Município é cadastrado para credenciamento em medicina





Enquanto aguarda a vinda de profissionais estrangeiros por meio do “Mais Médicos”, a Prefeitura tenta novos mecanismos para atrair profissionais da Saúde.

A ação mais recente, divulgada pelo prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, é o cadastro do município junto ao MEC (Ministério da Educação).

Conforme Manu, a cidade pleiteia a vinda de um curso superior de medicina. A expectativa é de que o município possa receber um campus da Unesp (Universidade Estadual Paulista). Arquitetos cogitam que o complexo estudantil – se viabilizado – seja construído na região sul do município.

Além de Tatuí, Manu informou que Itapetininga e Sorocaba estão na briga pelo credenciamento. O ministério deve avaliar, para permitir a vinda ou não de um campus, o número de pacientes, de leitos que o município tem e de tratamentos oferecidos.

“Ainda se trata de um estudo. Não posso dizer que Tatuí tem 100% de chances de ganhar. Basta ver Sorocaba, que é maior, ou Itapetininga, que se cadastraram”, disse o prefeito.

Manu afirmou, ainda, que o cadastramento não representa a instalação de alguma faculdade. Por outro lado, dá ao município chances de receber investimentos privados. “Isso nos aproxima mais de alguém que queria montar um polo universitário na cidade, ou mesmo uma faculdade particular”.

Também conforme ele, mesmo que consiga o credenciamento, a cessão não implica na instalação de alguma faculdade, ou universidade pública, em Tatuí. Garante, apenas, que a cidade estará “apta” a receber investimentos nesse setor.

“Tudo isso a gente faz pensando lá na frente. Hoje, temos de encarar um problema sério, que é a falta de médicos. Mas, não podemos ficar reféns de uma situação”, afirmou.

De acordo com o prefeito, o problema de Tatuí é o desinteresse dos profissionais. A análise é que muitos médicos preferem grandes centros ao interior.

Como a cidade fica distante de regiões metropolitanas, tende a ser menos interessante, ainda que os salários oferecidos sejam considerados atrativos.

A Prefeitura paga, atualmente, R$ 1.200 para um plantão de 12 horas. Conforme Manu, o valor é “bem maior que o praticado por cidades da região”. O problema dos médicos vinculados ao município é que eles têm o valor descontado. O que sobra é algo em torno de R$ 800 por turno de 12 horas.

Desta forma, os médicos acabam indo para outras cidades, onde o plantão é terceirizado. Segundo Manu, a contratação dos médicos por empresa particular reduz os custos da legislação trabalhista e os descontos na folha de pagamento. Sendo assim, os médicos podem receber até R$ 1.000 por 12 horas de trabalho.

“A gente não consegue segurar”, relatou o prefeito. Tanto que a Prefeitura conta, atualmente, com 12 médicos plantonistas concursados. “Eu precisaria de 32 para manter o pronto-socorro em condição aceitável, todo dia, 24 horas. Ou seja, faltam 20 profissionais, que eu tenho de contratar”, revelou.

É por conta disso que a Prefeitura está analisando a terceirização do ambulatório. O processo ainda demanda análises.

“O gestor público tem que pensar em 50 correntes. É preciso saber como o TC (Tribunal de Contas) encara isso. É um estudo que tem que ser bem feito”, encerrou.