Tudo sobre o calendário de vacinação do idoso (1)

Dr. Jorge Sidnei R. da Costa – Cremesp 34708 *

Se você tem 60 anos ou mais, ou se possui pais e entes queridos na terceira idade, confira este artigo. Como se sabe, a vacinação adequada é essencial para prevenir uma série de doenças, colaborando, diretamente, para um envelhecimento saudável!

Importância

As alterações imunológicas ligadas ao envelhecimento aumentam o risco de agravamento por infecções. A partir dos 60 anos, a taxa de hospitalização e óbito é duas vezes maior do que comparado à totalidade dos casos. E esse percentual aumenta conforme a idade avança.

As vacinas contra doenças infecciosas buscam, justamente, reduzir a morbimortalidade e preservar a capacidade funcional dos mais velhos — muitos deles, em plena atividade profissional e pessoal.

Além disso, a vacinação do idoso também previne as doenças crônicas (como diabetes, hipertensão, obesidade, entre tantas outras) causadas por patologias infecciosas. Por isso, caso tenha alguma dúvida sobre seu estado vacinal, procure a orientação de um geriatra ou do especialista responsável pelo seu acompanhamento de rotina.

Imunização contra a Covid

O calendário de vacinação contra a Covid-19 no Brasil teve início no mês de janeiro de 2021. Os profissionais de saúde foram os primeiros a serem imunizados, assim como os indígenas em aldeias e os residentes de instituições de saúde. Já os idosos, que também estão entre os grupos prioritários, começaram a ser vacinados em seguida.

Atualmente, todos os municípios têm o imunizante disponível. Para recebê-lo, é preciso se dirigir a um posto de saúde ou a outro local estipulado pela prefeitura. Em relação ao esquema vacinal inicial (se será aplicada uma dose única ou duas doses), depende do tipo de vacina.

Doses de reforço são necessárias?

Sim. O recebimento das doses de reforço (até o momento, terceira e quarta doses) é indispensável para prover maiores níveis de imunização. Aliás, aderir ao esquema vacinal ampliado é importante não apenas para os idosos, mas para toda a população.

Como se sabe, o avanço na cobertura vacinal é o que permitiu a melhora no cenário epidemiológico. Graças à vacinação dos idosos e de todos que são aptos à imunização, estamos vivendo dias mais tranquilos.

No entanto, para assegurar esse cenário, deve-se evitar atrasos no recebimento das doses de reforço, o que implica no risco de redução na imunidade. Portanto, caso você esteja no intervalo recomendado para recebê-la, não demore

Podem receber a terceira dose (primeira dose de reforço), pessoas com 60 anos ou mais que tomaram as primeiras doses há, pelo menos, três meses. Mas, atenção: caso tenha recebido o imunizante da Janssen (aquele com dose única no esquema inicial), recomenda-se receber a dose de reforço após dois meses.

No site da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (Semsa), pode-se consultar quantas doses da vacina contra a Covid-19 já foram tomadas. Para isso, basta inserir o número do CPF. O certificado de vacinação também está disponível no mesmo portal. No entanto, o documento gerado é valido apenas em âmbito municipal.

Calendário recomendado

Além da imunização contra a Covid-19, o Ministério da Saúde recomenda diversas outras vacinas para os idosos. Este ano, o objetivo da Secretaria Municipal de Saúde é intensificar a vacinação contra a Covid-19, influenza e sarampo — a última, não recomendada para idosos.

A seguir, entenda o papel dos imunizantes que fazem parte do calendário de vacinação do idoso em 2022. No caso de pessoas com comorbidades – como diabetes, obesidade, hipertensão arterial e doenças imunossupressoras -, a recomendação é que devem se vacinar.

Contra a gripe

A vacina contra a gripe (influenza) deve ser aplicada uma vez ao ano. Como se trata de um vírus mutante, necessita-se de uma vacina nova a cada ano, de acordo com o tipo de cepa em circulação. Atualmente, o imunizante é ativo contra os subtipos H1N1, H3N2 e tipo B, todos circulantes no país.

Este ano, os idosos, assim como os trabalhadores da área da saúde, são o grupo-alvo da primeira etapa das campanhas de vacinação. A vacina os protege dos sintomas característicos da influenza, como febre alta, mal-estar, dor de cabeça, dor muscular e complicações relacionadas a infecções respiratórias agudas. Além disso, ela também previne a ocorrência de infartos e derrames.

Contra hepatite B

A vacina contra hepatite B é aplicada em três doses. No entanto, é preciso verificar a situação vacinal anterior. É importante notar que, com a mudança no padrão sexual das pessoas com mais de 60 anos, suas relações continuam ativas. Por isso, trata-se de uma vacina imprescindível.

Contra febre amarela

A vacina contra a febre amarela é aplicada em dose única, porém, também é necessário checar a situação vacinal preexistente. O idoso imunossuprimido pode se vacinar após avaliação e recomendação do respectivo médico.

Em geral, recomenda-se a imunização de residentes em áreas de risco ou que se dirijam a essas localidades. Além disso, vários países exigem o certificado de vacinação para febre amarela para permitir a entrada de estrangeiros (é preciso visualizar a lista no site da Anvisa).

Dupla Adulto e tríplice bacteriana

A vacina “Dupla Adulto” (dT) é aplicada em três doses (com intervalo de dois meses entre elas) e deve ter seu reforço (em dose única) realizado a cada dez anos. Ela é indicada para prevenção de difteria (doença que atinge as amídalas, faringe, nariz e a pele) e tétano (infecção que atinge o sistema nervoso central).

Já a tríplice bacteriana (dTpa – difteria, tétano e coqueluche) é indicada para a prevenção de difteria, tétano e coqueluche em profissionais da saúde e em pessoas idosas que estejam convivendo com um recém-nascido com menos de dois anos de idade.

Esse público deve receber o reforço a cada dez anos, desde que esteja com o esquema de vacinação básico completo. Caso esteja incompleto, deve-se receber uma dose em qualquer momento e complementá-la com a dT (difteria e tétano). Em não vacinados ou com histórico vacinal desconhecido, deve-se tomar uma dose de dTpa (difteria, tétano e coqueluche) e duas de dT (difteria e tétano).

Continuaremos com a segunda parte na próxima edição.

Fonte: Internet (https://magscan.com.br/blog/calendario-de-vacinacao-do-idoso-tudo-o-que-voce-precisa-saber/).

* Médico Especialista em pediatria pela AMB e SBP e membro da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) e diretor clínico da Clínica de Vacinação de Tatuí “Sou Doutor Cevac – Dr. Jorge Sidnei” desde 1982. Cel.: 99606-6136.