Da reportagem
A economia tatuiana gerou 1.350 vagas de trabalho com carteira assinada em 2021, conforme dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados nesta segunda-feira, 31 de janeiro, pelo Ministério do Trabalho e Previdência.
O cadastro aponta que11.164trabalhadores foram contratados nos 12 meses do ano passado, nos cinco setores analisados (agropecuária, comércio, construção civil, indústria e serviços), ante a demissão de 9.814no mesmo período.
O resultado é o melhor dos últimos 11 anos.Conforme o Caged, antes disso, o município só havia registrado saldo positivo maior do que mil vagas em 2010, quando 2.203 novos postos foram abertos.
O saldo dos 12 meses de 2021 ainda é quase três vezes maior (192,84%), em comparação ao mesmo período de 2020, quando surgiram 461 novas vagas. Contudo, os dados ainda podem ser revisados.
No ano passado, no fim de janeiro, o Ministério da Economia divulgou que, em 2020, as admissões haviam superado as demissões em 551 empregos; já em novembro de 2021, com os dados revisados, foram apontadas 468 vagas e, nesta quinta-feira, 3, o cadastro mostrava o saldo de 461 postos em 2020.
De acordo com Levi Soares, diretor do Cate (Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo), que coordena o PAT, o número deste ano surpreendeu positivamente, principalmente pelo fato de 2021 ter sido um ano ainda impactado pela pandemia.
“Mesmo ainda sofrendo os impactos da pandemia, conseguimos driblar as dificuldades e terminar o ano com o melhor saldo que já tivemos”, disse o diretor, apontando que mais da metade das contrações ocorreram por meio do PAT.
Conforme o Caged, o saldo positivo foi “puxado” pela indústria, coma abertura de 612 postos.As vagas correspondem a 45,33% do total de postos de trabalho abertos em 2021. O saldo é resultado de 2.929contratados para 2.317 demitidos.
A atividade industrial fechou o ano como a segunda maior empregadora de Tatuí, com o estoque de 8.426trabalhadores com carteira assinada – o que representa 30,51% dos 27.611formalizados.
Entre os subsetores da atividade econômica industrial, o melhor saldo entre janeiro e dezembro é o da indústria de transformação. O setor criou 573 postos de trabalho nos 12 meses, advindos de 2.770 admissões e 2.197 demissões.
Em seguida, o quadro apresenta 42 novas vagas na indústria de água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação. O setor contratou 64 trabalhadores com carteira assinada e dispensou 22, no período.
Na sequência, aparecem as indústrias de eletricidade e gás, com uma nova vaga (quatro admissões e três demissões); e extrativas, com menos quatro postos (91 contratados e 95 demitidos).
Segundo Soares, empresas como a BRF Brasil Foods e a multinacional Yazaki do Brasil foram as principais contratadoras no ano passado. “Os serviços mais oferecidos foram na área de produção, mas também foram contratados auxiliares de limpeza, porteiros e outras categorias”, afirmou o diretor.
Soares explicou que outras empresas, como a Zanqueta, Rosaves e Frango Oeste, também foram grandes contratadoras no ano passado. Contudo, por serem empresas situadas em cidades vizinhas, as contratações não são contabilizadas por Tatuí, mas pelo município de origem.
Já o segundo melhor saldo de vagas do ano passado é do setor de serviços, com a geração de 392 postos de trabalho formal – o equivalente a 29,03% do total de empregos gerados. O resultado vem de 3.796 contratações para 3.404 desligamentos.
De acordo com o estudo do Caged, a atividade econômica é a principal contratadora do município e fechou o ano com estoque de 9.541 trabalhadores formalizados -34,55% do total de empregados do município.
Entre os subsetores, o melhor resultado é da área de serviços de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas, com saldo positivo de 181 postos, advindos de 1.070 admissões e 889 desligamentos.
A categoria que engloba os serviços de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais aparece em seguida, com 92 novas vagas (857 contratações e 765 demissões).
Na sequência, vêm os setores de alojamento e alimentação, com 61 novas vagas (656 para 595); transporte, armazenagem e correio, com 42 (976 para 934); “outros serviços”, com 19 (230 para 211); e serviços domésticos, com saldo negativo de três vagas (7 para 10).
