Da reportagem
O tema segurança nas escolas de Tatuí foi o tema central da sessão ordinária da Câmara Municipal na noite de segunda-feira, 10. Vereadores da situação e da oposição falaram sobre o assunto em tribuna e apresentaram quatro requerimentos ao prefeito Miguel Lopes Cardoso Júnior, pedindo policiamento nas escolas e treinamento para os professores.
Débora Cristina Machado de Camargo (PSDB) falou do requerimento 1008/2023, apresentado por ela, pedindo ao Executivo o reforço do policiamento nas escolas estaduais, municipais e de ensino infantil.
“O assunto é preocupante para nós que somos mães e para a sociedade em geral. Há um pânico muito grande em todo lugar. Graças a Deus, na nossa cidade, ainda está tudo tranquilo, mas isso não impede que possamos entrar com medidas de segurança nas escolas”, declarou a vereadora.
A parlamentar também falou da responsabilidade dos pais na atenção com os filhos e no conteúdo consumido pelos adolescentes na internet. Para ela, “o mundo digital tem contribuído para aumento do número de crianças e adolescentes envolvidos em ameaças e atentados”.
“Faço um apelo aqui aos pais e responsáveis, para que fiquem atentos ao comportamento dos seus filhos! Acho que muita coisa pode começar dentro de casa”, disse Débora, acrescentando: “A segurança nas escolas é de responsabilidade do poder público, mas também é dos pais”.
O requerimento também foi assinado por Maurício Couto (PSDB), Fábio Villa Nova (PP), Antônio Marcos Abreu (PSDB) e Renan Cortez (MDB).
Débora ainda adiantou ter a proposta de apresentar um requerimento para o governo do estado de São Paulo, pedindo a instalação de detector de metais nas escolas estaduais, na próxima sessão, do dia 17.
Após ela, o presidente da Câmara, Eduardo Dade Sallum (PT), informou ter participado de reunião com a Promotoria, Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Apeoesp, na semana anterior.
Segundo ele, o grupo solicitou e a Promotoria oficiou a Diretoria Regional de Ensino de Itapetininga e a prefeitura para que tomem providências no sentido de dar segurança para os jovens estudantes e professores e demais funcionários nas escolas.
“A Diretoria de Ensino tem uma posição de jogar tudo por baixo do tapete. Esta é a maior indignação, independente se todas as coisas são verdade ou se existem ‘fakes news’ no meio. Ninguém quer pagar para ver. Infelizmente, parece que a diretoria de Itapetininga quer pagar para ver”, declarou Sallum.
José Eduardo Morais Perbelini (Republicanos) falou de um projeto de lei apresentado por ele, em 2021, para instituir um projeto social nas escolas, em parceria com o Demut (Departamento Municipal de Trânsito) e o projeto Samu Solidário.
“Sabemos que o momento é tenso nas escolas – tanto faz se municipal, estadual ou da rede privada –, e a gente entende que suspender as aulas não é a melhor situação. Acho que a Secretaria de Educação municipal poderia promover mais atividades com os alunos”, pontuou Perbelini.
Para ele, alguns projetos realizados pelo Demut, sobre sinalização e segurança no trânsito, e pelo Samu Solidário podem ser levados às unidades para oferecer atividade extras e “fortalecer a confiança dos alunos na escola”.
Micheli Cristina Tosta Gibin Vaz (PP) comentou sobre a reunião realizada no Nebam com autoridades de segurança e disse ter sido “muito importante” para esclarecer as situações que ocorrem, ou não, na cidade, além de se saber sobre as medidas de segurança já tomadas nas escolas.
Por sua vez, Abreu falou da importância do projeto de lei 026/2023, para a contratação de empresa de segurança especializada nas escolas, e pediu atenção do presidente da Casa de Leis para que o projeto fosse votado no mesmo dia.
João Eder Alves Miguel (MDB) destacou os requerimentos 960 e 964/2023, apresentados por ele, sobre a necessidade de treinamento aos trabalhadores e alunos de escolas particulares e públicas, em caso de situações que envolvam ataques corporais no ambiente escolar.
“Acho que, além da política de segurança, é importante também que possa ter uma política em relação à orientação, desde funcionários até alunos, de como se comportar diante de situações, infelizmente, extremas como nós vimos ocorrer recentemente no país”, argumentou.
Alves Miguel também assinou – em conjunto com os vereadores Cintia Yamamoto (PSDB), Levi Pinto Soares (PSL), Márcio Antônio de Camargo (PSDB), Jairo Martins, Pepinho (PSD) e Maurício Couto (PSBD) – o requerimento 986/2023, pedindo por policiamento nas escolas.
Ainda sobre o projeto de lei para contratação de seguranças, Márcio Camargo observou: “Fizemos requerimentos e estamos preocupados com essa questão (da segurança nas escolas)”.
“O projeto está na casa, mas gostaria de deixar bem claro: se houver tempo hábil e se estiver realmente de acordo do que rege a lei, lógico, acredito que nenhum vereador vai ser contra. Mas, temos que ter conhecimento do projeto, no mínimo, para ver o que nós iremos assinar e aprovar”, ponderou o parlamentar.
Já Villa Nova enfatizou o requerimento assinado em conjunto com a vereadora Débora, pedindo informações sobre o policiamento nas escolas, e informou que, durante a reunião no Nebam, as forças de segurança iniciaram a criação de protocolo de segurança para as escolas.
Ele ainda apontou: “A Câmara pode auxiliar na segurança das escolas municipais, dando celeridade à tramitação desses projetos de lei. Alunos, educadores e pais estão inseguros para mandar seus filhos para a escola”.
Na mesma sessão, os vereadores votaram e aprovaram, por unanimidade, 84 requerimentos, 32 indicações e 8 moções de aplausos e congratulações. Além disso, foram apresentados os projetos de lei 26/2023, do Executivo (para contratação de segurança para as escolas), e o PLs, de autoria do Legislativo, de 25 a 28/2023, sobre nomeação de ruas.
Em seguida, a sessão foi paralisada por aproximadamente uma hora e meia, para que os vereadores pudessem analisar os projetos de lei apresentados e o presidente, então, convocou a sessão extraordinária, na qual foi votado o projeto de contratação de seguranças (reportagem nesta edição).