A prefeitura está aguardando aprovação do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte) para iniciar as obras de restauração da Estação Ferroviária.
A intenção é transformar o prédio histórico no novo Centro Cultural, contudo, as negociações – que já estavam quase acertadas com o órgão – foram canceladas e terão de ser reavaliadas.
De acordo com o secretário do Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude, Cassiano Sinisgalli, a concessão de uso do prédio já está autorizada pela empresa Rumo Malha Sul S.A. – concessionária que detém o direito de uso do imóvel –, mas, a prefeitura quer a autorização do DNIT, que é o órgão administrador do prédio, para poder iniciar os projetos de restauração.
“A gente foi até São Paulo no ano passado, assinamos com a Rumo e já estava tudo certo com o DNIT, mas, como mudou a gestão no governo federal, foram cancelados os últimos contratos assinados no final do ano pelo governo anterior”, explicou o secretário.
Conforme Sinisgalli, desde o início da atual gestão, a pasta tem projetado a intenção de utilizar o espaço como patrimônio cultural, turístico e histórico. A linha férrea não é utilizada há mais de um ano e as tratativas começaram a ganhar novos rumos nos últimos meses.
“Estamos em conversa com o diretor regional há dois anos. Hoje, a DNIT também está junto no processo, em alinhamento com a empresa detentora da concessão e a prefeitura. Queríamos que o DNIT estivesse envolvido, até porque a prefeitura vai dar um aporte financeiro para a revitalização, e tínhamos que ter esta segurança”, explicou.
Para tentar resolver a situação, o secretário esteve em Brasília (DF) na quinta-feira, 13, acompanhado do ex-prefeito Luiz Gonzaga Vieira de Camargo, atual secretário parlamentar do deputado federal Samuel Moreira. O assunto foi tema de audiência com o coordenador de patrimônio ferroviário do DNIT, Marcelo Noronha Melo.
Sinisgalli informa que o coordenador do DNIT confirmou que o contrato que autorizava o uso por parte deles já havia sido assinado, mas explicou que o projeto não havia passado pelo aval do departamento jurídico do órgão do governo federal.
“Nós fechamos um acordo, no qual eles garantiram que vão pegar o nosso caso como prioridade para ser avaliado. O coordenador pediu mais ou menos um mês para que eles possam nos dar uma resposta, mas saímos de lá esperançosos”, afirmou o secretário.
Sinisgalli antecipou que a intenção é fazer do local uma estação cultural, mostrando a história da ferrovia em Tatuí, além de contar com um balcão receptivo, uma unidade de PIT (ponto de informações turísticas) e um espaço da Guarda Civil Municipal.
“Pensamos em colocar pelo menos um comando da GCM lá, e ter também lojas de lembrancinhas, café e um espaço para fazer eventos e oficinas culturais”, explicou. O secretário também divulgou a intenção de interligar o novo Centro Cultural com o galpão que abrigará uma estação das artes.
A prefeitura tem o domínio do barracão anexo à estação, onde poderão ser instalados projetos ligados ao Departamento de Cultura e Turismo, com a realização de oficinas de dança, artes plásticas, artesanato e até um anfiteatro.
“Vamos deixar um espaço bem turístico mesmo. Se a gente conseguir a aprovação para fazer a Estação das Artes, vai ficar muito bonito, vai se tornar um complexo artístico e cultural”, acentuou.
O secretário ainda explica que a ideia é ressaltar as características do imóvel e utilizá-lo como espaço de lazer em atividades noturnas, incentivando a interação da comunidade com o prédio histórico.
Sinisgalli salientou que a secretaria está se unindo com a prefeita e conselhos – como os de cultura, turismo (Comtur) e de preservação (Condephat) – para elaboração do projeto final, que deve ser analisado a partir do ano que vem.
“Vamos começar a discutir projetos para implantação, mas a ideia é ter projetos culturais e turísticos. Além disso, pensamos em colocar loja de doces, aqueles tradicionais da cidade, já ressaltando o título de ‘Terra dos Doces’, e um espaço para música. Temos muitos planos para o local”, contou.
O secretário ressaltou que vê a região da vila Doutor Laurindo com grande potencial de crescimento e que, com a incorporação da Estação Ferroviária como um dos equipamentos públicos da prefeitura, poderá ser valorizada ainda mais, como um atrativo turístico do município.
“Vejo aquela região com um potencial muito forte. Aquela via entre o Conservatório até a Estação está se tornando uma via gastronômica e que pode ser explorada como um ponto turístico” assegurou.
O município espera investir, aproximadamente, R$ 500 mil no local. O custo poderá ser dividido, a partir de recursos de parcerias com a iniciativa privada, do governo estadual – por repasse do MIT (Município de Interesse Turístico) – e da própria prefeitura.
O projeto será elaborado, depois segue para aprovação do Condephat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico e Artístico) de Tatuí e de São Paulo e, então, chega ao Dadetur (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento dos Municípios Turísticos), para a liberação do recurso.
À imprensa, Gonzaga destacou que o projeto vai ao encontro do trabalho que a prefeita Maria José Vieira de Camargo e o secretário Sinisgalli vêm desenvolvendo para transformar Tatuí em uma estância turística.
“Hoje, somos um MIT, e tudo que eles (prefeita e secretário) estão fazendo agora é no sentido de que Tatuí se transforme em uma cidade turística. Isso vai trazer mais recursos, mais empregos e gerar mais renda para o nosso município”, ressaltou.
Completando as informações do ex-prefeito, Sinisgalli acrescentou que a pasta está seguindo o Plano de Desenvolvimento Turístico no sentido de transformar a cidade em estância. Ele ainda comentou que o município é visto como um dos três principais para a indicação ao título.
“A Secretaria de Turismo do estado vai fazer um ranking de três MITs que vão subir para estância, e Tatuí está muito bem cotado, inclusive, pela Amitesp (Associação dos Municípios de Interesse Turístico), que apontou a cidade como uma das que podem receber o título”, afirmou o secretário.