Entre as diversas novidades ocorridas recentemente, que figuraram notícias na imprensa local, uma delas pode até não ter tomado maior espaço, mas, certamente, representa algo de muita relevância: o indicativo de empregos formais.
É fato que muitos até suspeitam dos números – obviamente, em maior parte entre os que ainda enfrentam o desemprego -, como também é verdade que o primeiro mês do ano apresentou resultado negativo.
Aliás, ambos os números foram reportados no jornal, razão pela qual não seria fácil entender porque, em um momento, as notícias são verdadeiras e, em outro, mentirosas – conforme a opinião de uma minoria, expressa em redes sociais.
Os dados são apenas repercutidos, tendo como base os estudos do Caged, que são, sim, confiáveis e sérios, além de serem concretizados fora das fronteiras tatuianas. Mas, enfim, é fácil compreender as conclusões estapafúrdias pelo simples fato de que são manifestas, basicamente, em meio à instância maldosa e obtusa das redes sociais.
Importa é que a retomada da economia – lenta, porém, real -, começa a repercutir no índice de empregos formais. O Progresso publicou, nesta quarta-feira, os mais recentes dados do Caged.
Segundo divulgado pelo MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), a partir de estudo do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o número de empregos formais voltou a subir em Tatuí no segundo mês do ano.
O balanço foi divulgado na sexta-feira da semana passada, 23, e aponta para variação absoluta positiva de 300 contratações a mais que os desligamentos.
Foram 909 admissões e 609 demissões durante o período, nos 4.774 estabelecimentos consultados. O número de empregos formais, em 1º de janeiro, era de 24.923. Os dados mostram a recuperação do mercado de trabalho, que começou 2018 com queda de 11 vagas.
De julho a novembro de 2017, o município chegou a registrar cinco meses consecutivos com números positivos, contabilizando 309 novos empregos com carteira assinada. Mesmo assim, fechou o ano com saldo negativo de 389 demissões.
Segundo Antônio Carlos de Moraes, chefe da Agência Regional do Ministério do Trabalho em Tatuí, os setores da indústria de transformação e de serviços alavancaram o crescimento do emprego na cidade.
Indústria de transformação é o setor que transforma as matérias-primas, obtidas na natureza, em utensílios. “Por outro lado, a construção civil teve crescimento lento e o comércio apenas diminuiu o número de demissões”, observou.
Moraes analisa que a recuperação já era aguardada e espera que os números continuem subindo durante o primeiro semestre. “Se continuar com o mesmo patamar, a indústria de transformação e o setor de serviços, a situação pode melhorar. A tendência para o comércio é ocorrer uma estabilização, ou um pequeno saldo positivo”, analisou.
O chefe da Agência Regional do Ministério do Trabalha acredita que, se ocorrer aumento nas contratações vinculadas à construção civil, a cidade pode repetir os números apresentados em fevereiro.
“Acredito que muitas obras estão tendo início na cidade. Com isso, o número de trabalhadores na área da construção civil tende a aumentar”, argumentou.
A estabilização da queda no comércio também é apontada como fator que pode influenciar nos resultados do próximo mês e no primeiro semestre. Os números positivos, conquistados em fevereiro, devem refletir na economia de Tatuí.
Moraes explica que, com a indústria de transformação, as pessoas terão poder aquisitivo maior para gastar. “São valores a mais circulando, e isso acaba refletindo no comércio”, salientou.
Os dados positivos também refletiram em alta na microrregião de Tatuí, que registrou variação absoluta positiva de 606 empregos. Os números do Estado de São Paulo e do Brasil também tiveram alta no segundo mês do ano.
“A tendência regional é também haver um crescimento. As empresas de Tatuí e da região atendem o mercado nacional. A melhora desse mercado faz com que ocorra um aumento no número de pedidos”, elucidou.
O índice nacional apontou para 1.274.965 admissões e 1.213.777 desligamentos, com saldo positivo de 61.188 empregados contratados. Nos últimos 12 meses, o saldo acumulado de empregos no Brasil está em 102,4 mil.
É evidente, portanto, que o país ainda não saiu da pior crise de sua história – tampouco Tatuí -, mas não querer reconhecer que já há sensível melhora, no mínimo, é estranho. Só pode ser interesse político, gosto por desgraça ou simples falta de informação.