A entrevistada desta semana é uma amiga, tatuiana da terra, ótima filha, guerreira, determinada, resolutiva, musicista, professora de música e mãe do Jean Luca e Fiore Marcel, entre outros adjetivos qualificativos.
E, hoje, como é o Dia das Mães, aproveito para, em seu nome, saudar a todas as mães tatuianas e mundiais. Ela faz da sua profissão um verdadeiro gesto de maternidade, pois o ensinamento e a preocupação com o aprendizado dos alunos transferem para ela o tempo em que o aluno fica na sala de aula, até o final do curso e mesmo depois de formados, essa denominação.
Cuida deles como se fossem seus filhos!
Fala com eles, fala sobre eles como se fosse a própria mãe. Então, a partir de agora, com vocês, a minha convidada: professora Elidamaris Cortez.
Nome
Elidamaris Cortez.
Data de nascimento
31 de dezembro de 1964.
Quando começou a sentir uma queda ou preferência pela música, mais precisamente, pelo piano?
Elidamaris – Com seis anos, iniciei os meus estudos.
Quando começou a estudar piano, seu projeto era ser pianista, professora de piano, ou as duas profissões, simultaneamente?
Elidamaris – Sempre, desde pequena, pensei em ser pianista, dedicar minha vida a concertos e recitais, mas sempre amei ensinar. Tanto é que comecei a ensinar com 12 anos.
A minha escola foi fundada quando eu tinha 12 anos, mas meu sonho sempre foi, também, trabalhar como pianista. E isso, com o tempo, graças a Deus, aconteceu.
Atualmente, dedico, também, uma parte da minha vida, com todo o meu coração, como pianista. Sou pianista oficial do Coro Sinfônico do Conservatório de Tatuí.
Elidamaris, por você ter nascido no seio de uma família muito religiosa, junto à Congregação Cristã do Brasil, você acredita que, por causa dos hinos religiosos, das grandes orquestras e dos muitos instrumentos de sopro dentro da igreja, isso motivou você a estudar música?
Elidamaris – Ah, sim, claro. Desde que nasci, graças a Deus, frequento a Congregação Cristã, que tem uma orquestra linda, onde você for. No Brasil todo, todas as congregações têm orquestras grandes.
Aqui em Tatuí, por exemplo, nós temos mais ou menos 2.000 músicos oficiais da congregação, fora as organistas. Organistas nós temos quase 600. Tive muita influência, porque o meu pai é músico, e, em casa, sempre teve muita música.
Conheço seus irmãos, todos tocam instrumentos. Seus pais, seu Vante Cortez e dona Lígia, também tocam?
Elidamaris – Sim, meu pai toca clarinete. Minha mãe iniciou os estudos em órgão, também. Dos meus irmãos, a Rose é pianista e violoncelista. O Zé Roque é violinista, e o Claudinei, flautista. Todos músicos. Da nossa família, do lado Cortez, quase todo mundo é músico. Aliás, meu avô também era músico.
Em que ano se formou professora de piano e em qual escola foi diplomada?
Elidamaris – Eu me formei em 1983, pelo Conservatório de Tatuí. Depois, continuei os estudos de aperfeiçoamento em São Paulo, com o professor Gilberto Tinetti, da USP (Universidade de São Paulo). Depois, segui para a França, fazer os meus estudos lá, de aperfeiçoamento. Da França, fui para a Itália e, depois, fiz recital, também naquele mesmo período, em Portugal.
A partir de quando começou a ministrar aulas na sua Escola Music Center Cortez. Eu me lembro de que, além de Tatuí, você também ensinava piano em outras cidades. Continua nessa maratona?
Elidamaris – Faz mais ou menos oito anos que estou somente em Tatuí, mas já trabalhei em sete cidades. Tive sete escolas ao mesmo tempo, sempre viajando para lá e para cá. Em Tietê, por exemplo, trabalhei 18 anos; em Itapetininga, dez. Também trabalhei em Cerquilho, Cesário Lange e Laranjal Paulista.
Eu me lembro de que, numa certa vez, você me contou que tocou piano em um castelo, em outro país. Quando e onde foi essa apresentação?
Elidamaris – Foi em 1983, num castelo do século 12, na cidade de Annecy, na França, que é um encanto de cidadezinha. Todo mundo que vai lá ama. E foi, assim, uma emoção enorme poder fazer um recital naquele castelo.
