Da reportagem
A prefeitura de Tatuí, por meio da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, conquistou o terceiro lugar no Prêmio “Josué de Castro”, de combate à fome e à desnutrição, promovido pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento, do estado de São Paulo.
A cerimônia de premiação aconteceu na noite do dia 10, na sede da secretaria, na capital paulista, e Tatuí foi representada pelo diretor municipal da Agricultura, Juliano Marcel de Moraes.
Também estiveram presentes a coordenadora do Banco de Alimentos, Maria Cecília Peixoto Camargo, o engenheiro agrônomo municipal Leandro Cesar Lopes, a coordenadora do “Hortas Solidárias”, Vanessa Meira de Souza, e a vereadora Débora Camargo.
A premiação foi decorrente aos projetos Banco de Alimentos, Hortas Solidárias, Farmácia Viva, Mudas Solidárias e ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) “Cesta Verde”.
De acordo com o secretário da pasta, José Hélio de Oliveira Júnior, o Banco de Alimentos vem sendo destaque na região, graças à coleta de alimentos de setores produtivos para reaproveitá-los, redistribuindo-os para famílias carentes.
“Estou muito feliz com esta conquista, que mostra que o Banco de Alimentos de Tatuí está no caminho certo. Uma batalha diária e constante contra a fome e o desperdício de alimentos, mudando a história de pessoas que realmente necessitam”, comemorou.
“Cerca de 12 mil pessoas, entre famílias em situação de vulnerabilidade e pessoas assistidas por entidades, são beneficiadas pelas ações promovidas pelo Banco Municipal de Alimentos ‘Zacharias Nunes Rolim’”, destacou Oliveira Júnior.
Segundo o secretário, o órgão recebe, aproximadamente, uma tonelada de alimentos por dia, de supermercados e agricultores do município, com o intuito de diminuir o desperdício e garantir a segurança alimentar dos assistidos.
“Em virtude disso, como forma de otimizar o reaproveitamento, os alimentos são usados de forma integral, por meio de processamento, gerando receitas de aproveitamento, como molho de tomate, sopas de legumes, temperos, geleias, doces e compotas”, enfatizou o chefe da pasta.
Para Oliveira Júnior, como resultado das ações, houve redução no desperdício de, aproximadamente, 400 quilos de alimentos por semana, além de aumento da diversidade da dieta das famílias assistidas, bem como o aumento da procura por diferentes tipos de alimentos e orientações sobre formas de preparos alternativos – inclusive, utilizando-se as folhas, os talos e as cascas.
“Este fator, com certeza, contribuiu para que nosso projeto ganhasse destaque na premiação”, frisou. Já a Horta Solidária pode ser considerada uma ramificação do banco, visto que fornece alimentos para que lá sejam distribuídos.
O “Muda Solidária”, por sua vez, consiste na troca de alimentos por mudas de árvores, como de dois quilos e/ou dois litros dos alimentos: arroz, feijão, leite UHT, farinha de milho, macarrão e fubá. Em troca, a população recebe até cinco mudas de árvores nativas e/ou frutíferas.
Todos os alimentos arrecadados são doados para as famílias em situação de vulnerabilidade social assistidas pelo banco. “A ação ocorre para que o estoque desses alimentos não baixe, já que são tão essenciais para a sobrevivência básica de muitas famílias”, acentuou o secretário.
O outro projeto inscrito é o Programa de Aquisição de Alimentos “Cesta Verde”. “Os recursos são oriundos do Ministério da Cidadania, através do governo do estado de São Paulo, e o programa é executado pela Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati) e Casa da Agricultura, em parceria com a prefeitura”, explicou Oliveira Júnior. No total, são 16 agricultores familiares e 250 famílias beneficiados com o programa.
A partir daí, são repassados os produtos ao Banco de Alimentos, que os distribui em cestas básicas para pessoas em situação de vulnerabilidade social e insegurança alimentar e nutricional. Na primeira entrega, 600 quilos de repolho e abóbora japonesa foram destinados às famílias.
Entre os produtos adquiridos dos produtores rurais semanalmente, estão frutas e hortaliças, como acelga, alface, chicória, repolho, milho, laranja, maracujá, tangerina, pepino, abóbora brasileira, abóbora paulista, abóbora japonesa, berinjela, quiabo, couve-manteiga, mandioca e banana. “O programa, iniciado no final de maio, segue até dezembro deste ano”, pontuou Oliveira Júnior.
“Os impactos positivos já são sentidos na população em situação de vulnerabilidade, que são os assistidos pelos programas citados, contribuindo concretamente para a melhoria da saúde das pessoas atendidas”, acentuou o secretário.
“Muitas vezes, estas pessoas sofrem com a crise e não são vistas. Lembrando que a fome dói, exclui, mata e constitui-se em um abuso social. No banco, nada se perde, tudo é reaproveitado”, complementou.
“No Brasil, o desperdício na produção e distribuição ou nas formas de consumo de alimentos afeta diretamente o setor produtivo, com a expansão das áreas de lavouras e pastagens, diminuindo progressivamente as áreas de vegetação nativa e de preservação”, alertou.
Oliveira Júnior finalizou destacando que o desperdício também “tem consequências indiretas, como a perda de biodiversidade, os processos erosivos no solo e a contaminação do ar e dos lençóis freáticos, por pesticidas e adubos minerais. A secretaria vem trabalhando com afinco para que o solo seja trabalhado de forma correta. Com isso, se produz mais e menos se agride a natureza”.
O prêmio “Josué de Castro” foi criado com o intuito de identificar, certificar e premiar os melhores programas ou projetos de políticas públicas, desenvolvidos pelos órgãos do estado paulista, sejam municipais ou estaduais, além de difundir iniciativas voltadas à formulação de soluções concretas para o combate à fome e à promoção da segurança alimentar e nutricional.
Prefeito Miguel Lopes Cardoso Júnior e Juliano Marcel de Moraes, que representou a pasta da Agricultura e Meio Ambiente na solenidade (foto: AI Prefeitura)
