Da reportagem
O trânsito em Tatuí tem causado menos mortes por acidentes nos últimos meses. Relatório divulgado pelo Infosiga (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito), referente ao mês de janeiro, aponta que não houve nenhum caso de morte no primeiro mês do ano.
O índice é o melhor desde 2017 para o mês. No ano passado, duas pessoas morreram vítimas de acidente, um motociclista de 21 anos e um motorista de automóvel, de 44 anos. Já em 2018, houve três óbitos, sendo um pedestre e dois motociclistas. Em 2017, também não houve acidentes com morte no primeiro mês.
Na comparação entre os 12 meses de 2019 e 2018, o número de mortes causadas por acidentes de trânsito em Tatuí teve queda de 8,3%. No ano passado, houve 22 mortes e em 2018, 24.
Nos 12 meses, as mortes contabilizam vítimas que se envolveram em ocorrências tanto no perímetro urbano (dentro do município) como nas rodovias, que estão fora da zona urbana, mas no limite territorial.
As vítimas mais jovens morreram com 19 anos de idade, sendo um motociclista que colidiu com um ônibus no mês de outubro, na vila Dr. Laurindo, e o passageiro de um veículo que bateu em um caminhão. O acidente ocorreu na SP-127, em março.
Já o mais velho morreu com 74 anos, em abril. O homem, que era pedestre, foi atropelado por um automóvel enquanto caminhava em uma calçada no Jardim Santa Rita de Cássia.
Conforme as estatísticas do sistema, nos dois anos, morreram mais homens que mulheres vítimas do trânsito. Dos 24 óbitos em 2018, apenas um vitimou uma mulher. A vítima tinha 48 anos e foi atropelada por um ônibus no largo do Mercado Municipal “Nilzo Vanni”, na área central.
Já em 2019, três das 22 pessoas que faleceram em decorrência de acidentes eram mulheres. Conforme dados do Infosiga, apenas uma delas estava na direção do veículo. O acidente aconteceu em novembro, vitimando uma jovem de 20 anos, no distrito de Americana.
As vítimas do ano passado pertenciam a dez faixas etárias, com predominância de óbitos nas pessoas com idades entre 18 e 24 anos. Nos 12 meses de 2019, o Infosiga registrou sete mortes nessa faixa etária.
Os demais acidentes do ano passado vitimaram pessoas com idades entre 25 e 29 anos (três mortes), 30 e 34 (uma), 35 e 39 (duas), 40 e 44 (duas), 45 e 49 (uma), 50 e 54 (uma) 60 e 64 (uma), 65 e 69 (duas), 70 e 74 (uma) e não identificada (uma).
Nos 12 meses de 2018, os acidentes vitimaram mais pessoas com idades entre 18 e 39 anos, sendo 12 mortes nessa faixa etária. Os demais acidentes englobaram vítimas na faixa etária entre 0 e 17 anos (três mortes), 40 e 44 (uma), 45 e 49 (duas), 50 e 54 (duas), 55 e 59 (uma), 65 e 69 (duas) e não identificada (uma).
De acordo com o Infosiga, dez das 22 pessoas que perderam a vida em 2019 envolveram-se em acidentes com motocicleta. O segundo pior índice atingiu os pedestres. No ano passado, cinco pessoas morreram em atropelamentos.
As ocorrências envolvendo automóvel vitimaram três pessoas. Em seguida, aparecem os transportes não definidos (duas pessoas), caminhão (uma) e outros (uma). Não houve mortes envolvendo bicicletas em 2019.
Em 2018, os acidentes com motocicletas também fizeram maior número de vítimas fatais. Foram oito, com motos. As ocorrências envolvendo automóvel equivaleram-se com as de mortes de pedestres, com seis óbitos em cada classificação. Dois ocupavam caminhão e dois perderam a vida em ocorrência com bicicleta.
As colisões vitimaram mais pessoas nos dois anos, com nove óbitos de janeiro a dezembro do ano passado e 12 no mesmo período de 2018.
O número de mortes por choque (ocasião na qual um dos veículos ou objeto atingido não está em movimento) teve quatro casos no ano passado e dois em 2018.
No ano passado, uma pessoa morreu em acidente “não especificado”, aqueles nos quais não há o registro do tipo de ocorrência. Em 2018, um óbito também foi incluído nessa classificação.
Os dados do Infosiga são atualizados mensalmente pela Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal e Corpo de Bombeiros. As corporações encaminham informações do SioPM (Sistema de Informações Operacionais da PM), que reúne dados de acionamento de viaturas para atendimento.
A O Progresso, o diretor do Departamento de Mobilidade Urbana, Yustrich Azevedo Silva, afirmou que a queda nos índices se deve às campanhas educativas e às mudanças realizadas no trânsito por meio do DMU.
Silva ressaltou que o setor trabalha diariamente com uma programação que envolve atividades educativas e também fiscalizadoras – para ele, “um dos pilares na busca por redução de acidentes e mortes no trânsito”.
“Nós trabalhamos com o comportamento do pedestre e do condutor, por meio de ações diárias, como campanhas educativas, fiscalizações de trânsito e engenharia de tráfego com a sinalização viária, que melhora o fluxo de veículos e, consequentemente, reduz os acidentes”, afirma o diretor.
Segundo ele, campanhas informativas e educativas foram realizadas em 2019 e continuarão acontecendo em 2020 como prevenção para conscientizar o motorista e, assim, minimizar o número de acidentes.
As ações são direcionadas tanto para os condutores quanto para os pedestres, com distribuição de panfletos, palestras em empresas e escolas, pedágios educativos e outras ações de orientação.
Os índices de fatalidades nas rodovias da região também foram reduzidos, conforme levantamento do 5º Batalhão de Polícia Rodoviária (5ºBPRv), por meio da 3ª Companhia, que atua nas cidades da região de Tatuí, Botucatu e Avaré.
Segundo dados divulgados pela PMR, nas rodovias Castello Branco, Marechal Rondon, Antônio Romano Schincariol e João Melão, o crescimento do número de condutores flagrados sob efeito de álcool e outras substâncias, durante o ano de 2019, foi de 29% em comparação a 2018.
Ainda segundo o Infosiga, no estado de São Paulo, houve 406 fatalidades de trânsito no mês de janeiro, índice 5,6% menor na comparação com o mesmo período de 2019 (430 óbitos). Houve queda nas ocorrências fatais tanto em vias municipais (menos 8,2%) quanto em rodovias (menos 2,9%).
As principais reduções ocorreram entre ocupantes de automóvel (menos 21,4%) e motociclistas (menos 5%). Pedestres tiveram índice praticamente estável e houve aumento entre ciclistas, passando de 29 ocorrências para 36 em janeiro deste ano (mais 24,1%).
Em seis das 16 regiões administrativas, foram registradas reduções nos índices: São José dos Campos (menos 64,9%), Araçatuba (menos 40%), Bauru (menos 35,3%), Marília (menos 25%), Metropolitana de São Paulo (menos 19,6%) e São José do Rio Preto (menos 4,3%).
As fatalidades aumentaram nas regiões de Registro (225%), Ribeirão Preto (114,3%), Barretos (83,3%), Itapeva (66,7%), Franca (42,9%), Sorocaba (34,4%), central (33,3%), Presidente Prudente (16,7%), Baixada Santista (4,8%) e Campinas (1,4%).
A colisão entre veículos foi o principal tipo de acidente (36,5% dos casos). Em 55,7% das ocorrências, a vítima foi o próprio condutor. Homens correspondem a 79,1% das vítimas fatais. Ainda houve concentração de acidentes no período noturno (49,5%) e nos finais de semana (38,9%).