Jornal O Progresso de Tatuí promove edição de cem anos

Campanha em site e redes sociais oferece tabloide especial

Da redação

O jornal O Progresso de Tatuí está promovendo a campanha “Um século de Progresso”, pela qual leva até os leitores, em sus residências e gratuitamente, o suplemento especial que marca os cem anos do periódico. Para receber o “presente”, , basta preencher o cadastro no link https://oprogressodetatui.rds.land/um-seculo-de-progresso.

“Institucionalmente, o suplemento é um registro histórico. A intenção é, literalmente, imprimir o trabalho feito pelo jornal desde o início. Mais até: o que fizemos foi resgatar os primórdios da imprensa em Tatuí, os quais abriram caminho ao surgimento de O Progresso, observou Ivan Camargo, editor do jornal.

“O objetivo também foi fazer um material interessante para consulta agora ou daqui a vários anos, até porque temos, neste caso, o maior registro dos fatos acontecidos na cidade em relação a qualquer outra publicação”, acrescentou.

Camargo explica que tornar o tabloide acessível ao maior número possível de pessoas faz parte de uma série de ações pensadas para comemorar o centenário do jornal.

“Fizemos um excedente de tiragem bastante grande. O primeiro lote foi para os anunciantes, aqueles que buscam o bissemanário nos pontos de venda e para os patrocinadores do trabalho”, conta o editor.

O restante será utilizado em campanhas e periodicamente em demais ações durante todo o ano do centenário, que segue até julho de 2023. “Queremos que as pessoas conheçam a história de Tatuí, além de ser uma forma de comemorar esses cem anos, registrando o legado que O Progresso tem deixado à cidade em todo esse tempo”, enumera.

Até a metade do ano que vem, quando se encerram as comemorações do centenário, Camargo prevê ao menos outras duas ações, começando por uma exposição dos materiais do jornal.

Outra, seria a cessão, ao município, do prelo que era utilizado para as primeiras impressões do jornal, pela família Ortiz de Camargo, que ficou mais de cinco décadas comandando o periódico.

Neste sentido, a doação do equipamento, considerado uma relíquia, já foi ofertado pela família ao comitê que trabalha na expografia do futuro MIS (Museu da Imagem e do Som) de Tatuí.

O especial

O suplemento marca as comemorações dos cem anos do jornal, que tiveram início em julho deste ano e se encerram em julho do ano que vem. É um compêndio de 124 páginas que contam a trajetória de um periódico que nunca foi “contra ninguém”, senão “a favor do município”.

“Um Século de Progresso” é dividido em seis capítulos, que contam desde o momento em que suas primeiras páginas foram entregues aos tatuianos até os dias de hoje, em que a tecnologia está presente no cotidiano do atual bissemanário.

É uma oportunidade, ainda, de acompanhar a história de Tatuí no período, vez que O Progresso registrou todos os momentos marcantes dessa passagem do tempo.

O leitor pode acompanhar trechos do primeiro editorial, assinado por Cândido de Souza Freire, em 1922. Pouco menos de dois anos depois, em 6 de janeiro de 1924, José Ortiz de Camargo, o “Zé Marinheiro”, tomava a direção do jornal, posição que manteve por 20 anos, até falecer, em 1944.

Vem então o terceiro editor de O Progresso: Vicente Ortiz de Camargo, o “Vicentinho”, que permaneceu na função até dezembro de 1970. Em janeiro de 1971, chegava a vez de José Nascimento assumir a responsabilidade pela edição. Primo de “Vicentinho” e sobrinho de “Marinheiro”, Nascimento estava envolvido com o cotidiano do jornal desde os 12 anos, principalmente na área gráfica.

Naquela época, surge a figura de Marina da Coll Ortiz de Camargo, que se consolidou como a primeira grande protagonista mulher da imprensa tatuiana, atuando pela maior parte das décadas em que o periódico esteve sob os cuidados da família Ortiz de Camargo.

Com a aquisição de O Progresso de Tatuí pela família Camargo Gonçalves, em 1981 (e que permanece à frente do bissemanário até a atualidade), uma nova mulher passou também a inscrever seu nome na história da imprensa tatuiana.

