Entregue a primeira fase de ‘novo bairro’

 

Representantes do Grupo Pacaembu, da CEF (Caixa Econômica Federal) e da Prefeitura entregaram, na manhã de sexta-feira, 18, as primeiras unidades que integram o Residencial Vida Nova Tatuí. A solenidade de cessão das chaves começou às 9h30, incluindo discurso e vistoria em uma das propriedades.

Os imóveis construídos pela empreiteira têm 45,47 metros quadrados de área construída. Eles são compostos por dois dormitórios, sala, banheiro e cozinha. Também contam com laje e piso cerâmico em todos os ambientes.

As 645 propriedades que estão prontas integram os módulos 1, 2 e 3 do “novo bairro”. O empreendimento conta, ainda, com os módulos 4, 5 e 6, que prevêm mais 650 unidades, a serem entregues em dezembro, em data a se definir.

Conforme o diretor de obras do Grupo Pacaembu, José Stucki Junior, as moradias seguem padronização estabelecida pelo programa habitacional Minha Casa Minha Vida, do governo federal. As unidades tinham previsão de entrega em dezembro, janeiro e fevereiro do ano que vem, sendo concluídas antes.

“Esse novo bairro está totalmente legalizado. Tem 100% da infraestrutura necessária”, declarou à reportagem. O residencial conta com ruas asfaltadas, iluminação, rede coletora de água e esgoto (com instalação), acessibilidade, paisagismo e áreas destinadas à instalação de empreendimentos comerciais.

Para Ana Paula Revnei, o empreendimento representa “um sonho realizado”. Ela recebeu a chave da casa de número 37, da rua 17. “Meus familiares já podem me visitar”, disse ela, instantes depois de fazer a primeira vistoria.

Ana Paula recebeu as chaves pouco depois de um ano da assinatura do contrato. Ela contratou financiamento em julho do ano passado. “Minha intenção, quando eu comprei a propriedade, era de mudar de vida, sair do aluguel”, contou.

Embora tenha que pagar as prestações da aquisição, Ana Paula afirmou que o valor é bem menor que o aluguel. “Eu pago R$ 600 para morar. O valor da prestação é de R$ 407. É uma bela economia no meu orçamento”, argumentou.

Além de ter mais dinheiro à disposição para outros custos, a proprietária ressaltou que o financiamento possibilita a construção de um patrimônio próprio. Também vai permitir a ela e à família poderem programar novos investimentos.

Esta é uma das vantagens destacadas pela superintendente regional da CEF, Célia Marisa Molinari de Matos. Conforme ela, as propriedades devem trazer, para os mutuários, tranquilidade maior. Célia afirmou que as famílias contempladas com as unidades poderão “mudar o patamar dos sonhos”.

“As pessoas que vão morar aqui devem saber que um lar traz mais segurança. Quando tudo dá errado, é bom saber que temos para aonde ir. A casa é um porto seguro e representa o primeiro de muitos sonhos a serem realizados”, disse.

Primeira a discursar, a superintendente destacou o apoio da Prefeitura para a concretização da primeira fase da primeira etapa (de duas) do empreendimento. O projeto do residencial prevê, ainda, mais 1.058 casas, para pessoas que tenham renda familiar que vai de zero a um salário mínimo e meio.

Célia também ressaltou a parceria com o Grupo Pacaembu. O banco mantém, com a construtora, projetos de empreendimentos “entregues em várias regiões”. “A empresa é sempre uma referência em termos de qualidade”, apontou.

Ela mencionou, ainda, a colaboração dos correspondentes bancários do município (denominados de “Caixa Aqui”). As unidades do município viabilizaram a análise das documentações das famílias interessadas e o processo de financiamento.

As casas têm, em média, prestações no valor de R$ 400. Elas devem comportar, segundo o prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, perto de 5.000 pessoas. “É um novo bairro que estamos entregando e um compromisso”, disse ele.

