Da reportagem
Em Tatuí, a taxa de ocupação de leitos de UTI (unidades de terapia intensiva) no Sistema Único de Saúde estava em 47% nesta sexta-feira, 5, conforme dados atualizados na tarde de sexta-feira, 5, pela Secretaria Municipal de Saúde.
O percentual considera os 17 leitos públicos disponíveis na cidade, somando os 13 da Santa Casa de Misericórdia aos quatro em funcionamento no Pronto-Socorro Municipal “Erasmo Peixoto”. Entre estes, oito estavam ocupados por pacientes internados com patologias diversas.
Na divisão por setores, os índices de ocupação da UTI eram distintos. No PS, a taxa era de 25%, com uma internação para quatro leitos disponíveis. Já na Santa Casa, que tem uma ala distinta para tratamento da Covid-19 e outra para pacientes em geral, o índice de ocupação era de 53,84%.
Na unidade hospitalar, dos oito leitos destinados a pacientes com patologias diversas, três estavam ocupados. Já na ala que tem cinco leitos reservados ao tratamento da doença causada pelo novo coronavírus, quatro estavam ocupados (80%), sendo um paciente positivo, com a Covid-19, e três que aguardavam o resultado do exame para a doença.
A O Progresso secretária municipal da Saúde, Tirza Luíza de Mello Meira Martins, explicou que todos os leitos contam com respiradores móveis e é possível remanejar os aparelhos de uma ala para outra, em caso de necessidade.
“Mesmo reservando uma área da unidade de terapia intensiva para pacientes confirmados e com suspeita de Covid-19, nós podemos trabalhar com os 17 respiradores que temos e adequar o atendimento conforme a demanda. Temos espaço físico para isso”, informou a secretária.
Tirza classificou a situação do município como tranquila com relação aos números de vagas para internações em UTI, apresentadas no relatório. Contudo, enfatizou que a avaliação é feita diariamente e que pode mudar a qualquer momento.
“Durante a última semana, nós tivemos uma diminuição dos casos graves, que precisaram de atendimento em UTI, e muitos pacientes tiveram alta. Também tivemos novos diagnósticos, porém, a maioria permaneceu em tratamento domiciliar e não precisou de internação”, completou a secretária.
Já na área de enfermaria, segundo a secretária, atualmente, a Santa Casa dispõe de 22 leitos para o tratamento da Covid-19. Contudo, se houver necessidade, o hospital pode chegar a disponibilizar até 54 leitos clínicos de isolamento.
Ela explicou que, caso a ocupação dos leitos seja total, a partir de então, a opção será a ocupação da UPA (unidade de pronto atendimento), que está preparada como “hospital de campanha”.
“A primeira opção é aumentar os leitos da Santa Casa, mas as salas da UPA já estão sendo equipadas, pois estamos pensando em um segundo cenário, com um possível aumento dos casos”, afirmou a secretária.
O índice de ocupação de leitos é um dos indicadores usados pelo governo do estado para a flexibilização da quarentena – prorrogada até o dia 15 de junho -, interferindo diretamente na decisão de possível abertura mais ampla do comércio.
Os números foram contabilizados no quinto dia de vigência do Plano Municipal de Retomada das Atividades, que começou na segunda-feira, 1º, como parte da “Retomada Consciente”, do estado de São Paulo, anunciada pelo governador João Dória.
Pelo plano, o estado foi dividido em 18 regiões, e estas, identificadas por cores. A primeira etapa, determinada como fase vermelha, é de máximo alerta, permitindo apenas que os serviços essenciais funcionem.
Já a fase laranja (2) – na qual Tatuí está inclusa – ainda é de controle e impõe medidas restritivas, mas já permite a abertura de setores como imobiliárias, concessionárias, comércios, shoppings e escritórios.
A fase amarela (3) prevê a abertura de restaurantes, salões de beleza e bares, com restrições de fluxo de clientes e horários, enquanto a fase verde (4) permite nível maior de abertura, mas ainda com restrições. Já a última fase prevê a liberação total, com medidas de higiene, chamada de “o novo normal controlado”.
Cada uma das regiões será avaliada periodicamente de acordo com os indicadores, estabelecidos pelo Comitê de Contingência para Coronavírus e pela Secretaria Estadual da Saúde, e utilizados para classificar cada uma das regiões do estado nas fases de flexibilização da quarentena.
“Existe a flexibilização, mas com olhar atento, sempre avaliando todos os indicadores epidemiológicos, pois nós podemos ir para a fase nova ou voltar para a fase antiga, sempre dependendo dos indicadores”, comentou Tirza.
A secretária apontou que os índices de Tatuí podem ter ajudado a cidade a entrar na fase laranja – que permitiu a abertura de lojas, escritórios e templos religiosos -, contudo, ponderou que a avaliação é feita entre os 28 municípios pertencentes ao DRS (Departamento Regional de Saúde) de Sorocaba.
Ele ainda aponta que, atualmente, os hospitais tatuianos são referência para prestar atendimento, em UTI e enfermaria, para Cerquilho, Quadra, Angatuba e Cesário Lange, e para casos de UTI das cidades de Guareí e Sarapuí.
“Por conta deste atendimento, a análise não é feita com um único município. A nossa rede de referência tem que estar bem, para que todos os que precisarem dentro da rede possam ser atendidos”, explicou a secretária.
Tirza ainda pontuou que, embora flexibilizada, a quarentena continua e requerer cuidados. “Tivemos diversas reuniões com representantes do comércio, porque as medidas precisam ser bem rigorosas, mesmo em funcionamento”, salientou.
“É preciso reforçar o uso da máscara, do álcool em gel, limitar a quantidade de pessoas dentro do estabelecimento, as medidas de distanciamento, os fluxos de entrada e saída e outras situações. Isso precisa ser muito bem respeitado para que a gente possa conter a contaminação”, orientou a secretária.