Incêndio no Tóquio compromete prédio





AC Prefeitura

Sala dotada de recursos multimídia e na qual estavam os quimonos ficou completamente destruída pelas chamas

 

Incêndio registrado na Emef (Escola Municipal de Educação Fundamental) “José Galvão Sobrinho” no final do ano é considerado proposital pela Prefeitura. Em entrevista a O Progresso, o prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, classificou o fato como uma barbárie, disse que ficou horrorizado com a atitude de vândalos e que o caso está sendo investigado pela Polícia Civil.

A unidade teve uma sala consumida por chamas no início da noite da antevéspera de Ano Novo. Conforme a Prefeitura, outras salas também apresentaram danos.

Localizada no Jardim Tóquio, a escola registrou perda de materiais escolares e de equipamentos multimídia e esportivos. O fogo que atingiu o cômodo também danificou a estrutura. O prefeito aguarda laudo de técnicos do município para avaliar se o dano pode ou não ser reparado.

Em nota divulgada no dia seguinte ao incêndio, dia 31, Manu classificou o caso como “um atentado brutal”. “Algumas salas, inclusive da educação musical que tinha equipamentos, instrumentos e uma estrutura de primeira, foram completamente destruídas”, relatou Manu no comunicado público em rede social.

As perdas materiais incluíram 110 quimonos usados nas aulas de judô (aproximadamente R$ 7.000), 60 instrumentos musicais entre flautas, teclado e de percussão usados pela fanfarra (R$ 10 mil), além de uma TV de 40 polegadas, um DVD player e material das aulas artesanato da sala de uso multimídia.

Segundo a Prefeitura, criminosos teriam danificado o prédio após invadi-lo pela secretaria. Eles teriam arrancado um vidro e pegado as chaves dos outros cômodos. Na sequência, teriam revirado os históricos escolares e destruído armários.

O Corpo de Bombeiros recebeu o chamado para controlar o incêndio por volta das 18h20. Peritos do IC (Instituto de Criminalística), da Polícia Civil, estiveram no local após o trabalho de rescaldo. De acordo com o Executivo, os bandidos teriam entrado no prédio da escola durante a troca de turno dos vigias.

O prefeito recebeu a notícia do incêndio por telefone. “Eu já tinha saído da Prefeitura. Estava na rua, vistoriando algumas coisas e como forma de encerrar os trabalhos do ano quando fui informado pelo secretário municipal de Governo, Segurança Pública e Transportes, Onofre Machado Junior”, disse.

Conforme o prefeito, o titular da pasta tomou todas as providências necessárias para atender à ocorrência. Machado Junior acionou o Corpo de Bombeiros e a Polícia Civil para realização de perícia técnica. “Agora, está correndo uma investigação para verificar quem foram os causadores”, contou.

Manu disse que ficou muito triste com o ocorrido e que esta é a terceira vez que uma unidade escolar sofre com depredação. Entretanto, disse que “nenhuma delas havia atingido proporção tão ‘gigantesca’ como a do Jardim Tóquio”.

A Prefeitura trabalha com a hipótese de incêndio criminal por conta de indícios de invasão (danos na janela e a falta das chaves das outras salas). Também conforme o prefeito, apesar de alguns cômodos terem sido revirados, nenhum bem foi levado da unidade.

“Não foi nenhum curto-circuito que causou esse incêndio. Foi, realmente, alguém que fez esse ato. Eu e a diretora da unidade lamentamos muito. Ela até chorou, por causa dos danos e dos equipamentos completos de fanfarra”, disse.

O prefeito relatou que a unidade havia acabado de ser contemplada com a doação de kimonos por meio do programa “Mais Educação”, do governo do Estado. Contou que, na unidade, os alunos faziam aulas de iniciação musical e que desenvolviam outras atividades na sala de equipamentos multimídia.

“Eu fiquei horrorizado. Tudo ficou queimado e destruído. Até parece que foram na sala onde tinham os objetos de maior valor e mais importantes da escola”, falou.

Conforme o prefeito, os danos não se restringiram à sala queimada. Manu disse que houve vandalismo na secretaria. De acordo com ele, bandidos quebraram todos os armários e reviraram papéis. “Mas não levaram nenhum computador que estava na secretaria. Isso é um fato curioso”, adicionou.

Para atender os alunos que frequentam a unidade, a Secretaria Municipal da Educação, Cultura e Turístico tem 30 dias para promover reparos na unidade. Porém, o prazo pode ser ainda menor. A Prefeitura aguarda laudo de engenheiros municipais para saber se o prédio tem ou não condições de ser utilizado.

