Vagas de emprego caem no perí­odo de janeiro a novembro deste ano





O Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgou dados recentes da evolução do emprego por município e setor de atividade econômica. Segundo o levantamento, que considera o período de janeiro a novembro deste ano, o saldo é negativo, com menos 251 postos de trabalhos em Tatuí.

Apesar dos números não serem positivos, eles são melhores do que os do ano passado, quando o saldo negativo foi de 720 postos. Para o chefe do Ministério do Trabalho de Tatuí, Antônio Carlos de Morais, o número foi até melhor do que o esperado.

“Acredito que a atividade econômica retraiu e, por isso, diminuíram as vagas. Mas, acho que os números nem são tão ruins em relação à região”, comentou ele.

A crise econômica e o difícil momento político do pais, segundo Morais, contribuíram para a queda nas vagas de emprego. “Há alguns anos a economia estava estável, mas, ultimamente, ela tem caído. Então, agora, vem toda essa queda. Mas, eu ainda não acho que seja o fundo poço”, apontou.

O setor que mais sofreu com demissões foi o das indústrias de transformação, que perdeu 955 postos. Segundo Morais, a queda se deve muito às demissões nas empresas Rontan Eletro Metalúrgica e FBA (Fundição Brasileira de Alumínio). “Abrange, principalmente, a Rontan, a FBA e algumas empresas menores”, afirmou.

Ele explica que a queda no setor automobilístico contribuiu para que essas empresas demitissem tanto. “Boa parte dessas empresas era voltada ao mercado automobilístico e, a partir do momento que esse mercado retrai, essas empresas sofrem”, explicou.

O setor menos atingido foi o de serviços, que teve saldo positivo de 704 postos de trabalho. Esse setor é formado pela maior parte das empresas, como explica Morais. “São desde aquelas empresas com cinco funcionários até algumas grandes empresas”, acentuou.

Segundo ele, esse setor não sofreu muito por conta do ano de 2014. “Acho que isso é porque muitas empresas estavam com bom andamento em 2014. E, por isso, começaram com as atividades otimizadas em 2015”, explicou.

Outro setor com saldo positivo foi o de administração pública, no qual a maioria dos cargos é relacionada à Prefeitura Municipal.

O chefe do Ministério do Trabalho explica que, dificilmente, esses cargos terminam com saldo negativo. “O Poder Executivo municipal sempre vai subir os números de vagas, porque creches vão sendo inauguradas, obras públicas vão sendo feitas. A tendência é sempre ter a média boa”, argumentou.

O setor de agropecuária também teve o saldo positivo, com a abertura de 40 postos de trabalho. Já o de extração mineral, com fechamento de quatro postos, o de serviços industriais de utilidade pública, com menos três postos, o da construção civil, com 37 postos, e o setor de comércio, com 131 postos, tiveram o saldo negativo.

Apesar de o número total de postos ser negativo, o levantamento deixa claro que, se não fosse o setor de indústrias de transformação, a cidade teria saldo positivo de 704 postos.

“É um ano negativo. Muita gente ficou sem emprego, e isso não é saudável. Mas, eu acho que a Rontan e a FBA prejudicaram muito esse número”, reiterou.

Em novembro, a fabricante de veículos especiais Rontan demitiu cerca de 380 funcionários, conforme informou o vereador e presidente do Sindmetal (Sindicato dos Metalúrgicos de Tatuí e Região), Ronaldo José da Mota. Por sua vez, a metalúrgica FBA, que fornece autopeças para montadoras, demitiu outros 150 funcionários.

Desde 2002, Tatuí só teve saldos negativos de postos de trabalho em 2014 e 2015. O ano com mais vagas de emprego foi o de 2010, com 2.267 novos postos.

“Há uns oito anos, nós estávamos com uma situação econômica confortável, mas, agora, a economia está retraindo, e isso afeta as vagas de emprego”, explicou.

Apesar do complicado momento econômico, Morais torce para que 2016 traga melhores números para os trabalhadores de Tatuí e região. “Só espero que, no ano que vem, essa situação econômica sofra uma alavanca, para que os números de emprego sejam melhores”, finalizou.