Ana Maria de Camargo, desde 1981, assumiu múltiplas funções no cotidiano do jornal, inclusive a administração, e ainda hoje cuida da revisão final das páginas do periódico.

Naquele ano, Ivan Gonçalves – que ainda garoto frequentava a oficina tipográfica -, assumiu a direção da empresa e, durante 14 anos, trouxe diversas inovações, como a passagem da impressão tipográfica (sistema que utiliza fôrma com a imagem a ser impressa gravada em relevo) para offset, além do avanço para duas edições semanais.

Com a separação do casal, o filho Ivan Camargo assume a direção do periódico, posição que mantém até hoje, implementando seguidas novidades, como convênios, concursos, campanhas e crescentes investimentos na plataforma digital da publicação.

No momento, tem como parceira no comando da empresa a esposa, Lívia Amara Rodrigues de Oliveira, à frente do setor comercial.

Seis capítulos

O suplemento apresenta a origem da imprensa tatuiana e a fundação do jornal mais antigo da Cidade Ternura – e um dos mais longevos do país -, sob a identificação de “Origens de Progresso”.

Na sequência, há a série de reportagens com o indicativo “Agentes de Progresso”, nas quais são resgatadas as trajetórias daqueles que, entre proprietários e colaboradores, foram fundamentais para a publicação em suas primeiras décadas.

Os dois capítulos contextualizam os acontecimentos da época que abriram portas para o surgimento da imprensa na cidade e, consequentemente, de O Progresso de Tatuí.

Em seguida, encontram-se perfis da professora Maria Aparecida Ortiz de Camargo, a Cidinha, filha de Vicente Ortiz de Camargo e neta de José Ortiz de Camargo, sucessor e fundador de O Progresso de Tatuí, respectivamente.

Ela conta detalhes do então cotidiano do jornal. Da época de Vicente Ortiz de Camargo e José Ortiz de Camargo, ficou eternizada a história do limoeiro nos fundos da casa e perto da oficina do jornal.

Para se prevenir dos efeitos da ditadura militar – instituída em 1964 e que durou 21 anos (até 1985) -, alguns originais das notícias eram queimados em um buraco aos pés desse pé de limão galego.

Do perfil de José Ortiz de Camargo, o “Zé Marinheiro”, fica o registro de alguém que, cansado de brigas políticas, decide por fixar a marca de um jornal com isenção. “Ele decidiu por ‘montar’ uma publicação que fosse o oposto das que existiam: o ‘Cidade de Tatuhy’, pertencente a Manoel Guedes Pinto de Mello, e o ‘Comarca de Tatuhy’, de Laurindo Dias Minhoto (ambos utilizados pelos respectivos proprietários como plataforma para críticas entre si)”, registra o suplemento.

José Nascimento também é destaque. Após a morte do pai, foi criado na casa do tio “Zé Marinheiro”, vindo a exercer várias funções em O Progresso. Mas, por volta dos 40 anos, apesar de ser muito sociável, segundo contaram familiares no suplemento de 90 anos do jornal, “viu os amigos todos se casarem e deixou de sair de casa, o que lhe rendeu o apelido de Conde de Monte Cristo”. Passou a dedicar-se mais ainda ao periódico, chegando a gerente do então semanário. Em janeiro de 1971, assumiu a direção do jornal. A vida de clausura de José de Nascimento, no entanto, não mudou.

Em entrevista a O Progresso de Tatuí, o jornalista José Ortiz Camargo Neto, neto de “Zé Marinheiro” e filho de “Vicentinho”, registra que, “sem dúvida, o passado nunca passou, é sempre presente, e assim será até o fim dos meus dias”.

“Trago o jornal, o trabalho de meu pai e do Zé Nascimento na mente e no coração, em todo lugar que vou – e olha que já viajei por muitos lugares do mundo”, diz ele.

Entre as lembranças revive o trabalho do pai; a censura e as “artimanhas” para enganar o delegado, até a chegada da autocensura; as histórias pitorescas do avô; e o tempo em que vivia no exterior e foi colunista do jornal.

