Saldo de emprego na cidade fecha positivo em 685, segundo o Caged





A soma entre o número de admissões e demissões ocorridas na cidade entre janeiro e dezembro do ano passado teve resultado positivo. Dados do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), disponibilizados por meio do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), apontam saldo de 685 empregos.

No decorrer de 2013, as admissões superaram as demissões, sendo 13.900 efetivações com carteira assinada contra 13.215 desligamentos.

Ainda que positivo, o saldo registrou “pequena queda” no comparativo com 2012. Naquele ano, o Caged contabilizou 14.008 admissões e 13.294 baixas em registro, resultando em saldo de 714 empregos gerados no período de 12 meses.

A indústria de transformação despontou como líder absoluta na geração de empregos. Respondeu, no ano passado, pela maioria das efetivações.

O setor teve saldo de 329 empregos, contabilizados pelas 4.152 demissões e 3.823 demissões. Isso corresponde a 46,57% do saldo total de vagas geradas.

O comércio preencheu 35,91% dos empregos gerados no período analisado pelo Caged. Totalizou 246 novas vagas, resultado de 3.785 contratações e 3.539 desligamentos.

Em terceiro lugar, aparece a construção civil, com saldo de 107 empregos (15,62% do total), sendo 859 admissões e 752 demissões.

Os setores da atividade extrativa mineral e de serviços industrial e de utilidade pública tiveram, cada um, saldo de cinco empregos.

Já a administração pública e o comércio tiveram retração. Na contramão dos demais setores, registraram, respectivamente, saldo de menos 4 e menos 41.

Para o secretário municipal da Indústria e Desenvolvimento Econômico e Social, Ronaldo José da Mota, os números do Caged oscilam de um ano para outro por conta do “comportamento de mercado”.

Mota disse que a cidade, inserida no sistema da economia global, “sofre com os efeitos do recuo da balança comercial e da crise que afeta os Estados Unidos e Europa”.

Segundo ele, Tatuí tem perfil mais “exportador”, uma vez que a maioria das indústrias instaladas na cidade fabricam bens que não são consumidos internamente.

Caso da multinacional norte-americana Guardian do Brasil, da Glenalmond do Brasil e das tatuianas do grupo Rontan, a Rontan Eletrometalúrgica e a FBA (Fundição Brasileira de Alumínio).

Mota analisou que os números do município se mantiveram positivos por conta das cerâmicas. Elas seriam as “únicas que ainda seguram o mercado”, porque atuam em um ramo que se mantém aquecido, o da construção civil. “O governo, em questão de bens consolidados, até ampliou os financiamentos”, argumentou.

Conforme o secretário, as reduções nas contratações e as demissões para não comprometimento do faturamento de um setor acabam afetando os demais.

Esse seria o motivo pelo qual o comércio teve retração em 2013 em comparação a 2012. No ano retrasado, o setor fechou com saldo de 90 empregos.

Para este ano, Mota afirmou que o município tem desafio de manter o saldo positivo. Entretanto, sustentou que o desempenho da economia local não depende somente do Executivo, mas do comportamento do mercado. “São as forças externas, como nós chamamos, que agem nesse sentido”.

O secretário explicou, ainda, que o saldo de empregos gerados no município sofre influência direta de ações governamentais (tanto do Estado quanto da União).

A principal razão são as indústrias ligadas ao setor automotivo, como as empresas do grupo Rontan, e outras, como a Yazaki do Brasil.

De acordo com Mota, elas apresentam uma “sazonalidade” na linha de produção. Em função disso, contratam ou demitem mais a depender dos pedidos que recebem. Grande parte deles feita em ano que antecede processos eleitorais.

Nesses períodos, os governos tendem a aumentar pedidos para atender frotas da Saúde e da segurança pública.

Os veículos transformados ou produzidos para serem transformados são cedidos para os municípios, como mostra de que os governos estão fazendo investimentos em áreas “fundamentais”.

Desta forma, nos anos que precedem as eleições, os pedidos crescem. Para dar conta da produção, as empresas aumentam os quadros de funcionários. Quando esses produtos são entregues, se não houver “mais demanda”, os contratados como excedente costumam ser dispensados. Essas demissões tendem a acontecer, de acordo com o secretário, nos períodos seguintes.

Em função disso, as empresas locais estão apostando em novos mercados. A intenção é que elas possam manter a produção, o emprego e, com isso, a lucratividade.

“Soubemos que algumas delas estão partindo para novos mercados, para não ficar tanto na dependência de pedidos feitos pelos governos”, afirmou o secretário.