Primeira edição do Carnarock Solidário leva 900 í  ‘Santa’





A primeira edição do “Carnarock Solidário” aconteceu na praça Martinho Guedes (da Santa), durante o sábado, 6, e domingo, 7. O evento, pela estimativa dos organizadores, reuniu cerca de 400 pessoas no primeiro dia e mais de 500 no segundo.

“Quando resolvemos que faríamos o evento, não tínhamos ideia se as pessoas compareceriam, se conseguiríamos doações ou sequer se as bandas aceitariam vir tocar em um evento beneficente”, comentou Grégori Goda, idealizador do Carnarock.

“Conseguimos um público significativo e diversificado, com pessoas de todas as faixas etárias, fãs do rock´n’roll, ou apenas curiosos, e pessoas vindas de toda a região – inclusive, até de São Paulo e de cidades mais distantes -, o que nos surpreendeu bastante”, conta Goda.

Com o objetivo de oferecer uma alternativa de entretenimento durante o Carnaval e ajudar a Santa Casa de Misericórdia de Tatuí, o evento pediu a colaboração do público por meio da doações de alimentos e leite. Apenas no sábado, foram mais de 50 litros de leite arrecadados.

O evento começou às 14h e abrangeu público bastante diverso. Havia crianças e famílias espalhadas pela praça, lençóis e colchas estendidas na grama, camisetas de rock, cabelos coloridos, “todos em clima de festa”.

“Ver Tatuí abraçando isso foi demais. Essa cidade tem uma infinidade de excelentes músicos e, infelizmente, eles têm dificuldade para arranjar um lugar para tocar”, observou Tchello Gasparini, vocalista da banda Manilha Velha e também organizador do Carnarock.

“Nossa dúvida sobre a aceitação das bandas em tocar em um evento beneficente caiu por terra bem rápido. Em pouco mais de dois dias, já havíamos acertado 12 bandas, e ainda havia outras tantas nos perguntando se haviam vagas no evento”.

“Acabamos optando por diminuir um pouco mais o tempo de palco de cada uma das bandas para aumentar o número de atrações para 14, e ainda assim tivemos que deixar alguns candidatos de fora, infelizmente”, acrescentou Goda.

No sábado, o Carnarock apresentou as bandas Corrosive Rust, Estágio 5, Rock A-Z, On the Mend, Made in Brasil e Rock na Veia.

O único incidente foi a forte chuva no começo da noite, o que acabou resultando no cancelamento da banda White Fly, destaque do evento. A estrutura do trio não suportaria com segurança o show, e o público deixou o local devido às fortes pancadas de chuva.

No domingo, a praça estava ainda mais cheia e “animada”. Os shows ficaram por conta das bandas DMZ, Metal Preachers, Whisper, Metropolis, Manilha Velha, Live by Night e Black Box.

As vocalistas das bandas Metropolis e Manilha Velha subiram no trio com participações “especiais”: os bebês, ainda no ventre. Yana Oliveira, grávida de sete meses, e Thais Vaz, com oito meses de gestação, levantaram o público.

“Para a gente foi um prazer inenarrável poder tocar rock em cima de um trio elétrico para um público tão eclético; para nós, é a verdadeira definição do que é a Capital da Música. Foi um orgulho imenso, principalmente por ser a primeira edição pública desse evento”, comentou Thais.

“Bem bacana (o evento), porque é uma opção diferente do convencional. Sempre o Carnaval é conhecido como samba e, agora, tivemos uma alternativa diferente”, observou Mariana Camargo.

“É gostoso porque é durante o dia, dá para aproveitar o verão, e o pessoal gosta. Sem falar que isso ajuda as bandas a divulgarem o trabalho delas, que é bem legal”, opinou o músico Bruno Gardenal.

O evento teve apoio do coletivo Pé Vermeio, do vereador Oswaldo Laranjeira Filho, da Prefeitura e da Guarda Civil Municipal.

“Redemocratizar a música através do Carnarock é um orgulho imenso. Por mim, rola ‘Pascoarock’, ‘Diadotrabalhorock’, ‘Juninarock’”, afirmou Gasparini.

“Finalmente, após tudo encerrado, com o corpo descansado e a mente novamente no lugar, creio que falo em nome de todos que participaram do Carnarock Solidário quando digo que faríamos tudo de novo, sem pestanejar”, concluiu Goda.