“Meu pai sempre foi um democrata até a raiz dos cabelos e transmitiu isso para mim. Não suportava ditadura, seja da espécie que fosse. A liberdade de expressão para ele era sagrada. Sempre foi com a informação até onde pode, mas, às vezes, teve de aguentar a censura sem poder fugir”, conta Neto.

Campanhas

No terceiro capítulo, encontram-se algumas das contribuições do jornal à comunidade, em “Legado de Progresso”, como, entre outras, o título Cidade Ternura, a Semana Paulo Setúbal, o Concurso Artístico e Literário de Natal e o primeiro guia turístico do município.

Destaque também para um perfil de Maurício Loureiro Gama, o primeiro “âncora” de TV do Brasil e que teve o primeiro contato com o jornalismo por meio de O Progresso de Tatuí, jornal que ele passou a frequentar a partir dos 16 anos e no qual atuou por alguns anos até ser contratado pelo “Correio de São Paulo”, aos 21.

Há a reprodução de seu primeiro texto para o então semanário, intitulado “Mais um dever que se impõe”, publicado na edição número 517, de 14 de maio de 1933.

As campanhas de O Progresso também ganham destaque no tabloide. Uma delas integra as mobilizações para homenagens ao escritor Paulo Setúbal, que resultaram na criação de um concurso que acontece até a atualidade, desdobrado em duas vertentes.

A outra, após a morte de Paulo Setúbal, sugeria homenagem ao escritor. A proposta foi acatada e o nome da praça João Pessoa passou a ser Paulo Setúbal.

O suplemento destaca, ainda, o papel determinante do periódico no reconhecimento do município como Cidade Ternura. Artigo de Osmar Pimentel, desenvolvido para O Progresso de Tatuí, eternizou o município como Cidade Ternura.

Sem nunca ter visitado a cidade, mas “sonhando com os muitos elogios que o amigo Maurício Loureiro Gama fazia ao município”, Pimentel comparou Tatuí a uma noiva (e seus algodoais, a um véu), uma verdadeira “promessa de felicidade”. A íntegra do artigo é reproduzida no tabloide.

Um dos mais importantes acontecimentos institucionais de O Progresso de Tatuí tem sua história contada também: o Concurso Artístico e Literário de Natal, que neste ano chega à 27ª edição, somando cerca de de 50 mil participações em sua existência e envolvendo a comunidade escolar do ensino fundamental de escolas públicas e particulares.

Outra publicação de grande sucesso de O Progresso também é retratada: o Guia Turístico e Gastronômico “Tatuí Cidade Ternura”. Segundo o suplemento, o compêndio surgiu “a partir de uma carência da Capital da Música, que até 2016 não possuía nenhuma publicação especializada em sua gastronomia e potencial turístico.

Por isso, o jornal passou a produzir um guia impresso com os prestadores de serviços e empresas das áreas de turismo, lazer, cultura, alimentação e hospedagem do município, além de praticamente todos os atrativos turísticos, com versão digital na internet. O site estará logo disponível pelo endereço da Empresa de Comunicação Tatuí Cidade Ternura (www.tatuicidadeternura.com.br).

No capítulo “Décadas de Progresso”, centenas de notícias são republicadas – tal como veiculadas na época -, selecionadas entre as mais significativas dos primeiros 80 anos da publicação.

Troca de comando

Já “Progresso em Curso” marca a passagem do periódico para a administração atual, dos Camargo Gonçalves, depois de 59 anos sob a responsabilidade da família Ortiz de Camargo (não há parentesco entre elas).

Nesse segmento, compõem as reportagens as mudanças mais relevantes implantadas no jornal durante as últimas décadas – como a passagem da tipografia, em processo praticamente artesanal, à impressão em offset, as atualizações visuais constantes e o avanço para o digital.

“A família Ortiz de Camargo se dedicou a noticiar os fatos mais importantes e marcantes da cidade por 58 anos ininterruptos. Em dezembro de 1980, quando o periódico somava exatamente 2.838 edições, os proprietários veicularam – entre os fatos que encerravam o ano – a mudança de direção. A transição virou notícia de capa em 28 de dezembro, a última edição da década, encerrando um ciclo de lutas e sucesso, além de marcar, ao mesmo tempo, a chegada de uma nova era de transformações, desafios e superações”, registra o tabloide.

