Saúde quer regularizar cessão de remédios

 

A Secretaria Municipal de Saúde espera regularizar a entrega de medicamentos à população nos próximos dias. Conforme previsão do titular da pasta, Fernando Jerônimo Dias Simão, a municipalidade aguarda receber pedidos feitos a partir da abertura de compras.

O Executivo abriu o Orçamento para compras e pagamentos de fornecedores na semana passada. Até então, a secretaria não dispunha de autorização para realizar qualquer procedimento de aquisição, com licitação ou dispensa.

No período do dia 1º deste mês até a semana anterior, Simão explicou que a pasta manteve a cessão de medicamentos para a população com base no estoque.

Outra parte continuou a ser entregue pela Prefeitura com os repasses dos governos estadual e federal, o que possibilitou o fornecimento contínuo aos pacientes.

“Fizemos pedidos de compras e estamos aguardando. Quando os itens chegarem, vamos conseguir normalizar o fornecimento para tratamentos”, declarou.

A O Progresso, Simão também divulgou os primeiros dados sobre levantamento de quantidade de exames, consultas com especialidades médicas e cirurgias eletivas que aguardam atendimento.

No dia 2 deste mês, a pasta iniciou estudo para contabilizar os pedidos apresentados à Central de Vagas e apurou, até o momento, que alguns deles datam de 2014.

Conforme o secretário, a equipe da pasta está empenhada na tarefa de reduzir o tempo que pacientes da rede municipal precisam esperar entre o encaminhamento e o atendimento.

A conta da Saúde leva em consideração os pedidos de exames, encaminhamento para consultas com especialistas e realização de cirurgias eletivas (as que podem ser agendadas e não têm urgência).

Os procedimentos considerados não urgentes são divididos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) em três grupos. No I, estão cirurgias como a de catarata; no II, especialidades e procedimentos prioritários, caso das operações de apêndice; e, no II, as cirurgias de média complexidade, consideradas relevantes para a saúde da população, como a de vasectomia, por exemplo.

Em Tatuí, a fila das cirurgias eletivas está “quase parada”. Simão explicou que grande parte dos procedimentos não está sendo feita por conta da situação da Santa Casa de Misericórdia. O hospital enfrentou greve no período de 27 de novembro do ano passado até o dia 25 deste mês, sofrendo com falta de recursos.

A situação foi normalizada depois de a direção da entidade obter a renovação do Cebas (certificado de entidade beneficente de assistência social), na área de saúde, e de obter autorização para suspender a exigência de apresentação da CND (certidão negativa de débito) para celebrar convênio com a Prefeitura.

“Nós dependemos do hospital para vários procedimentos. O que posso dizer é que, com a situação que havia, a secretaria estava ‘tocando’ os pedidos, mas em função da problemática, fazendo isso num ritmo mais lento”, apontou.

Com o fim do impasse do hospital para receber do SUS pela realização de exames e cirurgias, Simão estima que a Prefeitura possa apertar o passo. A celeridade também pode ocorrer em função do fim da greve dos funcionários da Santa Casa (reportagem nesta edição).

No momento, a secretaria está tabulando os pedidos de procedimentos e realizando avaliação para verificar se os encaminhamentos são urgentes, ou podem esperar um pouco mais.

A verificação segue critérios médicos e parâmetros estabelecidos pelo SUS. O secretário relatou que todos os dados passam por análise também da Central de Vagas, o setor da secretaria responsável por receber os pedidos.

“É a equipe que, com os médicos, está avaliando as prioridades. Os funcionários vão chamar as pessoas para agendar exames e consultas com base na urgência. O que posso adiantar é que a fila existente é bem grande”, declarou Simão.

Por meio de um dos dados divulgados pelo secretário, é possível ter noção da “dimensão” da fila. “Só de ultrassom, temos 9.000 exames para realizar”, contou. Alguns dos pedidos datam de 2014, como o de cateterismo cardíaco. O exame é realizado para diagnóstico ou tratamento de doenças cardíacas.

As datas dos pedidos parados na secretaria variam. Por esta razão, Simão disse que a equipe municipal está revisando-os, já que muitos dos pacientes podem ter realizado procedimentos por meio de convênios ou em clínicas particulares.

“Temos que verificar, primeiro, se as pessoas ainda estão precisando desses exames, ou se já conseguiram uma forma alternativa de fazê-los. Com isso, evitamos que a fila continue grande e aceleramos o atendimento à população”, concluiu.