Elidamaris, além de piano, você toca mais algum instrumento? E, na sua escola, quantos alunos você já diplomou e quais os cursos que você tem?
Elidamaris – Olha, é um número bem grande de alunos formados comigo, graças a Deus. Inclusive, tenho um orgulho imenso que o seu filho se formou comigo, o Cesar. Além de alunos que, hoje, vivem de música, estudaram comigo, se formaram.
Tenho uma aluna que foi embora para o Japão. Ela é professora de música lá, vive de música. Outra aluna minha mora nos Estados Unidos. Ela se formou comigo e tem uma escola em Boston.
Então, são vários. E, mesmo na nossa região, há pouco tempo encontrei com um ex-aluno. Ele me disse que não sabia como agradecer a Deus porque diplomou na minha escola e vive de música, tem família, filhos. Graças a Deus, está bem. Então, é um orgulho para a gente, uma bênção de Deus, mesmo.
Cite um momento que mais marcou a sua vida como pianista.
Elidamaris – Meu concerto de formatura em Tatuí, que foi maravilhoso, acompanhado do pianista Fábio Luz, que, na época, era meu professor. Então, foi, para mim, uma grande vitória. Eu terminei a suíte “Pour le Piano”, de Claude Debussy. Nos últimos acordes, eu tocava e dava glórias a Deus, porque, realmente, foi uma grande vitória de Deus.
E também foi muito importante, para mim, que eu fiz um solo com a Banda da Aeronáutica há alguns anos. Foi bem marcante, porque a banda comprou um piano de calda. Eu fui a escolhida para fazer a inauguração, a estreia do piano. Foi perto do Rio de Janeiro, onde fica uma base da Aeronáutica.
Hoje, quais cursos você ministra junto aos outros professores? Quais instrumentos?
Elidamaris – Temos piano, teclado, acordeom, sax, trombone, bombardino, tuba, clarinete, flauta transversal, flauta doce, flauta contralto, guitarra, violão, canto, violino, viola, violoncelo e contrabaixo.
O meu filho Cesar Luiz de Souza, que agora é engenheiro civil, também se formou na sua escola. Até hoje, ele toca piano lendo partituras. Você conseguiu que ele retomasse o curso. Inclusive, ele me acompanhou numa apresentação sua. Eu cantei “New York, New York”, de Frank Sinatra. Foi um momento incrível.
Como é essa magia que você possui em estimular pessoas de todas as idades a não só ouvir, como também estudar música?
Elidamaris – Voss, nós já dividimos o palco muitas vezes na vida. Sempre foi maravilhoso! A sua presença no palco irradia luz, sem falar nessa voz maravilhosa que você tem. É um prazer sempre dividirmos o palco.
Mas, falando sobre os meus alunos, eu trabalho com pessoas desde os quatro anos. Atualmente, temos orgulho de ter o senhor Orlando Siqueira, com 88 anos e uma voz linda, iniciando estudos agora. Ele está realizando o grande sonho da vida dele, que é ser tecladista.
E nós temos o seu Maurício, é superjovem ainda, e tem 68 anos. Ele iniciou os estudos sem saber nada de música e já está tocando obras clássicas. São pessoas que não tinham leitura nenhuma, lendo partituras. Eles já fizeram parte de vários concertos nossos.
O próximo será no dia 3 de julho, no teatro do Conservatório. Todos serão parte, inclusive, o seu Maurício. Ele estará tocando obras grandiosas do nosso compositor Rob Gardner.
Lembro, também, dos nossos alunos especiais. Há um trabalho lindo na escola que fazemos. Vemos resultados na criança, que muda o comportamento com a família, com a casa, com a escola, trazendo uma alegria imensa na vida da gente, porque música é divina, vem de Deus, que transforma vidas.
Elidamaris – Eu quero agradecer muito a Deus e a você, que é uma pessoa maravilhosa e sempre esteve presente em toda a minha vida. Quero, mais uma vez, agradecer imensamente você e toda Tatuí, porque recebi menção honrosa da Prefeitura, quando você trabalhava com a gente lá. Foi um orgulho muito grande. E de agradecer a todos os nossos amigos, que também são nossos amigos para sempre.
Voss – Eu gostaria de agradecer a você por repartir com todos, que te procuram, a emoção de ouvir, tocar e sentir a música. Ela é o maior sentimento depois do amor no ser humano. Que Deus esteja sempre ao seu lado, te ajudando e dando forças para que você continue fabricando e criando talentos musicais.