Em terceiro na lista dos setores que mais geraram vagas no ano passado, aparece o comércio, com a criação de 219 postos, advindos de 3.643 admissões para 3.424 desligamentos. O saldo representa 16,22% do total de vagas abertas em 2021.
Segundo o Caged, o comércio tatuiano é o terceiro setor com maior número de trabalhadores formalizados. Entre janeiro e dezembro do ano passado, a atividade concentrou 27,26% da mão de obra do município, com estoque de 7.527 empregados.
O melhor saldo entre os subsetores é o do comércio varejista, com 228 novos postos de trabalho – resultado de 2.711 contratações para 2.483 demissões. Em seguida, aparece o comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas, com 32 novas vagas (331 para 299).
O único subsetor a fechar o ano com saldo negativo é o comércio por atacado. A atividade perdeu 41 vagas – resultado de 601 admissões para 642 demissões, no período.
O setor de construção civil entra na tabela do Caged com 95 novos postos de trabalho. O saldo é o quarto melhor do ano passado e corresponde a 7,03% do total de vagas criadas no município.
A atividade econômica engloba os setores de construção de edifícios, obras e infraestrutura e serviços especializados para a construção, que somam 647 trabalhadores formalizados, correspondentes a 2,34% do estoque de empregos.
Os três subsetores da construção civil fecharam o ano com saldo positivo, sendo 50 vagas criadas na área de serviços especializados (241 para 191); 31 novos postos em obras e infraestrutura (141 para 83); e 14 na construção de edifícios (229 para 215).
Em quinto lugar na lista dos setores que mais criaram vagas em 2021, aparece a agropecuária, com saldo positivo de 32 novos postos de trabalho – 2,37% do total de empregos gerados em Tatuí.
Os setores de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura concentram 5,32% da mão de obra do município, com estoque de 1.470 trabalhadores formalizados entre janeiro e dezembro do ano passado.
O diretor do PAT classifica o saldo como reflexo da retomada econômica em Tatuí e aponta que os dados referentes aos próximos meses também tendem a ser positivos. Segundo ele, o órgão começou 2022 com diversas contratações.
Mais jovens e mais mulheres
O levantamento do Ministério do Trabalho e Previdência ainda aponta que os mais jovens ocupam a maioria das novas vagas de trabalho. Nos 12 meses de 2021, 935 pessoas entre 18 e 24 anos foram contratados com carteira assinada em Tatuí.
A segunda faixa etária com maior número de contratações é a de até 17 anos, com 212 novos trabalhadores formalizados. Em seguida, aparece a faixa de 25 a 29 anos, com 156; de 30 a 39 anos, com 186; e de 40 a 49 anos, com três novas contratações.
O saldo de novos empregos formais só é positivo entre os trabalhadores de até 49 anos. Na faixa de 50 a 64 anos, 108 trabalhadores perderam espaço no mercado formal, e entre 65 anos ou mais, foram menos 34.
O órgão ainda mostra que as mulheres ocuparam mais da metade das 1.350 novas vagas geradas em 2021. O sexo feminino corresponde a 54,29% das novas contratações, com 733 mulheres formalizadas no mercado de trabalho. Os homens preencheram 45,71%, com 617 contratações.
Dezembro
Entre os meses de janeiro e novembro, Tatuí obteve consecutivos saldos positivos, mas em dezembro, conforme o levantamento mais recente do Caged, as contratações (720) não superaram as demissões (996), fechando 276 postos de trabalho.
No 12º mês, quatro dos cinco setores analisados pelo Caged apresentaram saldo negativo. Segundo o levantamento, o pior resultado foi o do setor de serviços, com o fechamento de 188 vagas (261 admissões e 449 demissões).
Em seguida, aparecem os setores de comércio, com menos 37 vagas (236 para 273); agropecuária, com o encerramento de 30 formalizações (9 para 39); e construção, com o fechamento de 27 postos (22 para 49).
O único setor com saldo positivo no último mês do ano é o da indústria. A atividade gerou seis novos postos em dezembro – resultado de 192 admissões e 186 desligamentos.
O resultado negativo, entretanto, representa variação de menos 0,99% em comparação com o mês de novembro e não alterou o saldo do acumulado do ano, que apresentou variação positiva de 5,14% em comparação aos 12 meses de 2020.
Os dados referentes ao mês de janeiro devem ser divulgados pelo órgão até o final de fevereiro.
