ambientes possuem piso em tábua de madeira, trazendo detalhes, como iniciais dos nomes dos proprietários e desenhos geométricos.
O mesmo pode ser visto no forro, em estuque, e nos acabamentos das paredes laterais da escada principal que liga o piso térreo ao superior.
O imóvel conta, ainda, com uma ampla cozinha e oito dormitórios, no piso superior. Dois deles dispõem de banheiros privativos, e todos têm portas de uma folha. A casa é circundada por uma varanda, com gradil em ferro fundido.
Nos fundos, há uma construção transformada em salão de festas, com armários embutidos e churrasqueira. Ao lado, fica a moradia de um caseiro.
Há um amplo jardim e uma piscina no lado leste do terreno. A área externa abriga, ainda, uma construção que teria funcionado como orquidário.
Os planos anunciados pelos proprietários são de aproveitar o casarão para oferecer comodidade a futuros hóspedes. A ideia inicial é utilizar o restante do terreno (a área do jardim) para construir mais quartos.
A nova edificação poderia ser destinada somente a hospedagem e o prédio histórico, para abrigar um café, espaço de confraternização ou mesmo um centro de convenções.
Para a fábrica, a intenção é cooptar investidores que estejam interessados na recuperação do imóvel. A meta é destiná-lo a abrigar um centro comercial.
Os projetos estão em fase inicial de discussão. De acordo com a administração, a próxima etapa é a formatação das propostas e, em seguida, a discussão das possibilidades e de apoios junto às autoridades da cidade e à população.