Vereador faz desabafo e pede que análise sobre cassação seja votada





Em sessão sem votação de matérias, os vereadores se reuniram na terça-feira, 8, para a discussão de requerimentos e moções. Antes do início da sessão, o vereador Dione Batista (PDT), de volta após afastamento por motivo de doença, pediu a palavra para falar sobre críticas que sofreu sobre o processo criminal em que foi julgado.

O vereador reclamou da abordagem que uma TV da região deu ao caso e afirmou que a reportagem da emissora errou ao afirmar que uma arma de fogo fora encontrada na residência dele.

Batista também desmentiu a informação de que a arma fora encontrada havia três anos. O processo, segundo ele, é de 11 anos atrás.

“Reportagens na TV vinculam meu nome a uma possível arma de fogo que foi pega em minha casa, há três anos. Estou com o papel do Ministério Público em mãos desmentindo o que a TV disse”, declarou.

O vereador pediu que os colegas de Câmara avaliassem a solicitação do Ministério Público e colocassem em votação a permanência dele na Casa de Leis.

“Gostaria que a Câmara seguisse a recomendação do Ministério Público, que, ao contrário do que disseram, não pediu a minha cassação, pediu que a Câmara decidisse sobre o meu caso”.

“Peço que a mesa coloque o processo para votação, para que os vereadores julguem os meus três anos de mandato e, se tiver alguma falha, eu saio”, afirmou.

O vereador fez a defesa do mandato e citou diversos projetos de lei dos quais foi autor. Batista rebateu as críticas de que “não fazia nada na Câmara e que mereceria ser cassado”.

“Quem falou que eu não fiz nada, crie vergonha na cara e venha falar diretamente comigo, ou, então, procure pesquisar antes de dizer alguma coisa. Vocês falam isso porque não acompanham o meu trabalho”, criticou.

Após o desabafo do vereador, a coleta de lixo domiciliar voltou a ser discutida pelos representantes da base aliada e da oposição. Márcio Antônio de Camargo (PSDB) afirmou que a Prefeitura está vivendo “um caos administrativo”.

Camargo disse que acompanhou um dos caminhões da Proactiva, nova responsável pela coleta de lixo, que levou o material coletado para um aterro sanitário na cidade de Sorocaba.

“Sabe quantas horas leva para chegar lá de caminhão? Estive atrás para saber o horário. Leva em torno de três horas para fazer o depósito do material”, afirmou.

O vereador criticou a forma de contratação dos funcionários que estão fazendo o serviço temporário, que não saberiam para quem trabalham. Camargo afirmou que os lixeiros não passaram por exames e não assinaram contrato de trabalho.

As críticas à coleta de lixo continuaram com o vereador Alexandre Bossolan (DEM). Segundo o edil, alguns bairros da cidade estariam sem coleta desde a quinta-feira da semana passada, 3. Bossolan ainda que a Proposta Engenharia Ambiental teria deixado de efetivar o trabalho por conta de “calote”.

O vereador propôs a criação de uma CEI (comissão especial de investigação) para levantar dados sobre o contrato da Prefeitura com a empresa.

O vereador Oswaldo Laranjeira Filho (PT) rebateu as críticas contra a quebra do contrato com a empresa que coletava o lixo em Tatuí. Para ele, o serviço que a Proposta fez na cidade “não é digno de pagamento, a não ser que fosse judicialmente”.

“Da maneira humilde minha de enxergar as coisas, essa empresa deveria ter saído faz tempo”, disse, acrescentando que a empresa já falhava na coleta de lixo no bairro Jardim Bela Vista, onde mora ele mora.

Paralela à discussão sobre a coleta de lixo, os vereadores Carlos Rubens Avallone Júnior (PMDB), Ronaldo José da Mota (PPS) e Antonio Marcos de Abreu (PR) voltaram a discursar sobre a requisição da Santa Casa de Misericórdia.

A dúvida dos vereadores é sobre a situação dos convênios e atendimentos particulares já existentes no hospital.

“Como foi feita essa requisição? Foi feito com modelo em qual cidade? Sorocaba? Depois da requisição, a saúde de lá melhorou ou piorou? Tudo isso é questão de a gente perguntar e saber como vai ser”, disse Avallone.

Mota afirmou que advogados de empresas de planos de saúde procuraram o departamento jurídico da Prefeitura, que pediu 15 dias para reformular o decreto de requisição do hospital.

“A respeito dos planos de saúde, a gente apresentou o requerimento para alertar à população sobre o estado da Santa Casa, que não pode receber convênios, não pode receber particulares”, declarou.

O vereador Abreu, que já foi interventor da Santa Casa local no passado, alertou para a situação da Santa Casa de Sorocaba, que sofreu intervenção da Prefeitura e está causando problemas financeiros para o Poder Executivo.

“Conversei com o presidente do SindSaúde Sorocaba e ele me alertou que a situação lá está muito complicada, e não sabe como será resolvida juridicamente”, afirmou.

Ainda sobre a saúde pública, o vereador apresentou um requerimento pedindo informações à Prefeitura sobre a oferta de alimentos especiais para diabéticos e crianças com necessidades nutricionais especiais na rede pública de ensino.

“Não adianta fazer o tratamento adequado dentro de casa e, na escola, a criança diabética tem que comer o mesmo alimento das outras. Quero saber se existe, através da Nutriplus, que faz o serviço em nosso município”, finalizou.

A próxima sessão ordinária da Câmara Municipal está marcada para a terça-feira, 15, às 19h.