Venda de imóveis cresce no Estado e cidade continua como em 2013





O Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) divulgou pesquisa que aponta o aumento de vendas e locações de imóveis no Estado de São Paulo, porém, Tatuí se difere do resultado.

De acordo com corretores e imobiliárias, o mercado local não sentiu esse aumento. Em alguns casos, houve até diminuição na concretização de vendas e aluguéis de moradias. Porém, conforme a pesquisa realizada pelo Creci, as locações e vendas de imóveis no Estado  cresceram “significativamente” no início deste ano.

Segundo o Creci, a locação de imóveis residenciais aumentou 28,48% e a venda de casas e apartamentos, 9,4%. Os resultados são referentes a janeiro e comparados ao mês de dezembro do ano passado. A pesquisa foi feita junto a 1.233 imobiliárias, em 37 cidades.

Conforme os dados, os preços médios de imóveis usados e aluguéis residenciais baixaram 4,2% em janeiro, também em comparação ao mês anterior.

De acordo com o presidente do Creci-SP, José Augusto Viana Neto, “os bons resultados são indicativos de que não havia, nesse momento, especialmente no caso das vendas, uma onda generalizada de desconfiança quanto ao rumo da economia”.

O corretor de imóveis Valter Teixeira, de Tatuí, que trabalha no ramo há cinco anos, afirmou que, no início deste ano, houve encolhimento nas vendas. “Elas caíram muito, existe ainda a procura, mas não o fechamento de compra”.

Teixeira ressaltou que, para ele, a locação de imóveis continua igual ao ano passado, sem mudança significativa. “Locação sempre tem, e sempre tem disponibilidade, está tendo bastante oferta, o que pode significar que as pessoas tenham comprado muitos imóveis e deixaram de pagar aluguel”, afirmou Teixeira.

De acordo com ele, a grande disponibilidade de moradias para locação pode gerar, em médio prazo, diminuição nos preços. “Se você tem pouca oferta e muita procura, a lei do mercado faz com que o preço aumente; agora, se é ao contrário, o preço tende a diminuir”.

Teixeira salientou que alguns proprietários demoram a “entender” que os preços devem ser reduzidos, porém, ele acredita que, “devagar”, vai havendo proporção em termos de valores. “Você precisa locar, e o tempo está passando. Se não fizer uma mudança de estratégia, vai ficar com o produto encalhado”.

Gerônimo Aparecido Silva, no entanto, tem opinião diversa sobre quantidade de imóveis para locação. Ele disse que percebe bastante procura de moradias para aluguel, mas “são poucas casas oferecidas e muitas exigências do proprietário”.

Silva trabalha na área imobiliária há 30 anos, porém, está em Tatuí há cinco. Ele disse que atua mais com vendas de imóveis e que a média de concretização de negócios está igual ao ano passado, embora a procura seja grande.

Para Silva, o que pode dificultar o fechamento de vendas na cidade é o valor concedido pelo programa “Minha Casa, Minha Vida”, que é de R$ 115 mil.

“Pela Caixa Federal, tem bastante procura. Porém, precisamos que o valor aumente. Se fosse algo entre R$ 150 mil e R$ 170 mil, facilitaria as negociações e vendas”, afirmou.

Os bairros que em ele percebe existir mais procura em compras de imóveis são: Santa Cruz, Mantovani, Donato Flo-res e Jardins de Tatuí.

Um corretor que trabalha em uma imobiliária da cidade – e não quis se identificar-, o qual está no ramo há 14 anos, disse que não percebeu aumento nas procuras.

De acordo com ele, no ano passado, faltavam apartamentos disponíveis pelo programa “Minha Casa, Minha Vida”. No momento, contudo, haveria bastante.

Para o corretor, moradores da cidade não possuem salários para fazer empréstimo e comprar casas, o que pode dificultar a concretização das vendas.

“A renda per capita da cidade é muito baixa. Para financiar uma casa, um funcionário precisa receber de R$ 2.000 para cima, e ainda ter livre 30% desse valor para pagar o financiamento, o que dificulta muito”, afirmou.

De acordo com o corretor, o aluguel subiu bastante do ano passado para este ano e, apesar de haver bastante procura, não há fechamento de negócios pelo alto preço que os proprietários pedem.

“Tatuí tem déficit de aluguel, tem bastante casa de aluguel parada, que não aluga, porque o preço está muito elevado e a renda da maioria dos moradores está muito baixa e comprometida”.

A maioria dos corretores entrevistados concorda que a grande procura em Tatuí é por casas pequenas, com poucos cômodos e custo baixo.

Pesquisa

O Creci-SP divulgou que os financiamentos no Estado, em janeiro, foram bastante significativos para o mercado.

“As famílias assumiram financiamentos de longo prazo, como são os de imóveis, porque acreditam que manterão os empregos e que poderão honrar os financiamentos, o que é uma demonstração de confiança considerável quando se tem inflação batendo no teto da meta”, afirmou Viana Neto.

De acordo com dados do Creci, em janeiro, 58,23% dos imóveis vendidos no Estado foram financiados, sendo 37,95% pela Caixa e 20,28% por outros bancos.

Conforme o Creci, o crescente financiamento no desempenho do mercado de imóveis usados fica claro quando se compara com janeiro de 2013. “Naquele mês, somente 35,24% das unidades vendidas no Estado foram financiadas pela Caixa Econômica Federal e demais bancos”.

Ainda de acordo com o Creci, no interior de São Paulo, comparadas a dezembro do ano passado, as vendas de janeiro deste ano cresceram 36,05% e os alugueis, 3,1%.