Rolê na Praça tem skate, basquete e mistura entre hip hop e ‘cordas’

Grupos musicais participaram de edição inaugural em outubro; iniciativa terá mais três edições neste ano (foto: Cristiano Mota)

Realizada na noite de sábado, 28 de outubro, a primeira edição do “Rolê na Praça” contou com atividades esportivas e apresentações musicais.

O evento, realizado pelo Departamento Municipal de Juventude, por meio da Secretaria Municipal de Esporte, Cultura, Turismo, Lazer e Juventude, reuniu jovens para programação que será reproduzida quinzenalmente no município.

“A ação surgiu, na verdade, no início do ano, em conversas que tivemos com o juiz Marcelo Nalesso Salmaso”, explicou o diretor da Juventude, Gustavo Grando.

Ele e o titular da pasta da Cultura, Cassiano Sinisgalli, reuniram-se com o magistrado para buscar formas alternativas de oferecer entretenimento aos jovens.

O grupo de trabalho somou forças com os membros do Núcleo da Justiça Restaurativa, coordenado pelo juiz. “A ideia era trazer diversão para a Praça da Santa”, contou Gustavo.

Segundo ele, a Prefeitura recebeu críticas com relação ao uso do espaço por parte de jovens, em função de denúncias de consumo de álcool e drogas. Grando afirmou que as queixas vinham sendo feitas desde o ano passado.

Para garantir que os jovens continuassem a frequentar o local, mas com novo propósito, o diretor explicou que a equipe resolveu realizar um levantamento. Desse modo, aplicou um questionário, respondido pelos adolescentes.

Com base nas respostas, o grupo chegou ao formato apresentado no mês passado. A Praça da Santa (Martinho Guedes) é costumeiramente frequentada por jovens aos finais de semana. Todavia, não contava com programação voltada à participação ou para estímulo de produção cultural.

“Essa é uma ação feita com a Justiça, a Guarda Civil Municipal, o Conselho Tutelar, a Polícia Militar e as secretarias municipais do Desenvolvimento Social e da Cultura. Então, todos deram auxílio para que pudéssemos atender da melhor forma possível quem está vindo ao espaço”, contou.

Depois de ouvir os jovens, a equipe de trabalho convocou representantes de movimentos culturais. A iniciativa contou com apoio de MC Visel, ligado ao hip hop. Também participaram de encontros, para definição de formato e programação das atividades, adolescentes que compõem grupos católicos e evangélicos.

“Combinamos com eles que, a cada 15 dias, um grupo ficará responsável pelo evento. Nós começamos com o Visel e o grupo de hip hop. Na sequência, a atribuição será de um grupo da Fatec (Faculdade de Tecnologia) ‘Wilson Roberto Ribeiro de Camargo’, e assim por diante”, detalhou o diretor.

A ação será contínua, mas terá uma pausa no fim de ano, por conta da programação de Natal. Neste ano, outras duas edições ainda devem acontecer. Elas acontecerão neste mês, nos dias 11 e 25, sendo retomadas em 2018.

Durante as três edições do ano, Grando informou que a Prefeitura realizará uma espécie de “pesquisa de satisfação” com os participantes. O objetivo é verificar quais ações eles querem que sejam ampliadas e quais melhoradas.

Segundo o diretor, a avaliação permitirá que os organizadores também acrescentem novas atividades. “Pode acontecer de formatarmos novas ações, porque não ofereceremos só hip hop. No próximo, teremos sertanejo e pagode”, antecipou.

Na estreia, a organização uniu um quarteto de cordas, sob regência do maestro Juliano de Arruda Campos, e cantores de hip hop. Também promoveu competição de basquetebol. A próxima edição terá atividades como futsal e vôlei, na parte esportiva, e nova mistura de ritmos, na musical.

O evento tem início às 19h e termina às 22h, em função do limite de horário para uso de som. “Ele começou como um piloto neste ano, mas será ampliado para o ano que vem e até em outros espaços públicos”, disse Sinisgalli.

De acordo com o secretário, o projeto é fruto de trabalho de “várias mãos”. Sinisgalli explicou que, desde a concepção, a secretaria procurou ouvir o maior número possível de pessoas. “Colocamos todas as ideias que tínhamos e cada um foi palpitando até chegarmos a esse formato”, descreveu.

O projeto prevê a realização de três edições neste ano e será retomado em sequência a cada 15 dias, a partir de 2018. Entretanto, Sinisgalli antecipou que a secretaria não descarta a possibilidade de tornar a programação semanal.

“Deixamos apenas três edições neste ano, por causa das atividades de Natal. Mas, a ideia é que possamos dar continuidade não somente na Praça da Santa”, contou.

O espaço público deve passar por reforma no início do ano, conforme projeto apresentado pelo Executivo, com recursos do MIT (Município de Interesse Turístico), do governo do Estado.

Como a praça ficará interditada durante o restauro, a Prefeitura estuda promover o Rolê na Praça em outras duas localidades: a Praça da Matriz e a Manoel Guedes (do Museu).

“Vamos levar o evento para os lugares nos quais os jovens frequentam. Queremos estar unidos com eles, montando eventos onde tiver público”, observou Sinisgalli.

De acordo com o secretário, no decorrer de todas as edições, equipes da secretaria e os responsáveis pela organização estarão ouvindo os jovens.

A intenção é permitir que a programação seja atrativa e ampla. Para tanto, representantes de vários segmentos estão sendo convidados a participar. Entre eles, profissionais que farão ações voltadas às mulheres.

Por meio dessa dinâmica, o secretário enfatizou que o evento não só oferece atividades para os jovens como os estimula a produzirem. “É um evento feito para eles e por eles. Aliás, eles serão responsáveis por quase tudo. Nós vamos estar somente dando a infraestrutura e alinhando o resto”, concluiu.