Com 32 pontos clandestinos de despejo de entulho mapeados pelo Dema (Departamento Municipal de Meio Ambiente), Tatuí está com dificuldade em manter os espaços em ordem.
Mesmo tendo iniciado ações de remoção de restos de construção civil e aberto dois ecopontos para recolhimento de inservíveis, a Prefeitura continua registrando descartes irregulares.
Uma parte deles pode estar vindo de cidades vizinhas. A suspeita foi levantada pelo vereador Alexandre Grandino Teles (PSDB), na noite de terça-feira, 18.
Teles apresentou pedido, à prefeita Maria José Vieira de Camargo, para limpeza de terreno na rua Helena Dal Pozzo Bertin, no Jardim São Paulo.
O parlamentar pediu fiscalização mais intensa e propôs a aplicação de multa aos proprietários que não conservam os terrenos. “Na cidade inteira, estamos tendo esse tipo de problema”, alertou.
Sobre o despejo clandestino de entulho, o vereador sugeriu que houvesse um trabalho conjunto entre a população e a Guarda Civil Municipal para coibir a prática ilegal. De acordo com ele, o descarte de inservíveis – na maioria, restos de construção civil e mobiliário – tem ocorrido “na calada da noite”.
“O pessoal vai à noite com caminhão ou caçamba em um lugar onde a Prefeitura acabou de fazer a limpeza durante o dia. No dia seguinte, está tudo sujo novamente. Acho que é preciso que todos ajam com mais força”, avaliou.
Segundo o vereador, esse tipo de situação tem sido recorrente em determinados pontos, como o terreno conhecido como “Pinheirão”, no Jardim Wanderley. Teles ressaltou que o imóvel tem sido limpo constantemente pela municipalidade e, na mesma proporção, volta a receber lixo.
“Precisa punir, porque já me passaram (a informação) que tem até caminhão de outra cidade jogando em Tatuí. Acho que isso é uma coisa que os próprios munícipes deveriam ajudar, porque eles são os fiscais”, acentuou.
O vereador afirmou que a participação da comunidade – principalmente de pessoas que residem no entorno dos terrenos que recebem lixo clandestino – é fundamental para que o problema seja solucionado.
Ele destacou que, em caso de constatação, os munícipes devem entrar em contato com a GCM. “A cidade é de todo mundo, e a cidade limpa é um bem para todos”, concluiu.
A mesma recomendação é feita pelo subcomandante da GCM, Antonio da Costa. O oficial disse que a conservação depende do apoio da população.
Costa confirmou que a prática ilegal tem ocorrido na cidade e enfatizou que a Prefeitura tem realizado serviço de limpeza dos terrenos, mas que há uma incidência de despejo de entulhos em, pelo menos, dois pontos.
O subcomandante explicou que a Guarda tem atuado intensamente no combate a esse tipo de prática. Ele mencionou que a corporação destaca, para essa finalidade, uma viatura do pelotão ambiental.
“Os guardas desse destacamento apuram as denúncias. E nós já registramos muitas neste ano”, acrescentou. Entretanto, o oficial não pôde confirmar os dados totais de fiscalizações.
Na maioria dos casos, os despejos ocorrem no terreno próximo à sede da 2ª Companhia da Polícia Militar. Costa informou que, lá, o pelotão ambiental já aplicou diversas multas. “Em algumas situações, quando houve flagrante, fizemos a pessoa carregar de volta no caminhão o entulho que despejou”, revelou.
O subcomandante relatou, também, que a presença dos guardas é constante em regiões nas quais a população entra em contato com a corporação.
De acordo com ele, as fiscalizações ocorrem a partir de denúncia. Os guardas civis ambientais também são acionados pelos funcionários do Departamento de Meio Ambiente. “Nós temos guardas preparados para fazer autuações. Se for crime ambiental, eles multam”.
Segundo ele, duas regiões do município estão em situação crítica: o imóvel perto da companhia da PM e um terreno no Inocoop (Conjunto Habitacional “Amaro Padilha”), próximo ao Motódromo Municipal “Altair Passerani Filho”.
Em ambas as áreas, a corporação tem encaminhado agentes para fiscalização quando é acionada pela população. Em geral, os chamados ocorrem à tarde.
“No período da noite, como as pessoas acabam não vendo, não temos como averiguar porque elas não denunciam. É por isso que os terrenos continuam a ser sujos e a receber entulhos”, disse o subcomandante.
A multa para quem for flagrado jogando lixo de modo irregular varia entre R$ 300 e R$ 400.