A cidade dormia placidamente
no silêncio da noite enluarada.
O bandolim, a flauta e o violão
desataram a bela introdução
e a voz aveludada do menestrel
inundou a madrugada com a poesia
da valsa antiga…
Encantada com a surpresa
ela encostou o rosto na veneziana
e contemplou a cena colorida
pelo clarão da lua cheia.
Ouviu, com emoção, os versos:
“Lábios que beijei/mãos que afaguei/
numa noite de luar, assim…”
Os seresteiros retiram-se calmamente.
Ela enxugou os olhos
e recolheu-se novamente
esperando a volta do sono…