Da reportagem
O número de mortes por causas naturais aumentou16,41% em novembro deste ano em comparação ao mesmo mês do ano passado. Já no comparativo entre outubro e novembro de 2020, houve queda de 8,23%.
Os dados são apontados por levantamento divulgado no Portal da Transparência do Registro Civil, órgão administrado pela Arpen-Brasil (Associação Nacional dos registrados de Pessoas Naturais).
As estatísticas, consultadas na manhã de sexta-feira, 18, apontavam um total de 78 óbitos declarados em novembro deste ano, enquanto, em outubro, 85 pessoas perderam a vida por causas naturais. Já em novembro do ano passado, 67 óbitos foram registrados.
O Portal da Transparência é atualizado diariamente por todos os cartórios do país. As estatísticas se baseiam nas declarações (documentos preenchidos pelos médicos com os falecimentos) que dão origem às certidões de óbito, registradas nos cartórios para a liberação dos sepultamentos.
Desde o início da pandemia, a plataforma do Registro Civil passou a informar dados de óbitos por Covid-19 (suspeitos ou confirmados) e, ao longo dos meses, novos módulos abrangendo mortes por doenças respiratórias e cardíacas, com filtros por estado e município.
Os números levantados pelo portal ainda mostram que os casos de mortes por causas naturais, nos meses de março a dezembro deste ano (período da quarentena determinada pelo estado), tiveram aumento de 15,74% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Conforme o relatório, entre os dias 16 de março e esta sexta, 18, 772 mortes por diversas causas foram registradas na cidade. Já no ano passado, foram emitidas 667 declarações de óbitos no mesmo período.
Segundo o levantamento, o crescimento foi de 105 óbitos no período de março a dezembro. O maior crescimento, em percentual, foi contabilizado em março, com 15 mortes a mais que no mesmo mês do ano passado, passando de 26 para 41 (57,69%).
Ainda em comparação a 2019, os dados mostram aumento de 67 para 70 casos (4,47%) em abril, de 67 para 90 (34,33%) em maio, 78 para 93 (19,23%) em junho, 75 para 98 (30,67%) em agosto, 79 para 90 (13,92%) em setembro e 63 para 85 (34,92%) em outubro.
O mês de julho aparece com 9,61% menos mortes, passando de 104 para 94. Já nos 18 dias de dezembro, em relação ao mesmo período do ano passado, houve redução de 19,51%, passando de 41 para 33 registros de óbitos.
As mortes por causas naturais são resultado de doença ou mau funcionamento interno dos órgãos, e, nesta classificação, estão os óbitos por Covid-19, a SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), pneumonia, insuficiência respiratória e septicemia (choque séptico).
Até às 9h de sexta-feira, 18, o registro apontava 38 mortes por insuficiência respiratória, 98 por pneumonia, 77 por septicemia, uma por causa indeterminada (ligada a doença respiratória, mas não conclusiva) e três por SRAG.
Além disso, o levantamento mostrava um total de 114 mortes por Covid-19 neste ano. Contudo, a assessoria de comunicação do portal explica que, quando na declaração de óbito há menção de Covid-19, coronavírus ou novo coronavírus, considera-se como causa a Covid-19 (suspeita ou confirmada).
Entre as causas cardiovasculares, o levantamento aponta 63 mortes por AVC, 68 por infarto e 53por causas vasculares inespecíficas. Outros 257 óbitos estão relacionados a outros tipos de doenças.
No mesmo período de 2019, houve três registros de morte por síndrome respiratória aguda grave, 140 por pneumonia, 35 por insuficiência respiratória, 80 por septicemia e 5 por causas respiratórias indeterminadas.
Além disso, 56 pessoas faleceram por AVC, 34 por infarto, 44 por outras causas cardiovasculares inespecíficas e 270 relacionadas a demais doenças.
A atualização do Portal da Transparência pelos registros de óbitos lavrados pelos cartórios de registro civil obedece a prazos legais.
A família tem até 24 horas após o falecimento para registrar o óbito em cartório, o qual, por sua vez, tem até cinco dias para efetuar o registro e, depois, até oito dias para enviar o ato à Central Nacional de Informações do Registro Civil, que atualiza a plataforma.