65 escolas de Tatuí terão a segurança reforçada

Unidades da rede municipal terão vigilância, controle de acesso e atividades preventivas

65 unidades de ensino terão equipes de segurança especializada (Foto: AI Prefeitura de Tatuí)
Da reportagem

A prefeitura de Tatuí anunciou, nesta semana, a contratação, em regime de urgência, de uma empresa de segurança especializada para atuar nas 65 unidades educacionais da rede pública municipal.

O anúncio foi feito pelo prefeito Miguel Lopes Cardoso Júnior na manhã de terça-feira, 11, após a Câmara Municipal ter aprovado o projeto de lei 26/2023, que autoriza o Poder Executivo a realizar a contratação.

De acordo com Cardoso Júnior, com a aprovação do projeto, a prefeitura conseguirá contratar, em regime de urgência, profissionais para garantir a segurança de todos os alunos, professores e funcionários.

“Não podemos, sequer, cogitar a hipótese de colocar em risco nossas preciosas crianças e profissionais da rede municipal de educação”, disse o prefeito, reforçando não ter existido nenhum caso de atentado no município.

A contratação da empresa especializada oferecerá serviços de vigilância, controle de acesso e outras atividades que visam prevenir situações de risco. Além disso, a prefeitura espera que a presença de profissionais capacitados contribua para a prevenção de conflitos e a “promoção de um ambiente escolar mais tranquilo e seguro”.

Para a secretária municipal da Educação, Elisângela da Costa Rosa Cecílio, a aprovação do projeto é de “extrema importância”. Ela também salientou não ter recebido nenhum tipo de denúncia que confirmasse a ameaça de ataques em escolas municipais.

Segundo ela, a intenção da prefeitura é criar formas de prevenção e traçar ações para emergências, além de tranquilizar a rede de ensino, que ficou “assustada” com as notícias e as mensagens que circularam nos dias recentes.

As ameaças de supostos ataques em Tatuí fizeram com que algumas escolas da rede estadual e particular suspendessem as aulas na quinta-feira da semana passada, 6, principalmente após os atentados ocorridos no país.

Uma creche foi alvo de um ataque na manhã do dia 5, em Blumenau, no Vale do Itajaí (SC). Quatro crianças foram mortas e cinco ficaram feridas. O ataque aconteceu no início da manhã, na creche Cantinho Bom Pastor, uma unidade de ensino particular.

O ataque ocorreu menos de dez dias após a Escola Estadual “Thomazia Montoro”, na vila Sônia, zona oeste da capital paulista, ser alvo de um aluno de 13 anos, que matou a professora com golpes de faca e deixou outras três feridas, além de um estudante.

“As escolas são espaços fundamentais para o desenvolvimento educacional e social dos alunos. No entanto, é inegável que elas também sejam alvos potenciais de violência, como furtos, roubos e até mesmo agressões físicas”, disse a secretária.

“Por isso, é importante que medidas de segurança sejam tomadas para garantir a integridade física e emocional de todos os envolvidos”, acrescentou.

O prefeito ainda indicou outras ações em planejamento para prevenir ataques e aumentar a segurança nas escolas. Uma delas é a contratação de guardas municipais para atuarem na rede ensino municipal durante os horários de folga.

Para este projeto, no entanto, ele argumentou ser necessária a aprovação de um projeto de lei autorizando a prefeitura a realizar novo concurso para a contratação de mais oficiais.

Segundo o prefeito, atualmente, o efetivo da GCM não tem cobertura para todas as escolas. O projeto de lei foi encaminhado à Câmara Municipal e aguarda análise das comissões internas para ser colocado em votação.

As ações preventivas começaram a ser delineadas na tarde de quarta-feira da semana passada, 5, em reunião no auditório do Nebam (Núcleo de Educação Básica Municipal) “Ayrton Senna da Silva”, em conjunto com educadores e autoridades civis e militares do município.

O grupo se mobilizou para estudar medidas de segurança voltadas a alunos, pais e professores e traçar um plano de segurança para as unidades escolares.

Na reunião, o prefeito apresentou as principais ações para garantir a segurança. Também foram discutidas possíveis medidas futuras.

