As exportações são consideradas uma possibilidade viável para microempresários do município. Pelo menos é o que o Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) deve propagar nos dias 3 e 4 de abril, em Sorocaba, conforme informou o diretor do Sindmetal (Sindicato dos Metalúrgicos de Tatuí e Região), Marcos Bueno.
A entidade está convidando pequenos investidores da RMS (Região Metropolitana de Sorocaba) para participar de um evento sobre comércio exterior. Trata-se de um workshop de capacitação.
Em Tatuí, o trabalho em torno da verificação das potencialidades – que inclui levantamento dos negócios e convites para participação no evento – ficará a cargo do poder público. Também contará com participação de entidades como a ACE (Associação Comercial e Empresarial) e sindicais.
O evento de capacitação é destinado a microempreendedores que desejam exportar. “O Ciesp entende que o momento econômico é ‘agora’. Esta é a hora de as empresas se prepararem para vender os produtos para fora”, disse Bueno.
As orientações serão oferecidas a pequenos empresários da cidade e região (convidados e inscritos por conta própria) no Parque Tecnológico de Sorocaba “Alexandre Beldi Neto”. O espaço está localizado na avenida Itavuvu, 11.777.
Bueno explicou que as grandes empresas não devem participar por uma razão simples: conforme ele, elas já detêm conhecimento e departamentos estabelecidos que cuidam desse setor. A intenção é incentivar os pequenos produtores a vender para fora do país, de modo a aumentar a produtividade.
“Hoje, a bola da vez para a exportação é o Brasil, mesmo com tudo isso que está acontecendo. O Brasil está sendo o que a China foi há quatro anos”, argumentou.
A alta do dólar é um dos principais responsáveis pela mudança de panorama. Bueno afirmou que, até então, os empresários buscavam baratear a produção local comprando produtos de outros países. “Agora, compensa muito exportar. Então, quem tem para vender vai nadar de braçada”, falou.
Bueno citou, como exemplo, empresa instalada recentemente em Tatuí e voltada ao ramo da produção da linha “pet” (produtos destinados a animais domésticos).
Conforme ele, o proprietário está tentando entrar no comércio norte-americano. “Ele vai aproveitar uma demanda que já existe”, disse o diretor.
Bueno afirmou que a intenção segue uma pesquisa. A empresa apontou que o segundo “hobby” dos norte-americanos são os animais de estimação. Em função disso, o investidor quer montar um centro de distribuição nos Estados Unidos. Para isso, deve buscar orientação no evento do Ciesp.
Lá, os investidores devem receber qualificação que inclui todos os trâmites para a venda no exterior. Os empresários também terão contato com “todos os órgãos” que cuidam de exportação. “Eles vão entender como funciona cada um dos elementos, apresentar seus negócios e saber como se faz”, descreveu.
Para o diretor do Sindmetal, o município tem “muitas possibilidades”. Bueno afirmou que Tatuí tem um setor de tecelagem estabelecido e que o próprio ramo metalúrgico deve se beneficiar com essa iniciativa. “Basta encontrar o mercado que eles possam abastecer e estabelecer um projeto”.
A ideia, também, é incentivar a união de microempresários, caso a produção de um mesmo setor não seja suficiente para abastecer o exterior. Essa pode ser uma saída para os pequenos empresários locais do ramo metalúrgico, que representam entre 10% e 15% da mão de obra empregada na cidade. De acordo com Bueno, os trabalhadores formalizados totalizam 40 mil.
Essa união pode ser estabelecida, ainda, no setor de tecelagem (produção de camisetas e uniformes). A concorrência com o mercado chinês deve ser vencida por conta da qualidade. “Atualmente, há uma resistência aos produtos da China, que oferece quantidade. Já o brasileiro tem qualidade”, concluiu.