
Da reportagem
Servidores públicos de Tatuí estiveram na sessão da Câmara Municipal de segunda-feira, 17, reivindicando aumento no dissídio e reajuste na cesta básica. Durante as falas dos vereadores que votaram a favor do aumento de cargos em janeiro, os manifestantes protestaram, ficando de costas.
Além disso, em algumas falas, houve manifestações, levando o presidente da casa, Renan Cortez (MDB), a intervir e orientar sobre a proibição de interferências durante os discursos dos vereadores.
Cíntia Yamamoto Soares (PP) comentou sobre a manifestação desse dia, além de outra, ocorrida no dia 15, na Praça da Matriz, com as mesmas reivindicações: “Estive presente acompanhando e vi o quanto foi pacífico e tranquilo, sem atrapalhar ninguém”.
A vereadora também disse acreditar que “mais pessoas não aderiram ao manifesto por medo de represálias”.
Posteriormente, Kelvin Joelmir de Morais (PT) também subiu à tribuna em apoio aos manifestantes. “Queria parabenizar os servidores públicos municipais de nossa cidade pela manifestação realizada no sábado. Uma manifestação tranquila e ordeira, que se colocou à disposição para dialogar com a população sobre o dissídio dos servidores municipais”, afirmou.
Segundo o vereador, foram protocolados três projetos de aumento de salário, “nos quais é concedido apenas o reajuste com base no índice de inflação, sendo que temos uma lei de 2005 que garante o aumento real aos servidores municipais”.
Kelvin finalizou dizendo que o mandato dele está à disposição dos servidores para garantir que “ninguém seja coagido ou perseguido”.
Luiz Ricardo Trevisano (Solidariedade) fez um apelo ao prefeito, para que “dê atenção aos funcionários”. Posteriormente, pediu aos manifestantes que virassem de frente enquanto ele falava. “Se vocês querem meu apoio, então olhem para mim”, declarou.
Trevisano complementou dizendo acreditar que a reivindicação é justa, mas que há pessoas que “infelizmente, usam a dificuldade da luta de vocês para manipulá-los”.
“Um servidor lá fora me disse que devo esquecer o passado, mas não se trata disso. Eu gostaria de ter visto essa luta durante o mandato da ex-prefeita (Maria José Vieira de Camargo), quando quatro funcionários foram penalizados pelas mesmas reivindicações, e saber onde o sindicato estava naquele momento”, acrescentou.
Nesse instante, algumas pessoas presentes na sessão se manifestaram contra a fala do vereador, que finalizou dizendo que o gabinete “está aberto para apoiar os funcionários, desde que não haja pessoas que os usem como massa de manobra”.
Também falando sobre as reivindicações, Paulo Sérgio de Almeida Martins (PSD) sustentou aos servidores que, também, o gabinete está “aberto para diálogo”. O vereador relembrou, em seguida, os aumentos concedidos em anos anteriores ao funcionalismo público.
De acordo com ele, em 2017, o aumento concedido foi de 4%, parcelado em 1% ao ano (de 2018 a 2021), e, posteriormente, de 5%, também parcelado, entre 2022 e 2026.
“A gestão da ex-prefeita, em 2018, concedeu um reajuste de 1,69% do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e 0,01% de aumento real. Em 2019, nada; em 2020, nada; em 2021, nada”, declarou Martins.
“Em 2022, o prefeito concedeu um aumento de 3%, além do reenquadramento de mais 50 cargos, que receberam um reajuste de 36%, como auxiliares de serviços gerais, pedreiros, borracheiros etc.”, complementou.
“Em 2023, o aumento foi de 5,93% do INPC, mais 0,01% de aumento real, além de mais 4% referente à lei antiga e a concessão de 40% de insalubridade a todas as funcionárias da varrição. Já em 2024, o aumento foi de 7,42%”, finalizou.