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Rio Tatuí apresenta níveis baixos em trechos; cia. afirma que está acompanhando ‘comportamento’
Tatuí está fora do mapa de cidades brasileiras que apresentam risco de desabastecimento por conta do período de estiagem. Pelo menos é o que divulgou a divisão regional de Botucatu da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), à qual a unidade do município está vinculada.
A gestora de comunicação da empresa, Maria Angélica dos Santos Galvani, descartou o risco, “pois a Sabesp está trabalhando 24 horas por dia no monitoramento dos sistemas produtores”.
De acordo com ela, a companhia está buscando, “a cada dia, as melhores alternativas para o enfrentamento da ‘severa estiagem’”.
Em respostas a questões apresentadas pela reportagem de O Progresso, Galvani afirmou que a represa de Tatuí está em nível “satisfatório”. Também conforme ela, o “comportamento” desse nível depende dos índices de chuvas nos próximos dias. O panorama, entretanto, não é dos melhores.
Desde novembro do ano passado, o município vem registrando estiagem e altas temperaturas. Medições da Defesa Civil apontam que, naquele mês, as precipitações somaram apenas 60 milímetros. Em dezembro de 2013, o órgão totalizou 39 milímetros de chuva, e em janeiro deste ano, 70 milímetros.
O volume está bem abaixo do ocorrido no final de 2012. Somente em dezembro daquele ano, o órgão contabilizou 309 milímetros, o que gerou aumento dos níveis dos rios Tatuí (que abastece o município), Sarapuí e Sorocaba.
As precipitações do final do ano retrasado foram 312,12% maiores que as registradas no final do ano passado, razão de apreensão da Defesa Civil. O órgão informou que as previsões de chuvas apontam a chegada delas após o dia 10 deste mês.
Em nota, a companhia declarou que, apesar dos esforços que estão sendo realizados para garantir o atendimento, a “situação impõe aos sistemas de abastecimento uma condição de extrema atenção e delicada operação”.
Até a terça-feira, 4, a Sabesp declarou que nenhuma cidade da região atendida por ela apresentava risco de desabastecimento por conta da situação climática.
A companhia destacou, ainda, que os consumidores devem “fazer uso de água com racionalidade”. Citou que a medida é importante tanto para redução de despesas (no tocante a consumo e produção) como para preservação ambiental.
De acordo com a Sabesp, a estiagem está acontecendo num período em que, historicamente, ocorreriam chuvas “de maior intensidade”. As precipitações nessa época do ano contribuem para a manutenção dos mananciais.
O município não é atendido por meio de incentivo econômico. A companhia informou que o estímulo aos consumidores que fazem economia vale para as cidades da Grande São Paulo, mais especificamente para residências, comércios e indústrias abastecidos pelo sistema Cantareira.
Em Tatuí, a Sabesp produz e distribui à população 30 milhões de litros de água por dia. Ela é fornecida com “padrão de qualidade que atende todos os quesitos da legislação vigente”. Contudo, a companhia argumenta ser preciso lembrar que a população pode contribuir, fazendo uso racional da água.
As recomendações são: tomar banhos curtos, fechando o registro ao passar sabonete e xampu; não lavar a calçada, ou carro com mangueira; acumular as roupas para utilizar a máquina de lavar na capacidade máxima; retirar o excesso de comida das louças, antes de lavá-las e deixar a torneira fechada ao ensaboá-las.
Também é solicitado que as pessoas deixem a torneira fechada enquanto escovam os dentes ou fazem a barba, e que prestem atenção a vazamentos dentro do imóvel.
Segundo a empresa, “algumas dicas geram ótimos resultados”. No caso de banho, por exemplo, são consumidos 135 litros de água em uma casa em 15 minutos. Com o fechamento do registro no ensaboamento, em uma duração de cinco minutos, o consumo cai para 45.
No caso de lavagem de veículos, quem usa um balde economiza 520 litros. Conforme a Sabesp, o consumo de água com lavagem por mangueira é de 560 litros.
Outras economias também são destacadas, como o caso da lavagem de louças. Seguindo as recomendações da companhia, os consumidores vão reduzir o consumo de 240 litros (com a torneira usada o tempo todo) para 20, fechando ela para fazer a limpeza e abrindo somente para retirar o sabão.
