Tatuí tem aumento de mortes naturais neste 1º mês do ano

Da reportagem

O mês de janeiro teve aumento nos registros de óbitos em Tatuí. O número de mortes por causas naturais aumentou 19,71% em comparação ao mesmo mês do ano passado.

É o que apontam os dados do Portal da Transparência do Registro Civil, órgão administrado pela Arpen-Brasil (Associação Nacional dos registrados de Pessoas Naturais).

De acordo as estatísticas do portal (consultadas às 10h desta terça-feira, 2), entre os dias 1º e 31 do mês passado, foram emitidos 85 registros de óbitos na cidade. No primeiro mês de 2020, foram declaradas 71 mortes por causas naturais.

Desde o início da pandemia, a plataforma do Registro Civil passou a informar dados de óbitos por Covid-19 (suspeitos ou confirmados) e, ao longo dos meses, novos módulos abrangendo mortes por doenças respiratórias e cardíacas, com filtros por estado e município.

As mortes por causas naturais são resultado de doença ou mau funcionamento interno dos órgãos, e, nesta classificação, estão os óbitos por Covid-19, a SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), pneumonia, insuficiência respiratória e septicemia (choque séptico).

Sobre o impacto da Covid-19 no total de registros, os dados apontam que, entre suspeitas e confirmações, os cartórios emitiram 24 certidões de óbito em janeiro. Sem as mortes pela doença, o primeiro mês do ano teria 61 mortes.

Além das mortes por suspeita ou confirmação de Covid-19, oito foram por pneumonia, o que representa queda de 50% em relação ao ano passado, quando foram registradas 16 declarações desta causa de morte.

Mortes por septicemia apareceram em cinco certidões de óbito, 25% a mais que em 2020, quando quatro casos foram registrados. Já a insuficiência respiratória levou seis pessoas à morte – aumento de 200% em comparação ao primeiro mês do ano passado, quando foram emitidas duas declarações de óbito pela doença.

Em janeiro de 2020, uma pessoa teve o registro de morte como “causa indeterminada”. Neste caso, quando a causa é ligada a doenças respiratórias, mas não é conclusiva. Já no mês passado, não houve nenhum registro de óbito do tipo.

Também não houve registro de mortes por SRAG em janeiro, nos dois anos pesquisados. Óbitos relacionados às causas respiratórias apresentadas representaram 43 registros no primeiro mês de 2021, contra 23 em 2020, um aumento de 86,95%.

Entre as causas cardiovasculares, o levantamento apontava queda de 20% nas mortes por AVC, passando de dez registros em janeiro de 2020 para oito no mesmo mês de 2021; e redução de 31 para 17 óbitos relacionados a outros tipos de doenças.

Em contrapartida, houve aumento de 100% nos casos de mortes por infarto,saltando de cinco para dez registros; e crescimento de 250% nos óbitos por causas vasculares inespecíficas, de dois para sete neste ano.

O Portal da Transparência é atualizado diariamente por todos os cartórios do país. A atualização pelos registros de óbitos lavrados pelos cartórios de registro civil obedece a prazos legais.

A família tem até 24 horas após o falecimento para registrar o óbito em cartório, o qual, por sua vez, tem até cinco dias para efetuar o registro e, depois, até oito dias para enviar o ato à Central Nacional de Informações do Registro Civil, que atualiza a plataforma.

As estatísticas se baseiam nas declarações (documentos preenchidos pelos médicos com os falecimentos) que dão origem às certidões de óbito, registradas nos cartórios para a liberação dos sepultamentos.

Números por Covid-19

Pelos dados divulgados pela Secretaria Municipal da Saúde, por meio da Vigilância Epidemiológica, janeiro também foi o mês em que a Covid-19 causou mais mortes na cidade, desde o início da pandemia.

De acordo com os boletins diários, foram confirmadas20 mortes pela doença entre os dias 1º e 31 do mês passado– até então, o pior mês, em número de mortes, havia sido agosto, com 19 casos. Ao todo, até janeiro, a cidade somou120 óbitos positivos por Covid-19.

O terceiro pior mês em número de óbitos foi junho, com 15 registros, seguido de dezembro (14), julho (12), setembro (12), maio (10), outubro (10), e novembro (8).

O levantamento da VE ainda mostra uma curva de contaminação ascendente nos oito meses da pandemia em Tatuí, com 5 casos positivos em março, 14 em abril, 138 em maio, 294 em junho, 703 em julho, 772 em agosto e 821 em setembro.

No mês de outubro, o índice caiu para 442 casos. Contudo, as infecções voltaram a subir em novembro, com 718 confirmações da doença (mais 62,4% em relação ao mês anterior), em dezembro, com 1.049 casos (aumento de 46,10% na comparação com novembro) e em janeiro, com 1.392 positivos (salto de 32,69%).