Palestra e recitais marcam a 4ª Semana de Música de Câmara

 

Atrações especiais marcam a 4ª Semana de Música de Câmara do Conservatório de Tatuí. O evento, que reúne todos os alunos que cursam a disciplina de música de câmara, será realizado nos dias 1o, 2, 5, 6 e 7 deste mês.

Ele conta com provas abertas, palestra e recitais especiais. A coordenação é da professora Míriam Braga. Todas as atividades são gratuitas e acontecem no Salão Villa-Lobos, que fica na rua São Bento, 415, no centro.

Nesta quinta, 1º, as provas acontecem às 14h e 16h. Já nos dias 2, 5, 6 e 7, elas serão às 9h, 11h, 14h e 16h. Apresentam-se mais de 200 grupos, com os mais variados repertórios. Todos são avaliados por uma banca de professores, perante a presença do público.

Além das provas, a semana – que é bimestral – contará com palestra e recitais especiais. Eles começam nesta quinta, às 11h, quando doutor Igor Baggio ministra a palestra “O Lied expressionista de Schönberg, Berg e Webern”.

A conferência enfoca a transformação radical do material sonoro da música levado a cabo entre aproximadamente 1908 e 1920, quando os três compositores vienenses Arnold Schönberg (1874-1951), Alban Berg (1885-1935) e Anton Webern (1883-1945) passaram a compor fora dos limites demarcados pelo sistema tonal.

“Essa transformação da linguagem musical encontrou na linguagem poética do expressionismo suas imagens e seu universo estético privilegiados”, destaca a assessoria de comunicação do Conservatório sobre o objetivo da palestra.

É dessa conjunção que surge a canção de câmara expressionista, de acordo com o ressaltado na nota enviada pela assessoria. Por meio do comentário histórico, estético e de exemplos musicais selecionados, a palestra pretende introduzir ao grande público os principais aspectos musicais e estéticos desse gênero.

Entre os aspectos, estão: o caráter extremado das formações harmônicas e melódicas empregadas, o caráter fragmentário e aforismático das canções, o apreço pelas imagens poéticas imediatas e mesmo violentas e pelos afetos angustiosos e impulsos inconscientes.

“Essas características fizeram do Lied expressionista talvez o gênero que melhor simbolizou o período de fortes mudanças no panorama histórico centro-europeu no qual surgiu, marcado principalmente pela Primeira Guerra Mundial”, destacou o palestrante, no mesmo material divulgado pela assessoria.

Igor Baggio é pianista correpetidor e professor de piano. Mestre em música e doutor em filosofia. Iniciou seus estudos de piano aos 7 anos de idade em sua cidade natal, Vacaria, no Rio Grande do Sul.

A partir de 1998, começou a ter aulas com o pianista gaúcho André Loss, quem lhe orientou até o final da graduação em piano na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), em 2004.

No período, também recebeu orientação dos pianistas Max Uriarte e Catarina Domenici e participou de masterclasses com os pianistas Nikolaus Lahusen (Alemanha), Alexandre Dossin (Brasil – Estados Unidos), Jean-Louis Steuerman (Brasil) e Paulo Alvares (Brasil – Alemanha).

Em 2006, transferiu-se para São Paulo e iniciou o mestrado em música/musicologia na Unesp (Universidade Estadual Paulista), sob a orientação da doutora Lia Tomás.

Três anos depois, participou do oconcurso anual de monografias da instituição com a dissertação intitulada “O dodecafonismo tardio de Adorno”. O trabalho foi um dos 30 selecionados para ser publicado em formato de livro pela Edunesp.

Em 2010, ingressou no curso de doutorado em filosofia da USP (Universidade de São Paulo), sob a orientação do filósofo Vladimir Safatle. Em 2015, defendeu a tese de doutorado em filosofia “A dialética da composição musical em Theodor W. Adorno” na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.

Além do trabalho como pianista correpetidor e como professor de piano, desde 2006 mantém intensa participação em eventos de natureza acadêmica e publica periodicamente artigos e trabalhos sobre filosofia da música.

Flauta e piano

Também nesta quinta, às 19h, a atração especial é o recital de flauta e piano protagonizado pelos professores Cristiane Bloes (piano) e Otávio Blóes (flauta). O duo foi formado na infância, quando os irmãos descobriram a música de câmara praticamente juntos, sob orientação do flautista e professor João Dias Carrasqueira.

Cristiane e Otávio atuaram por muitos anos em concursos, recitais e festivais e têm mantido o duo paralelamente ao desenvolvimento de seus trabalhos individuais.

No recital, eles apresentarão obras de G. Fauré (“Fantasia”), Francis Poulanc (“Sonata, em três movimentos”), Johan Svendsen (“Romance op. 26”), Albert Franz Doppler (“Fantasie Pastorale Hongroise”) e George Enesco (“Cantabile et Presto”).

Cristiane é mestre em música e bacharel em piano pela Unesp, de São Paulo, e também formada em piano clássico e MPB&Jazz pelo Conservatório de Tatuí.

Atuou como pianista convidada em diversos eventos internacionais acompanhando artistas, como: os flautistas Daniela Troiani (Itália), Michel Hazel (Alemanha), Felix Hengli (Suíça), Vieri Botazzini (Itália), Victor Mendoza (vibrafone – Estados Unidos), Daniel Barry (trompete – Estados Unidos), Miguel Villafruela (saxofone – Chile), Paulo Szot (barítono), Alexandre Ficarelli (oboé) entre outros.

Solou sob regência de Edson Beltrami, Dario Sotelo, Ciro Pereira, Lazlo Marosi (Hungria) e John Boudler e Dwight Satterwhite (ambos, dos Estados Unidos). É coordenadora e professora da área de piano do Conservatório de Tatuí e pianista titular da Banda Sinfônica da mesma instituição.

Otávio é flautista da Banda Sinfônica do Estado de São Paulo e atual coordenador da área de sopros-madeiras do Conservatório de Tatuí, onde também é professor de flauta transversal desde 1997.

Pós-graduado em educação musical pela Faculdade Paulista de Artes e diplomado em flauta transversal pelo Conservatório de Tatuí, atua intensamente nas áreas artística e pedagógica.

Durante 20 anos integrou a Banda Sinfônica do Conservatório de Tatuí. Como solista, destacam-se as execuções dos concertos de Jacques Ibert, Khachaturian e Frigyes Hidas, sob regência dos maestros Daniel Havens (Estados Unidos/Brasil), Felix Hauswirth (Suíça) e João Maurício Galindo (Brasil).

Desde 2010 coordena o Encontro Internacional de Madeiras de Orquestra do Conservatório de Tatuí. Em 2015, atuou como solista na Sala São Paulo frente à Banda Sinfônica do Estado de São Paulo sob regência do maestro norte-americano Shaw Smith.

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