Em função do fogo, o prefeito disse que não somente a sala atingida sofreu danos. Segundo ele, até mesmo a cozinha localizada ao lado precisará de reparos.

“Fico revoltado, entristecido e preocupado. Tenho pouco tempo para recuperar a sala de aula e a cozinha por conta da alimentação dos alunos”, contou.

Inicialmente, a Prefeitura estima que o prejuízo passe de R$ 150 mil. O valor pode ser ainda maior caso os engenheiros do quadro de funcionalismo do Executivo venham a condenar o prédio. “Pelo que eu vi, toda a escola está com a estrutura condenada. Infelizmente, o prédio tem que ir ao chão”, avaliou.

O relatório final será produzido pelos engenheiros nos próximos dias. Desde a data do incêndio, a equipe do Executivo promove vistorias técnicas.

Manu informou que a Prefeitura tem pressa por conta do início do ano letivo. A secretaria começa a receber os alunos em fevereiro. “Ficamos numa situação, realmente, de muito desgosto e complicada”, comentou o prefeito.

Caso o laudo dos engenheiros demore ou as obras de recuperação não possam ser concluídas em tempo, Manu disse que vai adotar um “plano B”. A intenção é não prejudicar o ano letivo dos alunos atendidos pela unidade escolar.

“A partir da segunda-feira, dia 5, vou definir como ficará a situação com a secretária da Educação, Ângela Sartori. Já conversei com ela, mas vamos sentar com a equipe de engenharia na semana que vem para uma decisão”, antecipou.

Também na segunda, o prefeito informou que a equipe de engenharia deve dar o veredito final: se o prédio vai para o chão, ou se ele aguenta uma reforma. “Tudo isso vai depender dos estudos que serão feitos com precisão”, disse.

Manu vistoriou a unidade na manhã do dia 31, quando conversou com a diretora da escola. Na ocasião, ele também divulgou para a responsável que o Executivo vai iniciar a partir deste mês, a implantação de um sistema de monitoramento de todas as unidades escolares. O Executivo concluiu o processo de licitação para contratação de empresa especializada no dia 23 de dezembro.

“Esse era um compromisso de campanha e quer dizer que todos os prédios da Educação serão monitorados. Vamos ter câmeras interligadas pela internet tanto nas creches, pré-escolas e escolas municipais”, divulgou o prefeito.

A operacionalização do sistema será feito pela empresa por meio de uma central de monitoramento. A ideia de promover uma vigia eletrônica é evitar que novos prédios possam ser depredados ou facilitar a identificação dos suspeitos.

“Se alguém entrar, a central vai ser acionada automaticamente e enviará a GCM (Guarda Civil Municipal) até o local. Além de prevenir, nós teremos a chance de pegarmos os meliantes dentro dos locais, antes de fugirem”, projetou.

A implantação do sistema é considerada propícia pelo prefeito, por conta de “vários atentados a escolas”. “É um grande investimento. Mais uma vez, estamos priorizando a Educação e dando segurança tanto para quem frequenta as unidades, os alunos, como para quem trabalha nelas”, argumentou.

Manu alegou que o monitoramento garantirá “mais tranquilidade” para os pais e para os professores e demais funcionários que atuam na rede municipal. “Se alguém tiver a intenção de fazer alguma coisa errada, já não fará”, disse.

A vigilância por câmeras poderá ser utilizada para esclarecimentos de denúncias e nos processos de sindicâncias internas abertas quando há reclamações. “Tudo vai ser registrado. Não vamos ter mais aquele problema de ficar a palavra de um contra a de outro. Tudo ficará às claras”, comentou.

Outra vantagem citada pelo prefeito é que, além da área interna, a externa será vigiada. Manu disse que as câmeras a serem instaladas terão alcance visual de um raio de 150 metros. “Todos os prédios serão vigiados. Se alguém estiver vendendo drogas, ou quiser entrar na escola, o monitoramento vai verificar. É uma iniciativa que vai acabar com problemas”, disse.

O trabalho de instalação terá início em janeiro e será realizado de modo gradativo. A Secretaria da Educação deve definir o cronograma de unidades atendidas.

“Como é um trabalho que envolve tecnologia, ele é demorado. Ao mesmo tempo em que a empresa fará as escolas, vai trabalhando na central de monitoramento”, contou Manu.

Conforme ele, já neste mês, o sistema deve entrar em funcionamento. A vigilância será realizada 24 horas por dia e a previsão é de que todos os prédios da Educação sejam monitorados até o final de abril, quando o “sistema estará fechado”.