Limitar acesso às unidades, intensificar as rondas escolares, investir em treinamentos voltados à área de segurança para os professores, monitores e diretores, além de mapear as estruturas físicas das escolas, são algumas das medidas previstas.

“Estamos tomando todas as medidas: temos o botão de pânico nas escolas, o monitoramento por câmeras, os vigias, e queremos colocar guardas municipais também nas escolas estaduais, com o apoio do governo do estado, assim que o novo concurso for aprovado pela Câmara. Quero deixar a população mais tranquila, nós estamos atentos, a todo momento, com tudo o que pode acontecer”, declarou o prefeito.

Elisângela destacou que, no caso da rede municipal, as ações preventivas servirão para reforçar as medidas já existentes nas unidades, como as câmeras de monitoramento e o botão do pânico voltado aos professores, entre outras.

O prefeito, a secretária de Educação e o secretário de Segurança Pública e Mobilidade Urbana, Miguel Ângelo de Campos, também participaram de uma reunião na terça-feira, 11, com autoridades policiais, representantes da Educação e prefeitos da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), na qual foram abordadas medidas emergenciais para implantação nas escolas públicas (municipais e estaduais) e particulares dos 27 municípios integrantes.

Durante a reunião, o prefeito de Sorocaba e presidente da RMS, Rodrigo Manga, disse que “o alerta gerado com as notícias recentes em outras partes do país requer máxima atenção e articulação”.

Conforme informado pela assessoria de comunicação da prefeitura de Sorocaba, os prefeitos apontaram a necessidade de maior participação das “famílias no dia a dia escolar”, a troca de informações entre as forças de segurança das cidades, uso de recursos tecnológicos, como um “botão do pânico”, que estaria disponível nas escolas e em contato direto com a polícia, e o apoio dos departamentos de saúde mental nas instituições de ensino, entre outras ações.

Somando-se às várias experiências relatadas pelos prefeitos dos diferentes municípios da RMS, todos os representantes das forças policiais reforçaram, durante o encontro, a importância de se combater, inclusive com o apoio da imprensa, a propagação de boatos e notícias falsas acerca desse tema.

“Antes de compartilhar notícias preocupantes sobre isso, é essencial recorrer às autoridades policiais para verificar a veracidade dos fatos. A população também pode agir preventivamente, informando qualquer situação ou atitude suspeita, utilizando o Disque-Denúncia, pelo telefone 181”, alertou o tenente-coronel do CPI-7, Glauco Alves.

“É muito importante essa reunião para que a gente possa discutir essa situação, sensibilizar as pessoas a respeito e, principalmente, trabalhar em conjunto. Porque precisa acontecer uma união de esforços das Polícias, do poder público e da comunidade”, avaliou o delegado diretor do Deinter 7, Wilson Roberto Negrão.

“Que os pais estejam mais próximos de seus filhos e acompanhem sua rotina escolar. É muito importante a participação dos pais e responsáveis na vida dos filhos”, acrescentou.

Ao fim da reunião, foram listadas medidas definidas pelos participantes como prioritárias e emergenciais para os municípios, em conjunto ou de forma individual, a partir de recursos próprios ou recorrendo à ajuda do governo estadual.

O grupo de prefeitos também agendará uma reunião com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. As medidas também deverão se estender às escolas particulares, a partir de projetos de lei dos Executivos de cada município, os quais deverão ser aprovados pelas Câmaras Municipais.

Entre as medidas definidas, estão palestras e treinamentos em segurança nas escolas; videomonitoramento nas unidades escolares; e formação de um grupo de trabalho, envolvendo secretários de Segurança e Educação das cidades da região, em parceria com as Guardas Civis Municipais, a Polícia Militar e a Polícia Civil.

Também foi apontada como prioritária a contratação de vigias nas escolas; instalação de detectores de metal nas entradas e saídas das unidades; realização de rondas ostensivas; instalação do “botão do pânico” nas escolas em contato direto com as polícias; inteligência das polícias monitorando as redes sociais; criação de projetos de lei que regulamentem essas ações também para as escolas particulares; e campanha de comunicação maciça nos municípios, divulgando o Disque-Denúncia 181.

