Comércios da cidade aderem a pinturas de calçadas para a Copa





Amanda Mageste

Calçada pintada com o tema da Copa do Mundo 2014

 

Alguns comércios da cidade estão “tomando a forma” da Copa do Mundo. No centro, é possível perceber algumas calçadas pintadas com temas de futebol brasileiro.

De acordo com o pintor Francisco Eduardo Rodrigues, conhecido como Edu, este ano, a procura para as pinturas ainda está “em baixa” na cidade, em comparação ao ano da Copa de 2010.

“Não tive muita procura, houve bastante ligação e especulação, mas noto que os comerciantes preferem eles mesmos fazer do jeito que querem, sem o profissional. Acho que para economia e, também, pelo próprio patriotismo”.

Rodrigues disse acreditar que outro motivo da falta de procura pode ser a “situação que o país está”. “Parece que algumas pessoas têm vergonha de torcer, estão torcendo pouco”, comentou.

O pintor disse que iniciou pinturas com tema da Copas em 1998 e, desde então, não parou de produzir arte. Rodrigues disse acreditar que, agora que começou com as pinturas do Brasil, haverá mais procura de interessados.

“O contato é sempre visualmente. Depois que vê um ou outro desenho, o pessoal vai pedindo também. Às vezes, você está fazendo em uma loja ou casa e o vizinho vê e se interessa”, salientou.

De acordo com Rodrigues, em todos os anos anteriores, a procura foi maior por moradores do que por comerciantes. De todos os trabalhos que já fez, ele acredita que 70% foram em residências.

Para a elaboração da arte, o pintor disse que o contratante decide como será o desenho e ele passa a ideia do que vai fazer. Porém, algumas pessoas que já o conhecem, deixam que ele escolha como será a pintura final, em calçadas ou muros.

Rodrigues afirmou que esperava mais procura, “porque a lógica seria isso”. “Quando a Copa foi em outros países, eu fiz muito mais do que hoje. Era para as pessoas estarem com mais espírito de Copa, mas não é o que se vê”.

João Batista Cunha é proprietário de uma livraria na cidade e utilizou o serviço de Rodrigues para efetuar a pintura da calçada do comércio dele.

“Quis a pintura por dois motivos: primeiro, porque sou um posto de troca de figurinhas, portanto, serve para chamar atenção; segundo, porque estamos no clima da Copa, e uma pintura assim é um investimento”, afirmou o comerciante.

De acordo com Cunha, a pintura pode ser investimento porque atrai mais pessoas à loja. Ele fez desenho pela primeira vez na Copa de 2010, para conseguir mais clientes e chamar atenção de pessoas que passavam pelo local.

“Na Copa passada, deu resultado a pintura, pois muitas pessoas entravam na loja porque a calçada havia chamado atenção delas. Então, este ano resolvi repetir a ‘brincadeira’. O pessoal vê, entra para perguntar sobre a pintura e acaba conhecendo o meu comércio”, afirmou.

No desenho da calçado da loja de Cunha, há uma bandeira do Japão também, a qual, segundo ele, é para homenagear a dona do imóvel, descendente de japonês, e, também, para causar “impacto” e atrair mais pessoas, que “ficam curiosas sobre o motivo do desenho”.

“Às vezes, o pessoal entra só para perguntar o que tem a ver a bandeira do Japão, aí, eu explico. Mas isso é com segunda intenção, pois, quando se faz uma propaganda sem nada diferente, é apenas uma propaganda, que, daqui a pouco, você vai esquecendo. A pintura já é diferente, e ainda tem mais um atrativo”, ressaltou o comerciante.

Cristiano da Silva possui um negócio na cidade em que vende artigos da Copa, como bandeiras, cornetas e camisetas. Para elevar as vendas, também fez uma pintura na calçada da loja.

Silva salientou que, além de utilizar a calçada como forma “diferente” de propaganda, ele pinta, todo ano de Copa do Mundo, “porque é patriota e gosta de torcer pelo Brasil”.

De acordo com Silva, a maioria das pessoas gosta da pintura e interage bastante. “É engraçado, porque chama a atenção mesmo. Sempre passa gente falando da pintura, ou falando que o Brasil vai perder, para brincar comigo”.