Solidariedade apresenta novos desafios





AC Prefeitura / Evando Ananias

Ana Paula que ampliar rede de patrocinadores e cursos de capacitação

 

Ao longo deste ano, 1.913 pessoas receberam certificados de conclusão de cursos oferecidos pelo Fundo Social de Solidariedade. Sob nova presidência desde janeiro, a entidade visualiza horizonte de novos desafios para 2014.

De acordo com a presidente do Fundo Social e primeira-dama, Ana Paula Cury Fiuza Coelho, a primeira de muitas metas é buscar patrocinadores para que as atividades e os projetos possam ser mantidos e ampliados.

Neste ano, Ana Paula disse que a entidade obteve um “grande feito”: deu continuidade a todos os cursos que eram oferecidos nos nove centros de capacitação.

“Fizemos isso com êxito. Tínhamos pouco recurso, e por isso, digo que tiramos leite de pedra”, declarou a primeira-dama, em balanço dos trabalhos da instituição.

Ana Paula contabilizou as ações em entrevista na quarta-feira, 18, no Centro Cultural Municipal. O espaço é o “novo QG” da entidade, que mudou o endereço de atendimento e alguns nomes de projetos. Entre eles, o “Envelhecer com Qualidade de Vida”, que agora se chama “Melhor Idade”, e o “Lições de Casa”, atual “Doce Lar”.

“Para mim, foi tudo uma novidade. Olhando o que se passou, houve um ‘grande feito’”, avaliou a presidente, que projeta, como passo seguinte, mais envolvimento da comunidade empresarial com a instituição.

Ana Paula disse que o Fundo Social é uma entidade consolidada no município, mas que precisa de mais colaboradores para continuar a crescer. Exemplo de iniciativa nesse sentido é o apoio que a Valecred conferiu à instituição.

De acordo com a primeira-dama, a empresa contribuiu com a implantação da “oficina de fraldas”, inaugurada este ano no novo endereço do centro de capacitações do bairro Tanquinho. O antigo centro funcionava em imóvel locado no Jardim Santa Rita de Cássia, tendo sido transferido para prédio próprio.

Para o ano que vem, o espaço no Tanquinho abrigará curso de costura industrial. Ana Paula informou que o Fundo Social já fez a compra de máquinas. Elas serão utilizadas na confecção de campos cirúrgicos que serão cedidos à Santa Casa e darão origem à “oficina de uniformes escolares”.

Além dos centros, o Fundo Social “remodelou” outros projetos. O Doce Lar, por exemplo, ganhou duas novas capacitações. Juntaram-se ao curso de formação de domésticas e diaristas, os de acompanhante de idosos e de babá. “Enriquecemos bastante”, disse Ana Paula.

“Antes do curso de acompanhante, soubemos que uma patroa pagava uma moça para vir de São Paulo, para assistir uma paciente”, relatou a primeira-dama.

Outras modificações incluíram a questão humanitária do atendimento aos frequentadores dos projetos. Ana Paula afirmou que as conselheiras passaram a ser “educadoras” e atuam, em algumas situações, como “psicólogas”.

“Formou-se uma nova rede de voluntárias, muitas quiseram continuar, e nós agregamos mais pessoas. Conseguimos, com elas, o Polo da Construção Civil”, argumentou.

A equipe atual é formada por 12 conselheiras, 81 funcionárias (sendo nove em cada centro de capacitação), mais dez pessoas, entre voluntários e professores. No administrativo, cinco pessoas auxiliam a primeira-dama.

O grupo mantém os nove centros em funcionamento de segunda a sexta, das 8h às 17h Na maioria deles, as capacitações são realizadas em meio período – das 12h em diante. Em algumas unidades, como no Santa Rita, a entidade pretende criar cursos em horários alternativos (no período da manhã).

De acordo com Ana Paula, as alterações de horário dos centros dependem da demanda. “Estamos pensando, até, em fazer cursos à noite, pensando em quem trabalha durante o dia”, comentou. As aulas seriam de modo itinerante, abrangendo mais de um centro de capacitação.

