“Não se mede o valor de um homem pelas suas roupas ou pelos bens que possui, o verdadeiro valor do homem é o seu caráter, suas ideias e a nobreza dos seus ideais.”
Charles Chaplin
A Grandeza de Caráter
Deveríamos ser criados para sermos alguma coisa e não para termos alguma coisa, haja vista, que um homem que criou sua dignidade é infinitamente superior a um homem que nem sabe o significado dessa palavra.
Você já deve ter ouvido alguém chamar uma outra pessoa de mau caráter. Já deve até mesmo ter considerado alguém como bom ou mau caráter. Mas afinal, o que é caráter? Como ele se forma?
O caráter de um indivíduo é o seu modo de ser, suas características próprias, seu temperamento. Ele é um traço da personalidade, que diz respeito à maneira usual de cada um agir.
Este grupo de atributos, bons ou ruins, compõe o comportamento e os valores morais das pessoas, resultantes de um processo evolutivo do sujeito, de seu convívio com a família, a escola, a sociedade como um todo. Nossas qualidades e defeitos são inerentes ao nosso caráter.
O homem está presente, sem máscaras, em seus pensamentos. Estes resumem o ser, e assim definem o caráter de um indivíduo. Os aspectos positivos deste componente fundamental da personalidade são conquistas lentas e graduais, envolvendo firmeza de propósitos, determinação, coragem e um esforço persistente. O conhecimento de nosso potencial e de nossas fraquezas muito contribui para esta edificação do caráter, que envolve sem dúvida a transformação dos pensamentos, ou seja, a sua depuração.
As sombras que habitam a alma do homem também foram em algum momento semeadas por ele, através das criações mentais. Percebe-se, então, que o indivíduo é uma construção de si mesmo, ele forja seu próprio eu, na intimidade dos seus pensamentos.
Entre o ser quase perfeito e os seres instintivos, próximos da animalidade, encontram-se os mais variados graus de caráter. Embora o ambiente em que o indivíduo vive seja muito importante, o homem traz em si seu caráter desde o momento do nascimento.
Ele pertence ao próprio espírito, os padrões educativos interferem apenas nas escolhas do sujeito, mas mesmo estas se guiam principalmente pelo caráter. Quando este se revela forte, por exemplo, a pessoa se encontra sempre em estado de prontidão, há uma luz vermelha constantemente piscando diante dos caminhos que se apresentam diante dela, por mais que eles aparentem ser os mais adequados neste instante.
Uma vez que pertence essencialmente ao homem, o caráter é algo que não se aprende, nem se obtém. Educação e cultura assessoram o sujeito nas suas tomadas de decisão na vida, mas ambas sofrem mutação ao longo do tempo, enquanto o caráter, em última instância, é o diferencial no momento crucial da escolha.
Experiência, autoconhecimento, educação, formação familiar, são alguns dos instrumentos de que o homem se vale para modelar seu caráter. É algo como uma semeadura, que um dia redundará em uma colheita e os frutos serão proporcionais às sementes cultivadas.
É necessária neste processo a paciência do bom lavrador, a sabedoria de alguém que sabe ser imprescindível conhecer e obedecer às leis da Natureza, cuidando para não violá-las, impedindo então o aborto dos resultados do cultivo. Assim se lapida o caráter, aprendendo com os erros e quedas do caminho, com perseverança e determinação.