Reformas serão necessárias, afirma Guiga

Guiga Peixoto comenta sobre as eleições e antecipa posicionamento político

Eleito como o candidato a deputado federal mais votado em Tatuí, o empresário José Guilherme Negrão Peixoto (Guiga Peixoto), do PSL (Partido Social Liberal), esteve na redação de O Progresso nesta quarta-feira, 10, quando comentou sobre as eleições e antecipou posicionamentos políticos.

Guiga afirmou que, na Câmara dos Deputados, entre outros trabalhos voltados ao desenvolvimento da região, pretende defender reformas fiscais, tributárias e da Previdência.

O tatuiano conquistou 31.718 votos no Estado, o equivalente a 0,15% de todos os válidos em São Paulo. Somente em Tatuí, foram 17.485, 32,31% do total.

Abordando planos para o parlamento, o empresário defendeu as reformas fiscais, tributárias e da Previdência como meios para um impacto positivo na economia do país.

Para o político, caso não ocorram mudanças urgentes no programa do seguro social, a Previdência poderá “quebrar” no prazo de um ano.

“São números, não é chute, nem adivinhação. Contra fatos, não tem argumentos. A reforma da Previdência tem que ser feita o mais urgente possível”, sustentou. Guiga ressaltou, entretanto, que a proposta de reformas deve começar “pelo topo, jamais pela base”.

Ainda no pilar da economia, o parlamentar defendeu mudanças no sistema tributário, citando alguns pontos que fazem parte do plano de governo do candidato à Presidência Jair Messias Bolsonaro, do PSL.

Segundo o político, a intenção é buscar reduzir a tributação ou, então, “fazer com que ela seja valorizada, investindo a arrecadação nas áreas de saúde, educação e segurança”. “O imposto que você paga tem que ter o retorno que você espera”, reforçou.

De acordo com Guiga, as reformas são um importante instrumento para restabelecer o crescimento econômico. “Das duas uma: ou a gente diminui a tributação, ou a gente usa com seriedade, investindo onde deve ser investido”, apontou.

“Acredito que, quando o Paulo Guedes (economista cotado para o Ministério da Fazenda de um possível governo do PSL) fala de uma tributação igual para todos, isso começa a ser um ponto democrático. Nós temos que fazer uma reforma urgente na tributação, ou fazer com que ela seja valorizada”, assegurou.

Conforme declarou, ele é a favor de isentar do IR aqueles que ganham até cinco salários mínimos e, acima disso, tributar em uma faixa única de 20% os demais. Atualmente, só quem ganha abaixo de R$ 1.903,98 por mês está isento.

Ainda na questão da recuperação econômica, o empresário frisou que defenderá, na Câmara dos Deputados, as propostas de um novo regime fiscal com ajustes no orçamento e pontuou que o teto dos gastos públicos tem de ser respeitado.

“Não é possível você ganhar 10 e gastar 20. Chega uma hora em que não aguenta. É matemática: se gastar mais do que ganha, no final, a conta não bate”, acentuou.

O teto dos gastos públicos envolve a limitação ao crescimento das despesas do governo brasileiro, alcançando os três Poderes, além do Ministério Público da União e da Defensoria Pública da União.

Com a PEC, as despesas e investimentos públicos ficam limitados aos mesmos valores gastos no ano anterior, corrigidos pela inflação e medidas pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Para o político, uma das formas de estimular o desenvolvimento e a consequente retomada da economia e dos empregos é defender as “tesouradas”. “Nós temos que tesourar, não podemos ter o Congresso Nacional mais caro do mundo em comparação com o PIB”, declarou.

“Temos que começar, primeiramente, uma reforma de conceito, para que a gente possa, através dessa mudança, fazer as outras reformas possíveis no Brasil”, acrescentou.

Com relação à reforma trabalhista, o político afirmou que o primeiro passo já foi dado, mas que o país ainda deve avançar. “Temos modelos prontos de sucesso no mundo inteiro, é ‘pegar’ o que tem de bom e colocar em prática”, avaliou.

Sobre o posicionamento dele no Congresso, Guiga assegurou que deve defender, convictamente, a democracia em qualquer situação.

“A democracia é o instrumento do povo, é o exercício que tem que ser praticado diariamente, desde a casa até os mais altos escalões. Não abro mão de qualquer coisa que não seja democracia”, garantiu.