Neste ano, o Fundo Social desenvolveu curso desse modelo em parceria com o Lions Clube. “As mães preferem cursos de meio período, porque vão deixar, ou buscar, os filhos nas escolas. No Santa Rita, o curso de manhã foi um sucesso. Estava lotado. Por isso, pensamos em novos horários”.

Em função das modificações, a entidade teve aumento no número de participantes. Formou, do início do ano até este mês, 1.913 pessoas.

“O que eu achei mais impressionante foram os depoimentos das pessoas, que passaram a me abordar na rua e a dizer que estão obtendo renda”, disse Ana Paula.

Os depoimentos são de ex-alunos dos nove centros de capacitação, incluindo o do Jardim Gonzaga, que é considerado distante do centro da cidade.

“São pessoas que estão fazendo não só por ‘hobby’, mas que estão crescendo profissionalmente. Não que não seja aberto a quem precisa de uma terapia, mas o nosso objetivo é que haja um crescimento pessoal”, falou a presidente.

Para incentivar as formandas e os formandos, o Fundo Social promove palestras sobre a “Sala do Empreendedor”. Trata-se de espaço, que funciona também no Centro Cultural, voltado à abertura de micro e pequenas empresas. “Damos bastante ênfase nisso”, falou Ana Paula.

Para o início do ano, somando-se ao incentivo ao empreendedorismo, o Fundo Social oferecerá uma “nova frente” de capacitação. Ela será viabilizada por meio do Polo da Construção Civil, com início programado para fevereiro.

O polo é fruto de convênio assinado entre o Fundo Social de Tatuí e o Fussesp (Fundo Social de Solidariedade de São Paulo) e funcionará em local ainda a ser definido. Ana Paula antecipou que dois locais estão sendo analisados. “É algo inédito no Estado”, reafirmou.

A futura sede do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) é um dos espaços que estão sendo estudados. Naquele local, a intenção é aproveitar o espaço da antiga quadra de esportes da Escola do Sesi (Serviço Social da Indústria). “Estamos avaliando, mas há um terceiro ponto a ver”, declarou.

Considerado projeto piloto, o polo de Tatuí oferecerá três cursos: pedreiro, assentador de pisos e azulejos e encanador. No Estado, as unidades de capacitação viabilizadas por convênio com o Fussesp disponibilizam apenas uma das três capacitações e não todas elas de uma vez.

“Nós ganhamos as três modalidades e vamos, aqui, capacitar os profissionais que atuarão como multiplicadores em outras cidades da região”, disse Ana Paula. “Tatuí será a primeira cidade a funcionar nesses moldes. Nossa turma vai agregar três capacitações de uma vez”, complementou.

Os planos para o projeto incluem, ainda, o início do “cimento solidário”, pelo qual o Fundo Social pretende atender famílias carentes que precisam de ajuda para concluir construções civis ou pequenas obras. O cimento solidário deverá ser agregado ao polo, na forma de estágio para os participantes.

Segundo Ana Paula, os cursos viabilizados pelo convênio serão completados em três meses. O Fundo Social, no entanto, pretende ampliar o prazo para seis, dando oportunidade para que os participantes possam fazer estágio de 90 dias em prédios públicos ou entidades que necessitem de reforma.

Para que isso se concretize, a entidade deverá buscar novos parceiros. A esperança são as empresas do chamado polo cerâmico do município. “Vamos pedir apoio porque temos, na cidade, potenciais patrocinadores”, comentou.

A ideia é reaproveitar telhas, tijolos e pisos que não possam ser comercializados pelas empresas do município – e da região, que, por ventura, possam colaborar. “Vamos dar um ‘fim bom’”, declarou.

Por meio do estágio, o Fundo Social pretende colaborar com a conservação de prédios públicos. Ana Paula citou, como exemplo, pequenas reformas em UBSs (unidades básicas de saúde). “Essa será mais uma meta”, comentou.

