Cristiano Mota
Rotariana e funcionários da maternidade ‘desembrulham’ equipamentos cedidos por meio de ação
Na manhã de quinta-feira, 23, a Prefeitura e o Rotary Club de Tatuí “Cidade Ternura” oficializaram, respectivamente, entrega de equipamentos para a Santa Casa e à Maternidade “Maria Odete Campos Azevedo”.
As solenidades tiveram início a partir das 9h e contaram com presença do prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, e da provedora do hospital, Nanete Walti de Lima.
Também participaram a presidente do clube local, Lucineide Gonçalves Dantas Peixoto, o governador do Distrito 4.620 do Rotary Internacional, Wellington Noboru Hoshino, o governador assistente, Ari Holtz Filho, o presidente da Fundação Rotária, Luiz Paes de Camargo, a secretária Maria Helena Jandreice Razer, o médico pediatra João de Oliveira e funcionários da maternidade.
O Rotary abriu a cerimônia com a cessão de três equipamentos, uma bomba de infusão volumétrica de seringas, um CPAP de pressão positiva para vias aéreas e um aparelho de fototerapia. A doação somou R$ 16,2 mil, obtidos por meio de projeto apresentado pelo clube tatuiano e apoiada pela Fundação Rotária.
“Os equipamentos foram adquiridos com recursos ‘meio a meio’”, explicou o governador de distrito. Hoshino é responsável por 48 clubes em 23 cidades da região. O “governo” vai de São Roque até Apiaí. Em todos esses municípios, mantém projetos viabilizados via Rotary Internacional.
Em Tatuí, o mais recente beneficiou a maternidade, com metade dos custos (R$ 8.100) bancados pelos próprios rotarianos. Para levantar o dinheiro, os membros realizam eventos como jantares dançantes e “noites italianas”.
Hoshino explicou que a Fundação Rotária é o “braço operacional dos clubes de serviço” e atende aos Rotarys do planeta. “É ele quem viabiliza os recursos para que os projetos do mundo todo sejam realizados”, comentou o governador.
Segundo ele, o caixa da Fundação Rotária é formado por contribuições espontâneas dos rotarianos. “São mais de 1,2 milhão de membros”, destacou.
Para manter as atividades, a fundação estabelece “parcerias internacionais”. Uma das mais atuantes é a Fundação Bill e Melinda Gates, que contribui, a cada três anos, com US$ 200 milhões. “Cada vez que a fundação faz isso, ela desafia todos os rotarianos do mundo a equiparar o valor em três anos”, citou o governador.
Com essas ajudas, a fundação consegue formar um caixa e fazer frente aos pedidos apresentados por membros de clubes espalhados pelo globo. Os projetos são escolhidos, primeiramente, pelos membros dos clubes que os propõem.
A dinâmica é simples: os rotarianos procuram entidades, entram em contato com responsáveis, obtêm dados sobre necessidades e procuram elaborar projeto de ajuda.
Na sequência, é feito orçamento pelo qual o clube se responsabiliza por angariar metade do valor total do projeto – em geral, compra de equipamentos.
Os projetos seguem um padrão e são encaminhados às comissões distritais. Depois de analisados, a comissão faz a solicitação para a Fundação Rotária nos Estados Unidos. “O processo é super-rápido. No máximo, em 15 ou 20 dias o dinheiro chega e a compra é realizada”, disse Hoshino.
Segundo ele, o último passo é a prestação de contas e a entrega do relatório final. O governador afirmou que, para serem atendidos, os clubes devem cumprir uma série de requisitos.
O principal é que a ajuda seja para entidade regularmente constituída, com CNPJ, contrato social e estatuto próprio. “Tem que ter tudo isso porque a demanda é realmente grande”.
Em 2014, os 48 clubes do distrito administrados por Hoshino apresentaram 17 projetos. “Tivemos todos aprovados. Graças a Deus, o distrito tinha recurso disponível para atender a todos que estavam devidamente enquadrados”.
O governador disse, também, que os eventos de entrega representam um passo importante no trabalho dos rotarianos. De acordo com ele, é nessas ocasiões que o clube consegue ser reconhecido pela população como um “agente social”.
A divulgação faz, ainda, parte de estratégia adotada há cinco anos. De lá para cá, o Rotary mudou o modo como divulga suas ações. Criou, para ampliar o número de sócios e “fazer frente à concorrência”, a Comissão de Imagem Pública – trabalho realizado de modo unificado para divulgação das açõs em países onde os clubes estão presentes.
“Ele surgiu, justamente, para despertar o interesse da população em se filiar. Atualmente, muitas pessoas gostam de fazer trabalho voluntário, mas sozinhas é mais difícil fazer algo. Se associando, fica mais fácil”, falou Hoshino.