Ele ainda apontou ser “impossível pensar em um Brasil ditatorial em tempos de hoje, em tempos de globalização”.

Em Brasília, o futuro deputado federal tatuiano afirma que deverá ser favorável a reformas na Constituição Federal. Para Guiga, a CF, que completou 30 anos no dia 5 deste mês, deve ser reformulada.

“Temos que estudar bem quais os pontos que podem ser mudados, mas o pacto federativo precisa ser reformulado urgentemente”.

“É impossível Brasília saber o que as cidades precisam e achar que está bom destinar apenas 6% da arrecadação dos impostos para os municípios”, comentou.

Guiga também falou sobre a nova composição do Congresso. A Câmara de 2019, com os 513 deputados federais, será composta por 30 partidos diferentes. PT e PSL elegeram o maior número de representantes.

A bancada do PT terá 56 deputados e a do PSL, 52. São os dois partidos com mais deputados federais eleitos. Em seguida, aparecem PP (37), MDB (34) e PSD (34).

O PSL ocupará dez cadeiras das destinadas ao Estado de São Paulo. A legenda poderia preencher até 16 vagas no Estado, contudo, os outros candidatos não atingiram o número mínimo de votos exigidos (30 mil).

O candidato mais votado do país também representa a legenda. Eduardo Bolsonaro (PSL) foi reeleito com 1.843.735 de votos, o que representa 8,74% do total de válidos. Em Tatuí, ele foi o terceiro mais votado, com 3.205 votos, 5,92% dos válidos.

Para Guiga, a renovação representa uma “aversão à política tradicional” e, ainda, uma “afinidade com um pensamento mais conservador”.

Analisando a situação econômica do Brasil, o político ainda apontou que alguns programas em andamento podem ser melhorados.

“Nós temos, hoje, o maior índice de desemprego da história do Brasil, porque tem uma política econômica e social errada. Programas como o Bolsa Família, por exemplo, existem no mundo inteiro, só que tem que ser bem usado”, avaliou.

No Congresso, o deputado federal ainda tem planos para fortalecer Tatuí e as cidades da região. “Sou um fervoroso atuante, que gostaria muito do voto distrital puro, para trazer o candidato, ou o representante, mais próximo à população”.

“Nesta campanha, a gente fez isso. Começamos a exercitar o que a gente quer, que é trabalhar pela cidade de Tatuí e pela região”, frisou.

Guiga falou, ainda, sobre planos quanto às eleições de 2020 e garantiu que não deixará a Câmara dos Deputados para disputar o pleito municipal.

O político já havia participado das eleições como candidato a prefeito, em 2016, obtendo 11.464 votos e ficando na terceira posição, então pelo PSC (Partido Social Cristão) e em sua primeira participação na política. Agora, no entanto, garantiu que não deve deixar o mandato para disputar novo cargo eletivo.

“Assinei um compromisso, com meus colegas (de partido), de que jamais abandonarei o mandato para disputar qualquer tipo de eleição em 2020, seja para prefeito, para vereador. Meu compromisso é cumprir o mandato”, reiterou.

De acordo com ele, o grupo político ao qual pertence deverá lançar um candidato, mas o nome ainda será definido. “Somos um grupo destinado à mudança de Tatuí, e temos pessoas até mais qualificadas do que eu para ser um prefeito do mais alto nível para Tatuí”, declarou.

A disputa pela vaga na Prefeitura, em 2016, marcou o começo da carreira política do empresário, que, anteriormente, não era filiado a nenhum partido político.

“No sábado passado (6), quando fizemos nossa carreata, passamos pelo Jardim Wanderley, lugar onde fiz o primeiro comício há dois anos, e percebemos a diferença”, declarou.

“Na primeira vez que estivemos lá, tinha uns ‘gatos pingados’ no bairro, que resolveram assistir ao comício. Mas, desta vez, quando passamos com a carreata, vimos que, realmente, a nossa sementinha começou a gerar frutos”, comentou.

Para finalizar, o empresário agradeceu os votos alcançados e acrescentou: “Queremos mudança, não pensamos nos interesses próprios, mas nas necessidades da comunidade. Queremos que Tatuí volte a ser referência para a região”.