Os trabalhos em conjunto devem aumentar no ano que vem. Entre eles, o que deu origem à chamada “Vila de Natal”, montada pela Prefeitura na praça Martinho Guedes (“Santa”). Ana Paula contou que a vila já está dando frutos.

A presidente do Fundo Social vislumbra novidades para a “Vila” de 2014 e afirmou que a oficina que deu origem à ideia de formação de uma empresa terá adição de novos materiais.

“O artesão multiplicador que fez a oficina em Tatuí pretende instalar-se na cidade e contratar todas as meninas que se interessaram pela confecção”, revelou.

Segundo ela, a empresa tem planos de atender pedidos da região para produção de peças e adereços temáticos. “Elas podem fazer enfeites de aniversário e outros temas, como de festa junina. Tudo em EVA (sigla de espuma vinílica acetinada) e que não fica só no Natal”, descreveu.

Em 2014, a Vila de Natal deve contar com enfeites produzidos também de garrafas pet (polímero termoplástico), somando-se aos materiais deste ano. Essa, pelo menos, era a intenção do Fundo Social para a primeira edição do projeto.

“Nós não tivemos tempo para arrecadar e também não contávamos com espaço físico para guardar as garrafas. Mas, no ano que vem, devemos incluir esse material”, disse Ana Paula, que manteve ações conhecidas e esperadas.

O Fundo Social realizou, neste ano, o “Casamento Comunitário”, pelo qual obteve patrocínio da Caixa Econômica Federal e uniu 47 casais. A solenidade aconteceu em maio, na Concha Acústica Municipal “Maestro Spártacco Rossi”.

Para o ano que vem, os planos são de renovar o figurino das noivas. “Não gosto de desperdiçar (os vestidos). Acho que é preciso usar o que temos. Mas, como conseguimos patrocínio, podemos fazer coisas novas. Já temos ideias de como comprar tecidos, e contamos com ‘melhor estrutura’”, disse a primeira-dama.

A nova presidente também manteve o “Bazar de Natal”, que apresenta peças confeccionadas por formandos e formandas dos diversos cursos dos centros de capacitação. A venda de artesanato acontece no Centro Cultural até este sábado, 21.

Ana Paula, no entanto, decidiu não realizar o “Chá Solidário”, que contou com oito edições. Os motivos foram falta de datas disponíveis na agenda e ausência de “ideias inovadoras”.

“Ele (o chá) surgiu com intuito de mostrar o trabalho do Fundo Social. Hoje, a população já conhece esse trabalho. Então, acho que, para acontecer neste ano, teria de ser algo diferente”, justificou.

Em razão das modificações na estrutura da entidade, a presidente afirmou que não quis sobrecarregar a equipe e que queria evitar “algo mal feito”.

“Apesar de ter pessoas que já trabalharam no antigo Fundo Social, eu tenho uma equipe nova, que está se acostumando. Então, preferi não fazer”, falou Ana Paula.

Por outro lado, a presidente topou desafios que deverão ser cumpridos nos próximos meses. A manutenção do projeto “Tesoura & Cia.”, que era vinculado ao Cras (Centro de Referência de Assistência Social), está entre eles.

A partir de 2014, Ana Paula informou que a escola de cabeleireiro, como é conhecido o projeto, será responsabilidade do Fundo Social de Solidariedade.

“Conseguimos dois novos cursos, que são design de sobrancelhas e depilação. Com isso, vamos dar uma movimentada”, citou. A primeira-dama quer, também, realizar ações de valorização.

“Estamos pensando em abrir um dia para que os funcionários públicos possam ir lá, fazer cabelo e as unhas de graça”, projetou a presidente.

As novidades, entretanto, dependerão de recursos que o Fundo Social pretende angariar com ajuda de colaboradores. “Vamos ter de correr atrás das lojas da cidade, para pedir apoio, porque o Cras tinha verba; a gente, não”, concluiu.