10% dos bebês nascidos em Tatuí apresentam problema





Cristiano Mota

Aparelho auxiliará recuperação de bebês que necessitam de cuidados

 

De cada dez bebês que nascem em Tatuí, um apresenta problema. O diagnóstico é do médico pediatra João de Oliveira, que esteve na solenidade de entrega de equipamentos doados pela Prefeitura à Santa Casa e pelo Rotary Club de Tatuí “Cidade Ternura” à Maternidade “Maria Odete Campos Azevedo”.

Segundo ele, o percentual é decorrente de série de fatores que inclui a idade das gestantes. O médico, no entanto, disse que complicações podem existir independentemente da idade das mães. “Claro que com as de idade muito avançada e as muito jovens o risco se torna maior”, comentou o profissional.

De acordo com o pediatra, os problemas registrados na cidade (baixo peso, icterícia e prematuridade) “não têm tanta ligação” com a idade das gestantes. Entretanto, Oliveira citou que Tatuí vem tendo uma “incidência” grande de adolescentes grávidas.

“Inclusive, esse ano, parece que a coisa vai ser pior ainda. Pelos primeiros dias do mês, estamos verificando um volume grande de gestantes menores de idade”, comentou.

Em função disso, o médico disse que os equipamentos doados pelo Rotary Club vão reduzir os riscos de complicações por conta de problemas de saúde dos recém-nascidos. “Eles vão ajudar bastante”, afirmou.

Conforme Oliveira, o aparelho de fototerapia doado é um “dos mais modernos do mercado”. Ele é utilizado no tratamento de crianças com icterícia (que apresentam cor amarelada). “Isso não é um problema grave, mas pode se tornar, se a icterícia se impregnar no cérebro”, descreveu o médico.

O aparelho de bomba de infusão passou a ser utilizado na aplicação de doses “mais precisas” para os bebês que necessitarem de medicação.

De acordo com o médico, ele é essencial, especialmente nos casos em que as doses são milimétricas e que precisam ser ministradas em períodos de 12 ou 24 horas.

“Geralmente, as crianças que precisam disso são as prematuras e que não suportam grandes volumes. Então, tem que dosar de forma minuciosa”, explicou.

Já o aparelho de pressão positiva nas vias aéreas vai evitar que as crianças usem tubo respirador. “Naqueles casos em que o bebê já foi ao respirador artificial, ele é usado para fazer o chamado ‘desmame’, que é o processo de retirada do aparelho para que o bebê aprenda a respirar sozinho”.

Oliveira declarou que os aparelhos chegaram num “bom momento”. Conforme o médico, as crianças que estão em UTI (unidade de terapia intensiva) precisam de quatro a cinco bombas de infusão de seringa. A maternidade, com o equipamento recebido na quinta-feira, passa a contar com dois.

No caso do equipamento de fototerapia, Oliveira disse que ele auxiliará a equipe a agilizar o atendimento. “Então, vai conseguir resolver mais rapidamente, porque os aparelhos que nós temos são muito antigos”, concluiu.