Sífilis – parte 1

Sífilis é uma doença infectocontagiosa, sexualmente transmissível, que pode levar à morte se não tratada a tempo e de forma correta, com médico. É especialmente perigosa se a pessoa infectada for uma gestante. No estado de São Paulo, o aumento do número de casos de sífilis em adultos chegou a mais de 600% em seis anos.

Uma epidemia silenciosa de sífilis avança no Brasil, e o mais preocupante é que grande parte dos infectados não sabe que está transmitindo a doença para outras pessoas. A enfermidade tem uma característica peculiar: três semanas após a contaminação, surge uma lesão ulcerativa na genitália do infectado – na região do freio ou frênulo do prepúcio, nos homens, e na junção dos pequenos lábios da vagina, nas mulheres – que desaparece espontaneamente depois de alguns dias, dando a falsa impressão de cura.

A maioria das pessoas não tem noção de que já está contaminada, pois, após o desaparecimento das lesões, os sintomas podem não aparecer imediatamente. Podem surgir manchas vermelhas na pele, mas, muitas vezes, o paciente não as associa à doença. Na verdade, ele só vai descobrir se for ao médico e lhe for solicitado um exame de sangue específico.

Definição

Sífilis, ou lues, é uma infecção sexualmente transmissível causada pela bactéria “Treponema pallidum”. Pode também ser transmitida verticalmente, da mãe para o feto, por transfusão de sangue ou por contato direto com sangue contaminado. Se não for tratada precocemente, pode comprometer vários órgãos, como olhos, pele, ossos, coração, cérebro e sistema nervoso.

Incubação

O período de incubação, em média, é de três semanas, mas pode variar de dez a 90 dias. A enfermidade se manifesta em três estágios diferentes: sífilis primária, secundária e terciária.

Nos dois primeiros, os sintomas são mais evidentes e o risco de transmissão é maior. Depois, há um período praticamente assintomático, em que a bactéria fica latente no organismo, mas a doença retorna com agressividade, acompanhada de complicações graves, causando cegueira, paralisia, doença cardíaca, transtornos mentais e até a morte.

 Sintomas 

  • Primária: pequenas feridas nos órgãos genitais (cancro duro), que desaparecem espontaneamente e não deixam cicatrizes; gânglios aumentados e ínguas na região das virilhas;
  • Secundária: manchas vermelhas na pele, na mucosa da boca, nas palmas das mãos e plantas dos pés; febre; dor de cabeça; mal-estar; inapetência; linfonodos espalhados pelo corpo, manifestações que também podem regredir sem tratamento, embora a doença continue ativa no organismo;
  • Terciária: comprometimento do sistema nervoso central, do sistema cardiovascular com inflamação da aorta, lesões na pele e nos ossos.
  • A sífilis congênita — transmitida da mãe para o bebê na gestação — pode causar má-formação do feto, aborto espontâneo e morte fetal. Na maioria das vezes, porém, os seguintes sintomas aparecem nos primeiros meses de vida: pneumonia, feridas no corpo, alterações nos ossos e no desenvolvimento mental e cegueira.

 Diagnóstico

Nas fases iniciais, o diagnóstico pode ser confirmado pelo reconhecimento da bactéria no exame de sangue ou nas amostras de material retiradas das lesões. Na fase avançada, é necessário pedir um exame de líquor para verificar se o sistema nervoso não foi afetado.

Transmissão

A sífilis é transmitida por meio das relações sexuais desprotegidas (sem camisinha), das transfusões de sangue e da mãe para o filho em qualquer fase da gestação ou no momento do parto (sífilis congênita).

Tratamento

O tratamento é feito com antibióticos, especialmente penicilina. Deve ser acompanhado com exames clínicos e laboratoriais para avaliar a evolução da doença e estendido aos parceiros sexuais.

Prevenção

O uso de preservativos (camisinhas) durante as relações sexuais é a maneira mais segura de prevenir a doença. Não existe vacina contra a Sífilis.

Fonte: site de Dr. Dráuzio Varela e arquivos próprios

* Médico com título de especialista em pediatria pela AMB (Associação Médica Brasileira) e SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) e diretor clínico e proprietário da Alergoclin Cevac – Clínica de Pediatria – Vacinação e Tratamento de Doenças Alérgicas.