Sábado passado, 8, a Praça da Matriz sediou evento relacionado ao Dia Internacional da Mulher, marcado por música, orientações, exames e curso.
O local recebeu tendas da Secretaria Municipal da Saúde, do Fundo Social de Solidariedade e do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, junto à OAB. Também havia praça de alimentação, barracas de artesanatos e brinquedos para crianças.
A Secretaria Municipal da Saúde ofereceu exames – somente às mulheres – para aferição de pressão arterial, diabetes, glicemia, circunferência abdominal e testes rápidos de HIV e sífilis.
Também informou e alertou sobre endometriose, câncer de mama, câncer de útero, papanicolau e prevenção sexual.
O Fundo Social realizou aulas práticas de artesanato, fez exibição de trabalhos desenvolvidos pela entidade e divulgação dos cursos a serem oferecidos ao longo do ano.
O Conselho Municipal da Mulher, em parceria com a OAB, divulgou os direitos femininos, destacando a lei Maria da Penha.
A novidade ficou por conta da “junção” de música, dança e artes plásticas, no palco, ideia apresentada por tatuianas ligadas às duas manifestações artísticas.
Evento mais que justo. Motivo de reconhecimento e incentivo a novas edições. Na mesma semana, no entanto, a Polícia Civil registrou dois novos casos de violência doméstica contra mulheres.
Certamente, eles não foram os únicos, mas servem como exemplo de que, infelizmente, ainda é real e grave esse tipo de crime covarde, praticado por homens contra mulheres.
Na madrugada de sexta-feira, 7, um guarda civil municipal trabalhava no pronto-socorro quando uma mulher, residente no bairro Tanquinho, apareceu dizendo que havia sido agredida pelo companheiro dela.
De acordo a vítima, ela teria sido levada ao pronto-socorro pelo próprio agressor, o qual a ameaçara de morte com um “facão”, caso o denunciasse.
Conforme o boletim de ocorrência, a GCM abordou o acusado e, dentro do veículo em que ele estava, encontrou o “facão” mencionado pela mulher.
Após a vítima passar por atendimento médico e serem constatadas lesões, o homem foi encaminhado ao plantão policial e preso em flagrante.
Em outra ocorrência, a GCM foi chamada por moradores do bairro Tanquinho, na noite de domingo, 9, porque um homem teria agredido a esposa dele com um capacete e chutes.
De acordo com o BO, a vítima desmaiou e foi socorrida pelos filhos dela. Contudo, o acusado, ao ver que um dos filhos ajudava a mãe, teria o ameaçado e o perseguido com uma faca na mão, embora sem conseguir alcançá-lo.
O homem teria retornado à residência e tentado pegar a motocicleta da vítima para fugir, mas os guardas chegaram antes de o acusado conseguir sair.
De acordo com o BO, a GCM não encontrou nada ao abordar o acusado. A mulher, em um dos quartos da casa, não teria conseguido se levantar, sendo encaminhada ao pronto-socorro, onde ficou em observação e foi liberada. O acusado foi preso e acusado de lesão corporal.
Para quem é minimamente civilizado, pode até parecer coisa de novela, de ficção, mas, não. Pode estar acontecendo ao lado do trabalho, da casa de cada um.
Bater em alguém não é sinônimo de força, mas, salvo num ringue (ou octógono, em alusão à moda), só denota imbecilidade. Sob a impotência de se fazer ouvir com argumentos e bom senso, o indivíduo – meio homem, meio bicho – conclui que só pode se impor por meio da brutalidade física…
É ridículo que ainda aconteça algo tão “neolítico” em pleno século 21. Mas, convenhamos, isto também é mostra de que, ao contrário do que a tal vã filosofia quer fazer crer e ao longe do que pode insinuar a exponencial tecnologia, o homem – no sentido de ser humano, masculino e feminino – pouco mudou ao longo dos milênios. Na verdade e em maior ou menor grau, continuamos todos trogloditas.