A coordenadora do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) da subsede de Tatuí, Fátima Rodrigues dos Santos de Campos, apontou que as ações das escolas municipais “são muito eficazes devido às parcerias com diversos órgãos, porém, as unidades estaduais deixam a desejar”.

“Não há atendimentos psicológico, ainda não houve a inclusão do ‘botão do pânico’ nessas escolas. Enfim, são algumas ações que, se a prefeitura de Tatuí e outras tomassem, ajudariam muito”, pontuou Fátima.

Segundo ela, as escolas estaduais são as mais vulneráveis. A coordenadora sustenta que, muitas vezes, atividades de prevenções têm de ser tomadas por circulares estaduais, “dificultando muito a execução dessas ações”.

Fátima ainda contou ter participado de reunião com o presidente da Câmara, vereador Eduardo Dade Sallum (PT), representantes da sociedade civil e do Ministério Público de Tatuí na semana passada, na qual foram encaminhadas denúncias ao MP.

“O MP disse que iria oficiar a Derita (Diretoria de Ensino Região Itapetininga) sobre alguns casos expostos de ameaça de violência em algumas escolas estaduais de Tatuí para saber as atitudes tomadas e, também, aos órgãos de segurança pública, para atuarem nos entornos das escolas, à Secretaria da Assistência Social e ao Conselho da Criança e do Adolescente”, informou a coordenadora.

Em Tatuí, a prefeitura também dará apoio à segurança nas escolas estaduais. Conforme o comandante da GCM, Vanderlei dos Passos, a companhia reforçou o patrulhamento nos arredores de todas as unidades e deixou contatos com a direção, colocando as equipes à disposição.

“Independentemente de ser estadual ou municipal, se ocorrer alguma coisa, a GCM vai ficar à disposição para atender”, assegurou o comandante. O reforço ainda deve contar com apoio da Polícia Militar.

Representantes da GCM e da PM se reuniram com os diretores das escolas estaduais na segunda-feira, 10, na sede da companhia da Polícia Militar em Tatuí, para definir ações de reforço e prevenção.

Segundo o comandante da PM, capitão Diego Reali, o foco das equipes, atualmente, é aumentar o policiamento no entorno nas escolas e inibir, também, outros tipos de crime nos arredores das unidades de ensino.

“Durante o encontro, nós traçamos estratégias para garantir a prevenção e orientamos os diretores a nos acionar a qualquer mensagem recebida com possíveis ataques, ameaças ou brigas”, comentou o comandante.

“As escolas podem entrar em contato, imediatamente, com a PM, seja através da Ronda Escolar, 190 ou comigo, e repassar as informações também em registro na Polícia Civil, para que as investigações ocorram de uma forma rápida para solucionar o caso”, alertou Reali.

O comandante da PM explicou que as rondas e fiscalizações no entorno das escolas foram distribuídas entre Polícia Militar e Guarda Civil Municipal e que as forças de segurança estão em contato diário com os diretores das escolas.

Ele ainda garantiu ter reforçado o policiamento nas áreas escolares. “Todos os nossos esforços estão voltados às escolas, inclusive, as escalas extras remuneradas dos policiais, a ronda escolar e todo o policiamento do radiopatrulhamento também, para garantirmos a integridade física e, principalmente, a integridade emocional de todos”, concluiu o capitão.

2 COMENTÁRIOS

  1. Toda aglomeração de alunos em ambiente de responsabilidade do estado , seja ele municipal ou estadual , tem necessidade e deveria receber atenção especial , inclusive nas unidades do conservatório que abriga crianças em seus projetos, pois se anteriormente o perigo de um ataque era diluído em muitas escolas , agora se percebe que o risco nas unidades não atendidas por segurança particular aumentou muito, pois o marginal sempre irá buscar o lugar menos protegido .

  2. Por que não vão para as escolas de Tatuí constante adolescente usando drogas fazem brincadeira que machuca principalmente os menores fazer as pesquisas escola hoje virou um laboratório de como usar drogas no banheiro

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