Tatuí fechou o ano de 2015 com 568 casos confirmados de dengue. Desse total, 434 casos foram autóctones – ou seja, tiveram a transmissão dentro da própria cidade – e 134, importados. Os dados são do Centro de Vigilância Epidemiológica “Professor Alexandre Vranjac”.
A maioria dos autóctones ocorreu no primeiro semestre, com 431 casos. A partir do mês de julho, o número de casos despencou. Entre julho e dezembro, houve três casos autóctones.
Os “importados” também caíram com a virada de semestre. Enquanto na primeira metade de 2015 foram 126 casos confirmados, o segundo semestre teve oito confirmações.
A média mensal nos seis primeiros meses de 2015 foi de quase 93 casos, entre autóctones e importados. No segundo semestre, a média caiu para menos de dois casos mensais (1,8).
O pico de casos da doença em Tatuí aconteceu entre os meses de março e maio. No período, foram registradas 479 ocorrências. O maior número aconteceu no mês de abril, com 198 casos.
A partir do período de maior disseminação da doença, os números começaram a cair gradativamente, até chegarem a zero nos meses de setembro, outubro e novembro. O último mês do ano teve dois casos de dengue, um deles importado.
As notificações chegaram a 1.319 em 2015, concentradas no primeiro semestre, quando a Secretaria Municipal de Saúde notificou 1.238 casos de dengue em Tatuí.
As notificações são casos suspeitos, que podem, ou não, ser confirmados. Na maioria das vezes, as notificações não são efetivadas como dengue nos exames laboratoriais específicos para a doença. Outras doenças com sintomas parecidos com a dengue podem levar o médico a registrar o caso como sendo suspeito.
Com o número de casos crescendo em todo o país, a preocupação das autoridades é se Tatuí pode voltar a sofrer com a alta do número de casos de dengue. Em relação a 2014, o número aumentou de 32 casos confirmados para 568 no ano passado, aumento de 1.675%.
Nos anos anteriores, o número de casos foi bem menor. Em 2013, houve dez casos confirmados da doença. Em 2012, foram cinco casos, todos autóctones. Em 2011, aconteceram dez casos da doença, sete deles autóctones. No ano anterior, foram 15 os confirmados.
De acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Marilu Rodrigues da Costa, a Secretaria da Saúde está trabalhando para prevenir os casos de dengue neste verão.
“O nosso trabalho de prevenção é intenso. Estamos visitando várias casas, fazendo a vistoria e destruindo os criadouros do mosquito da dengue, justamente para evitar o aparecimento da doença na cidade”, afirmou.
A coordenadora disse que o período de férias atrapalha o trabalho, pois “o grande fluxo de turistas entre as cidades ajuda a disseminar a doença”.
A região de Sorocaba registrou queda no número de casos no ano passado. Por consequência, a queda na região diminui as chances de epidemia na cidade, de acordo com Marilu.
“Como a região teve uma queda no número de casos, a circulação do vírus no entorno é menor, o que melhora as perspectivas daqui para frente, mesmo tendo uma infestação grande”, afirmou.
A disponibilização de novos tipos de exames fez com que os casos confirmados caíssem desde o segundo semestre. Os testes IGM e NS1 facilitaram o rápido diagnóstico de dengue nos estágios iniciais.
Enquanto o hemograma e o teste do laço são imprecisos quanto ao tipo de doença que acomete o paciente, o teste do antígeno NS1 possibilita ao médico confirmar o caso de dengue logo no primeiro dia do aparecimento dos sintomas. O teste que detecta a proteína IGM é eficaz somente após o sexto dia.
“Em caso de doenças como a dengue, quanto mais rápido o diagnóstico, mais eficaz é o controle da doença, evitando algum tipo de complicação mais grave”, explicou a coordenadora.