Da reportagem
O número de mortes por causas naturais apresentou queda de quase 44,87% em junho deste ano em comparação ao mesmo mês do ano passado, quando a pandemia de Covid-19 ainda se encontrava com os índices mais altos de contaminação. Já no comparativo com junho de 2020 (pouco após o surgimento da doença), a atual queda chega a 7,52%.
Os dados são apontados por levantamento divulgado no Portal da Transparência do Registro Civil, órgão administrado pela Arpen-Brasil (Associação Nacional dos registrados de Pessoas Naturais).
Estatísticas do portal indicam 86 óbitos declarados em junho deste ano, enquanto, no sexto mês de 2021, 156 pessoas perderam a vida por causas naturais. Já em junho de 2020, 93 óbitos foram registrados.
Desde o início da pandemia, a plataforma do Registro Civil passou a informar dados de óbitos por Covid-19 (suspeitos ou confirmados) e, ao longo dos meses, novos módulos abrangendo mortes por doenças respiratórias e cardíacas, com filtros por estado e município.
As mortes por causas naturais são resultado de doença ou mau funcionamento interno dos órgãos, e, nesta classificação, estão os óbitos por Covid-19, a SRAG (síndrome respiratória aguda grave), pneumonia, insuficiência respiratória e septicemia (choque séptico).
Sobre o impacto da Covid-19 no total de registros, os dados apontam que, entre suspeitas e confirmações, os cartórios emitiram quatro certidões de óbito em junho. Sem as mortes pela doença, o sexto mês do ano teria 82 mortes.
Além dos falecimentos por suspeita ou confirmação de Covid-19, dez foram por pneumonia – em aumento de 42,85% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registradas sete declarações por esta causa.
Mortes por septicemia apareceram em duas certidões de óbito, uma a menos que em 2021, quando três casos foram registrados. Já a insuficiência respiratória levou nove pessoas à morte, número que representa aumento de 125% em relação ao ano passado, quando morreram quatro.
Em junho deste ano, uma pessoa teve o registro de morte como “causa indeterminada” – neste caso, quando é ligada a doenças respiratórias, mas não conclusiva.
Também houve um registro de morte por SRAG em junho de 2022. Óbitos relacionados às causas respiratórias representam 95 registros no sexto mês de 2021, contra 30 em 2022, em redução de mais de 62,48%.
Entre as causas cardiovasculares, o levantamento apontava queda de 14,28% nas mortes por AVC, passando de sete, em junho de 2021, para seis, no mesmo mês de 2022.
Também houve redução de 42,85% nos casos de mortes por infarto, passando de 14 para oito registros. Já os óbitos por causas vasculares inespecíficas mantiveram-se em oito. Por sua vez, os óbitos relacionados a outros tipos de doenças também se concluíram no mesmo patamar, com 37.
O Portal da Transparência é atualizado diariamente por todos os cartórios do país. A atualização pelos registros de óbitos lavrados pelos cartórios de registro civil obedece a prazos legais.
A família tem até 24 horas após o falecimento para registrar o óbito em cartório, o qual, por sua vez, tem até cinco dias para efetuar o registro e, depois, até oito para enviar o ato à Central Nacional de Informações do Registro Civil, que atualiza a plataforma.
As estatísticas se baseiam nas declarações (documentos preenchidos pelos médicos com os falecimentos) que dão origem às certidões de óbito, registradas nos cartórios para a liberação dos sepultamentos.