Manu esteve acompanhado pela esposa, a primeira-dama e presidente do Fundo Social de Solidariedade, Ana Paula Cury Fiúza Coelho. Os dois realizaram as entregas das chaves juntamente com o gerente regional da Caixa, Edson Previato, e representantes das duas unidades do banco do município.

Participaram do ato, ainda, o diretor administrativo e financeiro do Grupo Pacaembu, Lúcio Ricardo Bormnan, e o vice-prefeito Vicente Aparecido Menezes, Vicentão.

As autoridades repassaram as chaves, de maneira simbólica, para a família de Aline Aparecida Mota e Claudio Dias, representando os mutuários.

“Estamos cumprindo um compromisso que firmamos com todos vocês”, disse o prefeito. Em discurso, ele divulgou que tem ido a Brasília para “garantir a continuidade do investimento”. As 1.058 unidades habitacionais que fazem parte da segunda etapa precisam ser contratualizadas pelo governo federal.

Conforme o prefeito, o projeto está “pré-aprovado” na Prefeitura e no Ministério das Cidades. “Portanto, nosso trabalho está sendo feito. Às vezes, somos incompreendidos, mas o que importa é que Tatuí está ganhando”, declarou.

Subsidiada pelo governo, a construção contempla, nessa primeira fase (dividida em duas etapas – com módulos 1, 2 e 3 terminados e os 4, 5 e 6 a concluir), 1.295 unidades. Os imóveis entregues e a entregar são financiados pela Caixa para famílias com renda superior a um salário mínimo e meio.

As propriedades populares não foram entregues no sistema de sorteio, em função das exigências de comprovação de renda, fato que, no entendimento do prefeito, “auxiliou o município”.

De acordo com ele, ao comprarem o imóvel, as famílias que têm maior condição financeira estão dando oportunidades para as que não conseguem preencher os mesmos requisitos e são maioria.

“Vocês preenchem uma parcela que tem casa, sobrando, assim, mais chances para as pessoas concorrerem a sorteio que virá daqui para frente”, disse, referindo-se às unidades que atenderão às famílias com menor faixa de renda. “Então, cada um de nós está fazendo a sua parte”, complementou.

Manu disse estar “satisfeito e orgulhoso” com o empreendimento. Afirmou, também, que o residencial é mais um dos equipamentos entregues pela Prefeitura na administração dele.

Na região, o Executivo implantou uma creche municipal, criou o pronto atendimento e entregou uma Emef (escola municipal de ensino fundamental). Deve concluir, até o fim do ano, uma pré-escola.

O prefeito ressaltou que os moradores contam com infraestrutura “invejável”. Disse, ainda, que muitas famílias terão a oportunidade de ampliar as residências.

Os terrenos são de 175 metros quadrados, possibilitando construção de novos cômodos ou implantação de equipamentos de lazer.

“A partir de hoje (dia 18), vocês podem se mudar, morar aqui, local que tem uma avenida, a qual, se tirarmos a iluminação, até avião pode pousar nela”, comentou.

Ainda segundo o prefeito, o “novo bairro” representa um modelo diferente de redução do déficit habitacional. Por contemplar famílias com renda mensal a partir de R$ 1.600, não houve realização de sorteios ou de “doação”.

“Vale lembrar que nenhuma casa popular é doada. Todas são pagas. Algumas têm o valor menor (de prestação de financiamento), mas são pagas”, afirmou.

Mesmo tendo a “contrapartida”, Manu disse que o investimento feito pelos proprietários compensa. De acordo com ele, o valor das prestações do financiamento é menor que o custo de um aluguel. “Todos sabem que aqui, na região do Jardim Santa Rita de Cássia, qualquer locação não fica menos de R$ 800”, disse.

Manu declarou que esteve em Brasília, na semana passada, para garantir a aprovação da “continuidade” do residencial. No entanto, disse que “a sequência dependerá da nova administração”.

O prefeito, ainda, cobrou empenho “dos que o sucederem”, afirmando que deu “sequência a obras paralisadas”. Em seguida, participou de vistoria a uma unidade.