Arquivo O Progresso
Imóvel localizado na rua Rotary Club é alvo de vândalos e utilizado para consumo de drogas e de álcool
A Prefeitura está em busca de parceiros para recuperação e utilização do prédio do antigo Hospital Avançado. O Executivo estuda a implantação de um modelo de PPP (parceria público-privada) para dar nova destinação ao imóvel.
O hospital, que possuía 60 leitos, permanece lacrado desde 2002. Nos últimos meses, ele voltou a ser procurado por pessoas para consumo de bebida alcoólica e entorpecentes. O último registro de crime ocorrido no local é do dia 12, quando a mãe de uma estudante de 13 anos procurou a Polícia Civil.
A mulher mencionou que a filha teria ingerido bebidas alcoólicas, no período da manhã, dentro do prédio. Segundo e mulher, a menor estava em companhia de uma amiga, também adolescente, e de outras três pessoas do sexo masculino.
Conforme BO, a menor voltou para a casa “totalmente alcoolizada”. Ela teria dito que “matou aula” (não entrou na unidade de ensino) junto com uma amiga.
As duas estudam em unidades diferentes, tendo entrado no prédio do Hospital Avançado junto com três rapazes, os quais não sabem nomes e idades. Eles teriam levado pinga e oferecido a bebida para as menores.
A adolescente disse que permaneceu no local “por várias horas”. Depois, ela voltou para a casa, ao término do período de estudos. A mãe efetuou registro na PC depois de levar a estudante para exame no Pronto-Socorro Municipal “Erasmo Peixoto”. Segundo a mulher, o médico plantonista constatou que a menor estava bêbada.
Para evitar situações como essa, o prefeito José Manoel Correa Coelho, Manu, informou que a Prefeitura tem intenção de dar nova destinação ao prédio abandonado. Entretanto, afirmou que o Executivo não tem condições financeiras de fazer aporte (aquisição e a reforma) para poder utilizá-lo.
Manu também citou que o prédio é particular e que qualquer intervenção ficaria condicionada a um entendimento com os herdeiros. “O imóvel é de uma família que tem em torno de dez herdeiros. Inclusive, eles não se entendem muito bem, sem falar em um débito que eles têm de sanar conosco”.
Conforme o prefeito, os proprietários devem IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Em 2011, essa dívida girava em torno de R$ 200 mil. Entretanto, o valor é pequeno perto do que a Prefeitura teria de dar como indenização por uma ação judicial, no caso de desapropriação.
“Portanto, se a Prefeitura adjudicar, vai ter que depositar o restante. Por isso, estamos procurando parceiros da iniciativa privada que tenham, também, interesse em fazer algo ali. A ideia é termos uma PPP”, adiantou o prefeito.
Manu disse que o modelo é “a maior ferramenta que os gestores atuais dispõem”. Conforme o prefeito, esse tipo de parceria vem sendo cada vez mais utilizada em São Paulo e Sorocaba. “Porque não em Tatuí?”, questionou.
O único “senão” é o valor que o empresariado teria de aportar. Manu estima que, para a transformação do imóvel, seria necessário investir entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões. A ideia inicial é de que a iniciativa privada banque os custos da recuperação e a Prefeitura pague os investimentos em “longo prazo”.
Um segundo plano é que a própria iniciativa privada dê destinação ao local. Com isso, o prefeito considera que o Executivo poderá “livrar-se de um problema”. “Eu posso falar que o prédio é um problema, que começou lá em 1990 e está aí, se arrastando por mais de 20 anos”, argumentou.
Manu disse que a Prefeitura tem feito ações para coibir a entrada de pessoas no local. De acordo com ele, a GCM (Guarda Civil Municipal) promove rondas na região.
“Nós sempre estamos em vigia. Mandamos fechar de muro, mas a população sabe como funciona. Basta um minuto de falta de atenção que já tem alguém lá dentro, entrando e fazendo mau uso”, declarou.
O prefeito pediu paciência aos moradores da vizinhança e disse que “o Executivo está atento”. Também mencionou que a solução para o problema não depende “só da boa vontade da Prefeitura”, mas de recursos que poderão vir com a iniciativa privada, ou por meio de parcerias a serem estudadas.
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