Raul Vallerine
Há momentos na vida em que o melhor que a fazer é calar e observar à nossa volta. O tempo e as atitudes dos outros vão nos dar as respostas certas!
Existe um ditado popular que diz: “O falar é de prata e o ouvir é de ouro”. Certamente, este pensamento demonstra o valor de sabermos o que e como falamos, além de reforçar também o quanto é valioso e importante saber ouvir.
Sobre isso, já ouvi até mesmo a frase: “temos dois ouvidos e uma boca. Isso significa que devemos ouvir muito mais do que falamos”.
O fato é que todos nós já nos deparamos com situações em que pensamos: será que esse é o melhor momento para eu falar algo para aquela pessoa?
Ou será que devo apenas ouvir? Saber o momento mais apropriado para falar e para calar é um desafio para todos nós, que enfrentamos situações que nos provam quase que diariamente.
Reconhecer o momento de falar e o momento de calar influencia os nossos relacionamentos e a forma pela qual lidamos com as pessoas que estão à nossa volta.
A Bíblia Sagrada vai nos orientar da melhor maneira a respeito dessa questão. Em Eclesiastes 3: 7 está escrito que existe o “tempo de calar, tempo de falar”.
Ao longo dos oito primeiros versículos de Eclesiastes 3, lemos vários exemplos de situações que estão relacionadas ao versículo 1: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu”.
Precisamos entender e reconhecer que, pelo fato de existir um tempo para todas as coisas, consequentemente também existe o momento em que devemos calar e outro em que a melhor alternativa é falar.
Relacionado a essa questão, Eclesiastes 3: 7 também nos ensina sobre a importância de calarmos e ouvirmos o outro. Esse ouvir não é simplesmente escutar as palavras que estão saindo da boca do outro, mas se preocupar, dar atenção.
Sobre isso, certa vez li uma frase bem interessante: “Se você não tem nada de bom para falar, nenhum elogio para dizer, nada de construtivo para acrescentar e nem uma palavra de consolo para ofertar, é melhor calar!” 333
Só se cala e ouve quem ama o outro. Um ponto muito interessante que podemos perceber em Eclesiastes é que o verbo ouvir é mencionado antes do falar. O que pode nos indicar que primeiro ouvimos o outro, e depois de o ouvirmos é que falamos com respeito e empatia.
Precisamos ponderar e avaliar aquilo que falamos, pois se não agirmos desta maneira, nossas palavras podem causar um grande prejuízo para nós mesmos e para aqueles a quem falamos.
Uma palavra insensata ou precipitada pode ser responsável por acabar com um relacionamento. Uma palavra falada não pode ser retirada, sendo assim, é imprescindível estarmos atentos para o que falamos, como falamos e em que momentos falamos.
Da mesma forma, reconhecer que existe um tempo para todas as coisas, inclusive para falar, nos ensina que não podemos ser omissos.
Sempre vão existir momentos em que precisamos falar, seja para ensinar, corrigir, ajudar, entre outros. É importante compreendermos que justamente nestas situações as nossas palavras podem ser um instrumento de Deus para auxiliar.
Que cada um de nós entenda que existe o tempo de calar e de ouvir, e o tempo de falar. Além disso, que sejamos motivados a seja ouvindo, seja falando construirmos relacionamentos baseados no amor, no perdão, no respeito mútuo e na empatia.
Uma frase resume tudo: “Eu não concordo com nada do que você diz, mas defenderei até o fim o seu o direito de falar” Aplicar isso como norma de comportamento é um grande exemplo de civilidade.
São as diferenças que nos aproximam, assim como a extrema semelhança não atrai curiosidade para o desconhecido. Se tudo for monótono e igual, simplesmente perde a graça e o sentido. Pense a respeito.