Poder Legislativo pede instalação de miniusina de oxigênio no município

Matéria assinada por dez vereadores é endereçada ao governo estadual

Pedido assinado por dez vereadores foi aprovado por unanimidade (foto: Eduardo Domingues)
Da reportagem

Por unanimidade, os vereadores aprovaram, em sessão ordinária na noite de segunda-feira, 21, o requerimento 1.860/21, solicitando a instalação de uma miniusina de oxigênio em Tatuí.

O documento, endereçado ao governador João Doria e ao secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, pede empenho para a viabilização do equipamento, “a fim de assegurar que os pacientes que necessitam de oxigênio o tenham com segurança, de forma eficaz e segura, sem riscos de desabastecimento”.

A matéria é assinada por dez parlamentares: Antonio Marcos de Abreu, Débora Cristina Machado de Camargo e Márcio Antônio de Camargo (todos do PSDB); Cláudio dos Santos (PSL); Eduardo Dade Sallum (PT), Fábio Antônio Villa Nova e Micheli Cristina Tosta Gibin Vaz (ambos do PP); Jairo Martins (PSD); José Eduardo de Morais Perbelini (Republicanos) e Paulo Sérgio de Almeida Martins (PRTB).

O grupo de vereadores destaca haver receio de desabastecimento de oxigênio no município, uma vez que o recurso é essencial à recuperação das pessoas acometidas pela Covid-19 e por outras enfermidades.

“Diante da pandemia, devemos primar pela vida e pela recuperação segura das pessoas, sendo o uso do oxigênio em leitos clínicos, de estabilização e UTI (unidade de terapia intensiva), essencial à vida”, completa.

De acordo com a justificativa, “a produção do oxigênio, através de usina ou miniusina, trará segurança e eficiência, pois o sistema capta o ar do ambiente e passa por filtros, transformando-o em oxigênio hospitalar, com um nível de pureza próximo a 95%”.

A justificativa informa o que funcionamento do sistema aconteceria 24 horas por dia e a distribuição do oxigênio, por dutos, sem a necessidade de cilindros, além de destacar o bairro custo operacional e a não necessidade de empresas terceirizadas para abastecimento.

“Em caso de falha, o equipamento consegue armazenar oxigênio em cilindros suficientes para alguns dias”, complementa.

Presidente da Câmara Municipal, Abreu afirmou estar aguardando resposta positiva do governador e do secretário municipal para a destinação do recurso ao município para a implementação da miniusina.

O vereador ressalta que o equipamento auxiliaria os pacientes e geraria grande economia ao município. Segundo ele, miniusinas já foram implantadas em São Paulo e em outras cidades.

“Hoje, muito pacientes necessitam ainda evitar uma eventual falta de oxigênio no município, assim como aconteceu em outras cidades do país”, argumentou Abreu.

Micheli, Martins, Santos e Villa Nova também enfatizaram a relevância da solicitação durante a discussão das matérias na sessão. Para Villa Nova, a pandemia demonstrou a importância do oxigênio em hospitais e apontou que a miniusina atenderia à Santa Casa de Misericórdia e à UPA (unidade de pronto atendimento).

“O projeto seria muito bom para Tatuí, assim como está tendo resultados em outras cidades. Isso implicará em menos gastos e maior aproveitamento do dinheiro público para o enfrentamento da Covid-19”, acrescentou Micheli.

Pedido antigo

Em sessão ordinária em 30 de novembro do ano passado, o ex-vereador Rodnei Rocha, presidente da CEI (comissão especial de inquérito) que apurava supostas irregularidades na administração da Santa Casa, referente ao período de 2005 a 2019, apontou a necessidade de uma usina de oxigênio medicinal como umas das eventuais soluções para a manutenção e redução de gastos do hospital.

Na ocasião, Rocha também apontou a importância da construção de um poço artesiano e da instalação de energia solar fotovoltaica na Santa Casa, os quais poderiam gerar retorno financeiro a longo prazo.

Na mesma reunião parlamentar, o ex-vereador Wladmir Faustino Saporito expôs já ter sugerido a construção da usina de oxigênio medicinal há 20 anos, quando chegou em Tatuí. Porém, assegurou não ter sido atendido.

Na última sessão do ano passado, em 21 de dezembro, os vereadores aprovaram o relatório final da investigação, denominada “CEI da Santa da Casa”. O documento teve como base os levantamentos realizados pela empresa A. L. Carli Auditoria, contratada pelo Legislativo para auditar o hospital tatuiano.

O relatório demonstrou os valores anuais da dívida do hospital, apresentou recomendações para atuação nos setores contábil, financeiro, de compras e pessoal e indicou a revisão da contratualização entre a Santa Casa e a prefeitura, além de sugerir investimentos para a instalação de energia solar fotovoltaica e construções do poço artesiano e da usina de oxigênio medicinal.

De acordo com a auditoria, os investimentos demandariam cerca de R$ 1,2 milhão, mas poderiam resultar economia mensal de 20% a 30% nos gastos dessas áreas e retorno de cerca de R$ 2,5 milhões em um ano.