Às 7h de sábado, 5, Márcio Roberto de Morais, 35, foi morto na rua Joaquim Eugenio Santos, no bairro Jardim Thomaz Guedes. De acordo com o capitão da 2a Cia. da PM, comandante Kleber Vieira Pinto, a vítima foi assassinada com diversos ferimentos de facas.
O servente de pedreiro Victor Hugo Rodrigues da Mota, 21, e o operador de empilhadeira Victor Hugo Pires, 30, foram presos em flagrante pelo assassinato de Mota. Há um foragido, acusado de participação no homicídio.
De acordo com o capitão, a PM recebeu chamado para comparecer no pronto-socorro e, ao chegar, foi informada de que o Corpo de Bombeiros havia socorrido Morais. Porém, ele não resistiu aos ferimentos e morreu na viatura do resgate.
Após sair do PS, policiais militares seguiram ao local do crime, fizeram diligências, entrevistaram pessoas e conseguiram identificar os três autores do homicídio, sendo que dois acabaram presos na tarde do próprio sábado.
De acordo com o capitão, Mota e Pires disseram que os quatro estavam bebendo em uma calçada, quando, “de repente”, começou uma discussão. Os três acusados teriam agredido e matado Morais com vários cortes no corpo. O motivo do crime será investigado pela Polícia Civil.
Conforme informações colhidas pela PM no local do crime, a vítima do homicídio teria envolvimento com drogas. Segundo Kleber, na casa dos dois acusados, a PM encontrou um punhal e um “facão”, utilizados para matar Morais, e roupas com vestígios de sangue.
De acordo com o capitão, a prisão em flagrante foi “tranquila”, e os acusados não reagiram.
“Tínhamos indícios fortes de quem eram os autores. Na delegacia, ao ser efetuado o flagrante, eles acabaram confessando e contando essa versão de que estavam todos junto, bebendo, e, do nada, se desentenderam”.
Kleber afirmou que quem tiver informações sobre o paradeiro do terceiro acusado pode entrar em contato com a PM ou a PC.
Mota e Pires foram presos acusados de homicídio qualificado e o terceiro acusado, segundo Kleber, será representado pela prisão preventiva. “Devemos prendê-lo em breve, porque está identificado”.
Homicídios
De acordo com o capitão, não é comum acontecer ocorrências com armas brancas na cidade. Por isso, esse foi um crime que “chamou a atenção” dele.
Kleber afirmou que homicídio é um crime difícil de controlar ou prevenir por parte da PM, porque “grande parte desses crimes tem a ver com envolvimento amoroso, é passional. Então, não existe um mecanismo de se prevenir um crime assim”.
Conforme o capitão, a única prevenção que a PM atua é na apreensão de armas brancas e de fogo. Porém, não seria 100% eficaz. Ele acredita que, fazendo essas operações, os casos de homicídios podem diminuir.
De acordo com Kleber, o que é possível fazer é atuar “firme” em investigações, para não deixar os acusados escaparem dos crimes que tenham cometido.
“Se a PM ou a investigação da PC chegar ao calor dos fatos no local, entrevistar as pessoas, colher provas e informação naquele momento, facilita muito. Nem que não se prenda naquele exato momento, mas, pelo menos, ajuda nas investigações”, salientou o capitão.
Segundo ele, se os policiais forem “curiosos”, chegarem rápido e forem atentos a tudo que está no local do crime, vai auxiliar na imediata, ou não, identificação do autor.
O capitão salientou, porém, que um homicídio é mais difícil esclarecer do que um roubo ou furto de veículo, por exemplo. Isso acontece porque as polícias já possuem um padrão de criminoso e sabem, “mais ou menos”, quais quadrilhas atuam nesses crimes.
“O homicídio não é isolado. É uma pessoa, às vezes sem passagem nenhuma, problema nenhum com a Justiça, que ‘explodiu’ e matou”, sustentou Kleber.
De acordo com ele, atualmente, o envolvimento das pessoas com drogas tem facilitado a ocorrência desses crimes. Além da questão social, com moradores de rua e prostituição.
Conforme Kleber, se houver diminuição no número de moradores de rua na cidade, os crimes podem diminuir bastante também.
“Pessoa vivendo na rua, tomando a pinga dela, perde a dignidade, perde autoestima, os princípios – se é que tinha alguns princípios. Então, tudo isso potencializa um possível homicídio. Por isso, é importante que se diminua”, observou o capitão.
Ainda de acordo com ele, geralmente na cidade, não há ocorrências de um homicídio encomendado. Acontecem mais os provenientes de brigas, de “coisas de momento”.
X