Rios voltam ao ‘normal’ e 32 famílias retornam para casas

Após o rio voltar ao leito, Defesa Civil. solicitou materiais de limpeza

Os rios Sorocaba e Tatuí voltaram aos níveis normais, depois de registrarem elevação por conta das chuvas que caíram no município no início do mês. A CMDC (Coordenadoria Municipal da Defesa Civil) está monitorando os cursos de água e constatou, nesta semana, que os níveis se mantêm estáveis.

Segundo o coordenador do órgão, João Batista Alves Floriano, a normalização possibilitará que 32 famílias desalojadas na semana retrasada possam reocupar as residências. Neste mês, a cidade sofreu enchente em pelo menos dois pontos: no distrito de Americana e no Jardim Thomaz Guedes.

Para auxiliar as famílias, a DC solicitou materiais de limpeza e orientações à Secretaria Municipal da Saúde. Os níveis dos rios começaram a baixar na semana passada.

Eles subiram entre os dias 1o e 10 deste mês, em decorrência das chuvas consideradas atípicas. “Junho é um mês de estiagem. Então, nós tivemos que ter uma atenção redobrada por isto”, informou Floriano.

Na cidade, o órgão percorreu as áreas mais propensas a alagamentos e enchentes. Das três localidades, o distrito de Americana é o que está mais vulnerável. “Lá, é uma área de risco grande, por causa do encontro de rios”, explicou o coordenador.

Toda vez que a cidade registra volume grande de precipitações, o órgão atua em estado de alerta. Neste ano, o segundo consecutivo com chuvas atípicas, a Defesa Civil preparou um estudo. O objetivo é averiguar quais riscos ou consequências as precipitações mais intensas acarretam.

Floriano citou que o distrito de Americana é o primeiro a ter residências alagadas por uma somatória de fatores. Além de ser “cortado” pelos rios Sorocaba e Tatuí, o bairro possui residências em área inundada pelo refluxo do encontro das águas.

“Temos que entender que os rios estão numa bacia hidrográfica, que, por onde os rios passam, eles vão coletando águas. Somando os córregos, a bacia toda fica com um volume hídrico grande, gerando transbordamento”, descreveu.

Esta é uma das razões pelas quais moradores do Thomaz Guedes têm as casas alagadas. O bairro fica próximo ao rio Tatuí, que recebe águas de córregos. Neste mês, duas residências situadas naquela região foram inundadas.

Já o Residencial Gaiotto, apesar de próximo ao rio Sorocaba, não sofreu com enchentes. Floriano explicou que a localidade está mais distante do ponto de encontro com o rio Tatuí. Com isso, o nível do curso de água acaba chegando não tão elevado ao bairro, uma vez que precisa percorrer caminho maior.

A consequência disto é que o residencial pode ter alagamentos, mas não enchentes de imóveis. Outro diferencial é que, no Gaiotto, a maioria das casas que porventura venha a ser atingida é de veraneio. Em Americana, boa parte dos imóveis alagados fica à margem do rio, sendo ocupada por famílias.

“No Gaiotto, praticamente, mais de 90% dos imóveis são de veraneio. Existem algumas casas residenciais lá, mas são poucas. Já na Americana, a situação é diferente. Mesmo no pesqueiro há casas com residentes”, contou Floriano.

Outra diferença é que, no residencial, as famílias proprietárias têm mais tempo para retirar os móveis ou suspendê-los, em caso de enchente. No distrito de Americana, as famílias dispõem de horas para poder se preparar.

O nível do Sorocaba é controlado pelas comportas da Usina Hidrelétrica Santa Adélia. As comportas da barragem permitem mais, ou menos, volume de água em vazão. Quando o rio atinge nível preocupante, as portas são abertas, e a usina avisa a comunidade. Todo o processo é comunicado para a Defesa Civil.

Quando o rio volta ao nível normal, os imóveis só podem ser ocupados depois de passar por desinfecção. O trabalho precisa ser feito pela Secretaria Municipal de Saúde, que cede materiais de limpeza e orienta os moradores.

A pasta deve enviar, nos próximos dias, uma equipe para auxiliar os moradores na tarefa de desinfecção das casas, para a reocupação. Os imóveis inundados ficam nas ruas Maria Conceição Martins – acesso à usina – e Laurindo Marques. Algumas das famílias já voltaram para as propriedades.

“Como já conhecem o procedimento, elas mesmas providenciaram o necessário para que pudessem novamente ocupar os imóveis”, contou o coordenador.