Como exemplo, o governador citou a ação mundial realizada pelo Rotary Club de distribuição da vacina contra a poliomielite (paralisia infantil). O clube assumiu a causa em 1985 e, desde então, possibilitou a erradicação da doença em muitos países.
“No mundo todo, só três países ainda têm o vírus. São o Afeganistão, a Nigéria e o Paquistão. Mas, nessas nações, os agentes não conseguem entrar por questões políticas ou religiosas”, disse o governador.
Idoneidade e necessidade
Lucineide Gonçalves Dantas Peixoto, presidente do “Cidade Ternura” na gestão 2013-2014, afirmou que o clube de serviços escolheu a maternidade para apoiar por conta da idoneidade e da necessidade.
A rotariana contou que os membros procuraram a maternidade porque ela atende a uma grande parcela da população.
“Aqui, muitas crianças nascem, e pelos vários meios, pelo SUS (Sistema Único de Saúde), por convênios ou particulares. Elas precisam de equipamentos que farão a diferença no atendimento dos recém-nascidos”, declarou.
Para conseguir auxiliar a maternidade, os rotarianos do “Cidade Ternura” realizaram diversos eventos. “Cada um contribuiu de uma forma”, citou a presidente.
A equipe de Lu Peixoto, como é conhecida, estabeleceu o primeiro contato para conhecer as necessidades da maternidade com o médico pediatra João de Oliveira.
“Ele nos contou o que estavam mais precisando, e nós providenciamos o projeto, as cotações e todas as documentações”, informou.
Além da ajuda à maternidade, o clube realiza outras ações de apoio. Entre elas, trabalho envolvendo o ensino de línguas com estudantes da Escola Estadual “Chico Pereira”.
Lu Peixoto explicou que a unidade mantém o CEL (Centro de Estudos de Línguas) e atua para abrir caminho para que jovens participem de programa de intercâmbio mantido pelo Rotary Internacional.
Segundo ela, alguns dos participantes conseguiram vaga no mercado de trabalho. “Através da nossa companheira, Sandra Campos, proprietária da Progeral, de Iperó, muitos fizeram entrevistas e se tornaram menores aprendizes”.
Também na solenidade, o prefeito elogiou o trabalho do clube de serviços e efetivou, em seguida, entrega de R$ 82,2 mil em equipamentos – o montante deve passar de R$ 159 mil, conforme a assessoria de comunicação da Prefeitura.
Na quinta, Manu repassou à Santa Casa um carrinho de emergência – para o centro cirúrgico –, um ventilador pulmonar, um monitor multiparamétrico e três oxímetros (neonatal, infantil e adulto).
A Santa Casa deverá receber, ainda, quatro incubadoras neonatais, previstas para serem entregues nos próximos dias.
Em nota enviada à imprensa, o secretário da Saúde, Fábio Villa Nova, afirmou que os equipamentos são “essenciais para o trabalho diário” do hospital.
Disse, também, que eles darão “novo salto de qualidade ao atendimento prestado á nossa população”. “Mais uma conquista extremamente positiva para o nosso setor de saúde”, enfatizou, por meio do setor de comunicação.
Manu disse que a Prefeitura está “sempre colaborando com a Santa Casa”. “Acho que um dos maiores compromissos que temos é de ajuda a essa instituição”, disse.
Além de receber os equipamentos, o hospital teve a UTI (unidade de terapia intensiva) reformada pelo Executivo. “Ela está muito bem adequada, nova. A situação que ela se encontrava antes e que se encontra agora é totalmente diferente. Atualmente, tem conforto e qualidade”, divulgou.
O prefeito apontou, ainda, o início do atendimento de hemodiálise voltado aos pacientes da UTI. Por meio de aditivo no convênio firmado com o hospital, o Executivo possibilitou a instalação de dois equipamentos – sendo um reserva – e uma central de osmose reversa para o atendimento da diálise.
“Agora, o paciente (com problema renal crônico) que chega à UTI tem um tratamento de urgência que pode salvar a vida dele. Com a diálise, temos certeza que damos mais esperança de vida para as pessoas que necessitam”, disse Manu.
De acordo com o prefeito, os equipamentos foram adquiridos por meio de emenda parlamentar. “É recurso vindo de deputados que colaboram conosco, com ajuda para a Santa Casa, com equipamentos de alta qualidade”, declarou.
Manu afirmou que o objetivo da Prefeitura é “reestruturar o hospital”. “A Santa Casa vai indo bem. Tenho certeza de que, neste ano de 2014, nós vamos equipar e procurar mais melhorias para uma saúde de qualidade”, encerrou.