“Nós só temos a ganhar com a presença dela”. A afirmação do major do 15º Grupamento do Corpo de Bombeiros, o tatuiano Miguel Ângelo de Campos, sustenta-se na integração, neste mês, de Beatriz dos Santos Cunha ao quartel de Tatuí.
A primeira bombeira da cidade a trabalhar no posto local ingressou na corporação por conta do curso “bombeiro mirim”. Principal responsável pela implantação e manutenção da capacitação, Campos disse estar orgulhoso com a contribuição do projeto ao longo dos anos à cidade e à vida da jovem.
“É uma alegria e uma satisfação. Desde o começo, nós tivemos uma preocupação muito grande com a estrutura e a parte educacional. Hoje, não só pela Beatriz, mas pelos formandos, nós vemos que é uma ação que deu certo”, avaliou.
Para o major, que participou da inauguração do quartel de Tatuí, em 1998, o ingresso de Beatriz representa satisfação dupla. “Primeiro, porque ela é fruto do nosso curso e, segundo, porque é a primeira mulher a trabalhar aqui”.
Na região, há mulheres atuando em Itapetininga, Porto Feliz e Itu. Cidades como Tietê e Votorantim também contaram com bombeiras – ambas oficiais. Campos disse que, no Estado de São Paulo, a presença feminina é “uma realidade”.
Assim como os homens, as mulheres cumprem a mesma rotina de trabalho. Beatriz seguirá escala determinada pelo responsável pelo posto junto com os demais bombeiros.
“O que existe de diferencial é uma preocupação com relação ao esforço físico”, contou o major. Ele explicou que, por questão de anatomia, ela deverá ser poupada de ações que exigem mais força do que o usual. “Tirando isso, não muda absolutamente nada nas questões técnica e profissional”, disse.
Por ter mesma formação, Beatriz é apta a atender qualquer ocorrência. No entanto, será presença determinante – e mais importante – em atendimentos que envolvem crianças e grávidas em estado de parto.
Em Tatuí, Beatriz tem chance de se tornar instrutora do curso pelo qual conheceu a profissão. O sargento Emídio Silva Proença disse que é possível a mais nova integrante do quartel vir a multiplicar o conhecimento adquirido.
“Ela (Beatriz) foi nossa aluna; depois, participou como monitora; e, atualmente, é nossa futura instrutora e colega de profissão”, encerrou o oficial.