Prefeitura prorroga o tempo de quarentena; medida vai até dia 22

Foto: by Orna Wachman Pixabay
Da redação

O período de quarentena foi prorrogado até o dia 22 de abril. Inicialmente, o município havia decretado o procedimento por 15 dias, em razão da pandemia de coronavírus.

A medida passou a valer em 24 de março e iria até terça-feira, 7. Contudo, na tarde de segunda-feira, 6, a prefeitura informou que seguirá as determinações do estado.

Na manhã de segunda-feira, o governador João Doria decidiu prorrogar por mais 15 dias a quarentena em todos os 645 municípios de São Paulo, até o dia 22 de abril.

A decisão foi tomada após reunião com 15 médicos do Centro de Contingência do Coronavírus, que apontaram que o contágio já chegou a cem cidades paulistas e a mais de 400 hospitais públicos e privados.

Conforme o governador informou em coletiva de imprensa, projeções apontam que prolongar o distanciamento social pode evitar mais de 160 mil mortes em todo o estado.

“A prorrogação da quarentena será feita por mais 15 dias, do dia 8 até o dia 22 de abril, em todo o Estado e pelas razões que foram largamente expostas por cientistas, médicos e especialistas. Prefeitas e prefeitos terão o dever e a obrigação de seguir a orientação do governo. Isto é constitucional, não é uma deliberação que pode ou não ser seguida”, afirmou o governador.

“Nenhuma aglomeração de nenhuma espécie em nenhuma cidade de São Paulo será admitida. As Guardas Municipais ou Metropolitanas deverão agir e, se necessário, recorrer à Polícia Militar para que, imediatamente, possa haver a dissipação de qualquer movimento ou aglomeração de pessoas. Esta é uma deliberação que deverá ser rigorosamente seguida pela população do Estado de São Paulo na defesa de suas vidas e de seus familiares”, acrescentou Doria.

Com o decreto de quarentena, apenas os serviços essenciais, como hospitais, supermercados e forças de segurança, estão podendo funcionar. Os serviços que não são considerados essenciais devem continuar com as atividades suspensas.

Conforme a prefeitura, a medida consiste em restringir atividades de maneira a evitar a propagação do coronavírus, bem como para dar tratamento uniforme às medidas restritivas que vêm sendo adotadas no país.

Permanecem suspensos: o atendimento presencial ao público em estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços, especialmente em casas noturnas, galerias e estabelecimentos congêneres, academias e centros de ginástica, ressalvadas as atividades internas.

Também fica suspenso o consumo local (presencial) em bares, restaurantes, lanchonetes, padarias e supermercados. Os serviços de entrega a domicílio podem continuar.

Na lista de estabelecimentos que ainda podem funcionar, estão: hospitais, clínicas, farmácias, lavanderias, serviços de segurança, limpeza, hotéis, supermercados, padarias, açougues, peixarias, transportadoras, postos de combustíveis e derivados.

Também continuam os serviços de armazéns de abastecimento, agropecuárias, distribuidores de gás de cozinha e água mineral, oficinas de veículos automotores, bancas de jornal, segurança privada e prestadores de serviços – como pedreiro, encanador, marceneiro, eletricista e pintor -, além de casas de materiais de construção.

A prefeitura ressalta que os estabelecimentos com as atividades de atendimento ao público que permanecem em funcionamento e os prestadores de serviços devem evitar aglomerações de pessoas no interior e fora, organizando filas com, no mínimo, um metro de distância entre as pessoas e adotar medidas de higiene, com utilização de máscaras, álcool em gel e demais equipamentos de proteção e segurança.

Segundo o governo do estado, o número de mortes pela Covid-19 entre 17 de março e 5 de abril foi quase igual ao total de óbitos por gripe registrados ao longo de todo o ano passado.

As internações de pacientes com a confirmação da doença em leitos de UTI cresceram 1.500% desde 20 de março, passando de 33 para 524, neste dia 3. As mortes subiram 180% em uma semana.

A decisão de manter a quarentena também segue orientação da OMS (Organização Mundial da Saúde), da Opas (Organização Pan-americana de Saúde), do Ministério da Saúde e do Centro de Contingência do Coronavírus, de São Paulo, formado por epidemiologistas, cientistas, pesquisadores, infectologistas e virologistas, sob a coordenação do médico David Uip.

Conforme projeção do Instituto Butantan, centro de pesquisas biomédicas vinculado à Secretaria de Estado da Saúde, a prorrogação da quarentena pode evitar 166 mil óbitos em São Paulo, além de 630 mil hospitalizações e 168 mil internações em UTIs.

A extensão da quarentena também é importante para que o estado organize a rede pública de saúde ao número crescente de doentes. Já foram ativados 1.524 novos leitos de UTI em hospitais estaduais, municipais e filantrópicos.