Alterações sensíveis foram feitas, como a seção de classificados, a remodelação da coluna Policiais e a circulação de suplementos. Em 1983, começa a circular o suplemento “Ronda Policial”.

“O projeto consistia em mostrar o que se “passava dentro da esfera policial e, principalmente, nas ruas”, destaca o especial. Desta forma, conforme se pensava, tanto a publicação como a população poderiam ter uma “ótica mais precisa da realidade da cidade”.

Bem aceita entre leitores e anunciantes, a “Ronda” abriu as portas a outro projeto que resultou em uma das maiores transformações do jornal: a mudança de semanário para bissemanário. Mudança concretizada também no tamanho da folha do jornal, que passou a rodar no formato standard.

Na sequência, o suplemento apresenta as principais figuras da nova administração e as seguidas renovações de conteúdo, projeto gráfico e tecnologias.

Uma das alterações marca a mudança do “fechamento” (jargão jornalístico para o término da produção de uma edição) para dois dias da semana, conferindo mais agilidade às notícias (antes, as duas edições eram impressas no mesmo dia, em gráfica da capital).

Em seguida, veio o aumento no número de páginas e seções. Em 1997, o jornal apresenta o noticiário nacional, um compilado dos principais fatos do Brasil e do mundo produzido pela então Agência Folha, atualmente FolhaPress. E, na sequência, acontece a ampliação para uma terceira edição semanal.

O periódico aumenta mais uma vez o número de páginas e ganha um selo comemorativo, alusivo ao septuagésimo quinto aniversário, que passa a fazer parte do logotipo.

Na sequência, em 1998, a primeira redação própria da história de O Progresso de Tatuí é inaugurada, na praça Adelaide Guedes, 145.

Como novidade a seguir, o jornal expande as atividades para a esfera digital e lança site próprio, que entrou em operação em fevereiro de 2001.

Em “Do Artesanal ao Digital”, o suplemento registra todo o caminho percorrido graficamente pelo Progresso desde a fundação de “O Progresso de Tathuy”.

Em particular, acompanha as alterações do logotipo até a atualidade, o qual, desde o início das comemorações do centenário, ganhou um selo comemorativo. A evolução da linha editorial também é esmiuçada.

Uma homenagem ao trabalho de Altair Vieira de Camargo, o Bisteka, e Erivelton de Morais, responsáveis pela diagramação e arte-finalização do jornal mais antigo de Tatuí abre “Família de Progresso”, sobre os profissionais e colaboradores que produzem o jornal.

“A colaboração imprescindível de diversos colunistas compõe o último capítulo, chamado ‘Família de Progresso’, com destaque para o mais fiel de todos, Jorge Rizek (há exatos 38 anos assinando coluna social no periódico, iniciada em 16 de setembro de 1984).

“Com o perdão de eventualmente preterir alguém entre tantos inestimáveis colaboradores, colunistas e jornalistas”, o jornal ainda relembra o privilégio de contar (ou ter contado) com Maurício Loureiro Gama, Aniz Boneder, Cecê César Júnior, Walter Silveira da Mota, Jorge Ferreira, Nelson Marcondes do Amaral, Erasmo Peixoto (com um perfil assinado por Deise Juliana Voight), Renato Ferreira de Camargo, Leda de G. A. Pires, José Teixeira de Almeida, Cláudio Guarugy Comelli, Luiz Carlos Teixeira, Dilceu Vieira, J. Martins, João Levi, Ademar Machado, Nicola Caporrino, Soraya Rossi, Vera Sá, Cristina Siqueira, Raymundo Farias de Oliveira, Raul Vallerine, Cláudio Aldecir, Fran Campos, Wilson Bertrami, Gaspar Aiub, Giorge de Santi, Junior Mosko, Henrique Autran Dourado e Jorge Sidnei Rodrigues da Costa.

Cortesia

Além de poder conhecer a história completa dos cem anos de O Progresso de Tatuí, a campanha “Um Século de Progresso” garante, até o início do próximo ano, a cortesia das edições de quarta-feira e final de semana, com a assinatura gratuita, como parte integrante da ação institucional.