Da reportagem
Tatuí está perto de atingir a nota máxima na universalização do saneamento básico. É o que aponta o ranking 2021 da Abes (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental), divulgado na terça-feira, 15.
Conforme o levantamento, a cidade obteve 492,48 pontos e passou a ocupar a 33ª posição em uma lista com 37 cidades brasileiras de grande porte (com mais de 100 mil habitantes) na categoria “Rumo à Universalização”.
Publicado anualmente, o Ranking Abes da Universalização do Saneamento apresenta o percentual da população das cidades brasileiras com acesso aos serviços de abastecimento de água, coleta de esgoto, tratamento, coleta de resíduos sólidos e destinação adequada desse material.
Considerando a pontuação em cada item, o estudo identifica o quão próximo cada município está da universalização do saneamento. A classificação é dividida em quatro categorias, de acordo com a pontuação total obtida pela soma do desempenho em cada indicador.
Tatuí está inserida na categoria “Rumo à Universalização”, voltada a cidades acima de 489 pontos. Abaixo, entram as categorias: “Compromisso com a Universalização” (450 a 489 pontos), “Empenho para Universalização” (200 a 449,99) e “Primeiros Passos para a Universalização” (abaixo de 200).
Segundo o ranking de 2021, a cidade conta com 100% no fornecimento de água, 94,08% de coleta de esgoto, 99,65% no tratamento de esgoto, 99,72% de coleta de resíduos sólidos e 100% de destinação adequada de resíduos, totalizando os 492,48 pontos.
A pontuação máxima possível é de 500 pontos, atingida quando o município alcança 100% em todos os cinco indicadores. Os resultados obtidos são apresentados em dois blocos que agrupam os municípios pelo porte populacional: pequeno e médio, de até 100 mil habitantes; e grande, acima de 100 mil.
Na comparação com o ranking de 2020, Tatuí subiu cinco posições e ganhou 4,28 pontos, além de entrar para a nova categoria. No ano passado, a cidade conquistou o primeiro lugar na categoria “Compromisso com a Universalização”, somando 488,20 pontos.
Na edição de 2020, o estudo apontou que a cidade contava com 100% no fornecimento de água, 93,25% de coleta de esgoto, 96,26% no tratamento de esgoto, 98,73% de coleta de resíduos sólidos e 100% de destinação adequada de resíduos.
Comparado com 2019, o município subiu oito posições. Naquele ano, a nota de Tatuí foi de 487,44, com 100% de abastecimento de água, 93,54% de coleta de esgoto, 94,74% de abastecimento de esgoto, 99,16% de coleta de resíduos sólidos e 100% de destinação adequada.
A edição 2021 reúne 1.670 cidades, representando cerca de 70% da população do país e mais de 30% dos municípios brasileiros.
As cidades com até 100 mil habitantes representam a maioria, com 1.407 ranqueados (84,25% do total), sendo que a maior parcela está concentrada na categoria “Empenho para a Universalização”, com 944 municípios (56,53% do total).
A segunda maior parcela (11,92%) entrou na categoria “Compromisso com a Universalização”, com 199 ranqueados. Outros 182 (10,90%) dos municípios de pequeno e médio porte entraram para a categoria “Primeiros Passos para a Universalização” e somente 82 (4,91%) figuram na “Rumo à Universalização”.
Em relação aos indicadores dos municípios de grande porte, são 263 ranqueados (15,75%) – a maior parte concentrada na categoria intermediária (Empenho para a Universalização). São 162 cidades nessa faixa, o que representa 9,70% do total do ranking.
A segunda maior parte das cidades de grande porte (3,23%) figura na categoria “Compromisso com a Universalização”, com 54 ranqueados, e outros dez (0,60%) entram na categoria “Primeiros Passos”. Somente 37 (2,22%) alcançaram a categoria “Rumo à Universalização” – que tem média de 496,56 pontos.
Para todas as bases da pesquisa publicada neste ano, foi considerado 2019 como referência – período dos dados mais recentes do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Só entram no ranking os municípios que forneceram ao SNIS as informações para cálculo de cada um dos indicadores.
Saúde e saneamento
O ranking ainda faz a correlação entre as variáveis: saúde e saneamento, abordados por meio das DRSAI (doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado), definidas em pesquisa financiada pela Funasa (Fundação Nacional de Saúde).
São consideradas as doenças de transmissão feco-oral (diarreias, febres entéricas, hepatite A), e sobre elas é calculada a taxa de internações média por 100 mil habitantes. Em 2021, a taxa de Tatuí foi de 31,2%; em 2020, 20,7%; e em 2019, 18%. A média nacional da categoria “Rumo à Universalização” foi de 24% nos últimos dois anos.
Em nota à O Progresso, a Sabesp – responsável pela operação do abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto no município – afirmou que a cidade “é modelo em saneamento, e seus índices podem ser considerados referência”.
A companhia destacou que os investimentos em saneamento básico promovidos nos últimos anos em Tatuí têm dado resultado na melhoria das águas dos ribeirões, córregos e rios que cortam a cidade, como o ribeirão Lavapés, Manduca e Ponte Preta.
Segundo a companhia, a cidade possui mais de 250 quilômetros de tubulações de esgotos – entre redes, coletores, interceptores e emissários -, “e todo o esgoto coletado passa por três lagoas de tratamento, que, juntas, tratam aproximadamente 175 litros de esgotos por segundo”.
“Assim, os investimentos, além de contribuírem para o meio ambiente, refletem também em benefícios para a população, com a redução de doenças de veiculação hídrica e dos índices de mortalidade infantil”, completou a companhia.
Ainda em nota, a Sabesp informa operar o abastecimento de água e a coleta e tratamento de esgoto de 41 dos 119 municípios brasileiros no topo da relação de serviços universalizados ou próximos desse patamar, no ranking Abes.
O estudo da Abes mostra que a Sabesp opera os serviços de 11 dos 37 municípios acima de 100 mil habitantes: Hortolândia, Assis, Paulínia, Santos, Taubaté, Botucatu, Franca, São José dos Campos, Pindamonhangaba, Poá e Tatuí.
Outras 30 cidades consideradas de pequeno e médio porte atendidas pela companhia estão rumo à universalização, entre elas: Boraceia, Borá, Santa Clara D’Oeste, Santa Ernestina, Ouroeste e Lins.
O estudo completo pode ser consultado no site da Abes no http://abes-dn.org.br/?page_id=41939.