Orientações da Sociedade Brasileira de Pediatria sobre vacinação infantil (2)

Dr. Jorge Sidnei Rodrigues da Costa – Cremesp 34.708 *

7. Pneumocócica conjugada – está indicada para todas as crianças até 5 anos de idade. O PNI utiliza a vacina pneumocócica conjugada 10-valente no esquema de duas doses, administradas aos 2 e 4 meses, seguidas de um reforço aos 12 meses, podendo ser aplicada até os 4 anos e 11 meses de idade.

A SBP recomenda, sempre que possível, o uso da vacina conjugada 13-valente, pelo seu maior espectro de proteção, no esquema de três doses no primeiro ano (2, 4, e 6 meses) e uma dose de reforço entre 12 e 15 meses de vida.

Crianças saudáveis com esquema completo com a vacina 10-valente podem receber uma dose adicional da vacina 13-valente, até os 5 anos de idade, com o intuito de ampliar a proteção para os sorotipos adicionais.

A vacina contra o pneumococo 13-valente (Prevenar 13) é encontrada nas clínicas particulares de vacinação. A vantagem de se aplicar essa vacina é que ela protege contra três pneumococos a mais que a Pneumo-10.

Crianças com risco aumentado para doença pneumocócica invasiva (por exemplo, crianças que têm asplenia ou que tiveram retirado o baço, por algum motivo) devem receber também, a partir de 2 anos de idade, a vacina polissacarídica 23-valente (Pneumo 23).

8. Meningocócica conjugada (A, C, W, Y) – (Menveo) recomenda-se o uso rotineiro das vacinas meningocócicas conjugadas para lactentes maiores de 2 meses de idade, crianças e adolescentes.

Sempre que possível, utilizar preferencialmente a vacina MenACWY, pelo maior espectro de proteção, inclusive para os reforços de crianças previamente vacinadas com MenC.

Crianças com esquema vacinal completo com a vacina MenC podem se beneficiar de uma dose adicional da vacina MenACWY a qualquer momento, respeitando-se um intervalo mínimo de um mês entre as doses.

O esquema de doses varia conforme a vacina utilizada. Crianças entre 2 e 6 meses de idade, MenC: duas doses, aos 3 e 5 meses de idade e reforço entre 12-15 meses. Iniciando após 1 ano de idade: dose única. MenACWY: se a criança iniciar entre 2 e 6 meses idade são duas doses, mais um reforço aos 13 meses de idade e, se iniciar dos 7 a 23 meses, são duas doses. Iniciando após 2 anos de idade: dose única.

Não existem dados sobre intercambialidade entre as vacinas meningocócicas conjugadas. Entretanto, se houver necessidade de intercambiá-las, deve-se adotar o esquema com maior número de doses na primovacinação.

O PNI utiliza a vacina MenC no esquema de duas doses aos 3 e 5 meses, com reforço aos 15 meses, além de uma dose adicional para adolescentes entre 11 e 14 anos. Para esses indivíduos, podemos aplicar uma dose a ACWY.

9. Meningocócica B recombinante – (Bexsero) recomenda-se o uso da vacina meningocócica B recombinante para lactentes a partir de 2 meses de idade, crianças e adolescentes.

Para os lactentes que iniciam a vacinação entre 3 e 23 meses de idade, são recomendadas duas doses, com a primeira aos 3 meses e a segunda, aos 5 meses e um reforço aos 13 meses de idade.

Para crianças que iniciam a vacinação com 2 ou mais anos de vida até os 50 anos, são recomendadas duas doses com o mínimo de dois meses de intervalo entre elas. Não se conhece, até o momento, a duração da proteção conferida pela vacina e a eventual necessidade de doses de reforço.

Existem estudos mostrando que a meningite B (Bexsero) deve ser feita no mesmo dia da ACWY (Menveo) e que não há incompatibilidade entres as duas vacinas fabricadas pelo mesmo laboratório, ou seja a GSK.

10. Rotavírus – existem duas vacinas licenciadas. A vacina monovalente incluída no PNI, indicada em duas doses, seguindo os limites de faixa etária: primeira dose aos 2 meses (limites de 1 mês e 15 dias até, no máximo, 3 meses e 15 dias) e a segunda dose aos 4 meses (limites de 3 meses e 15 dias até no máximo 7 meses e 29 dias).

A vacina pentavalente, disponível somente na rede privada, é recomendada em três doses, aos 2, 4 e 6 meses. A primeira dose deverá ser administrada no máximo até 3 meses e 15 dias e a terceira dose deverá ser administrada até 7 meses e 29 dias.

O intervalo entre as doses deve ser de dois meses, podendo ser de, no mínimo, quatro semanas. Iniciada a vacinação, recomenda-se completar o esquema com a vacina do mesmo laboratório produtor.

11. Influenza (gripe) – está indicada para todas as crianças e adolescentes a partir dos 6 meses de idade até para os adultos em qualquer idade (preferencialmente os idosos, a partir de 60 anos de idade).

A primovacinação de crianças com idade inferior a 9 anos deve ser feita com duas doses, com intervalo de um mês entre elas. A dose para aqueles com idade entre 6 e 35 meses pode variar conforme o fabricante, e a partir de 3 anos é de 0,5 ml.

Existem disponíveis duas vacinas influenza: tri e quadrivalente, sendo que a segunda contempla uma segunda variante da cepa B. A vacina deve ser feita anualmente e, como a influenza é uma doença sazonal, a vacina deve ser aplicada idealmente antes dos meses de inverno (ideal final de março e começo de abril).

Sempre que possível, utilizar preferencialmente vacinas quadrivalentes, pelo maior espectro de proteção, as quais contêm, além de dois vírus do tipo B (gripe comum) ainda têm os dois vírus A, mais perigosos que são o H1N1 e o H3N2.

Fontes: site da SBP: www.sbp.org.br Site do Cevac: www.soudoutorcevac.com.br; Ministério da Saúde

* Médico com título de especialista em pediatria pela AMB (Associação Médica Brasileira) e SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), membro da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) e diretor clínico da Clínica de Vacinação “Sou Doutor Cevac de Tatuí Dr. Jorge Sidnei” e vacinador desde 1983. Clínica credenciada pela Secretaria do Estado da Saúde de SP (desde 5 de março de 1983, sob o código do P.V.: 03409-SP-01 e pela Visa municipal).