Obstipação intestinal (“intestino preso”)

Dr. Jorge Sidnei R. da Costa – Cremesp 34708 *

Definição: obstipação, prisão de ventre, constipação intestinal ou simplesmente intestino preso é a eliminação de fezes endurecidas com dificuldade ou dor e com menos frequência.

No mundo de hoje, a obstipação intestinal (prisão de ventre) tornou-se um problema comum, pois, com as atribulações do dia a dia, são muitos os indivíduos que se alimentam irregularmente, muitas vezes por necessidade e pelas circunstâncias do próprio trabalho, outras vezes por descuido ou até por desconhecer os hábitos corretos de alimentação.

Um dos primeiros sinais que surgem nesses indivíduos é a má digestão e a consequente obstipação intestinal (intestino preso). Estas pessoas, habitualmente, têm dificuldade para evacuar, devido ao endurecimento e grande volume das fezes acompanhados de dor e maior esforço na evacuação.

Isso pode levar ao aparecimento de hemorróidas e fissuras ano-retais (rachaduras na região anal), além de provocar cólicas. O ritmo intestinal normal de cada indivíduo varia muito: de uma vez até quatro a cinco vezes ao dia.

Principais causas

1- Alimentação inadequada: dieta pobre em fibras, excesso de ingestão de alimentos industrializados que não produzem resíduos (pão, massa, macarrão, lanches, doces), comer em horários irregulares e não ter hábito alimentar fixo e beber pouco volume de líquido por dia;

2 – Inibições do reflexo da evacuação: hábito de “segurar” a evacuação (durante o trabalho, em viagens ou por constrangimento de evacuar em lugares estranhos); e

3 – Vida sedentária: a falta de exercício físico ou pouca atividade física leva à diminuição do peristaltismo, causando sensível redução do reflexo da defecação.

Tratamento

Basicamente, o tratamento da obstipação intestinal se faz corrigindo os hábitos alimentares:

Alimentar em horários regulares e fixos. As crianças devem ser ensinadas desde cedo sobre os hábitos alimentares corretos. Devem receber exemplos dos adultos; beber boa quantidade de líquidos nos intervalos das refeições e durante todo o dia; corrigir os hábitos alimentares em casa; evitar alimentos pobres em fibras, como massas por exemplo; não querer que a criança maior, de repente, aceite verduras, se esse hábito nunca foi praticado em sua casa; respeitar o reflexo da evacuação e habituar-se a ter horário certo para a defecação; praticar algum tipo de exercício físico, como caminhar, por exemplo, e evitar o sedentarismo; evitar o uso abusivo de laxantes (principalmente catárticos) e não usar medicamentos sem orientação médica; fazer uma dieta equilibrada e variada (legumes, verduras, frutas e cereais), com alimentos ricos em fibras (veja lista abaixo).

Ricos em fibras

As fibras vegetais têm efeito laxativo e estimulam os movimentos intestinais, aumentando o respectivo volume fecal. Essas fibras são encontradas em: cereais, frutas secas, sementes, raízes, tubérculos, legumes e verduras.

Os principais alimentos que contém fibras são (pela ordem decrescente em porcentagem de fibra presente): farelo de trigo, repolho, alface, couve-flor, cenoura, tomate, morango, pêssego, pera, pão de centeio, amendoim, maçã, castanha-do-pará, arroz integral, laranja e mamão.

Ainda, dar iogurte com pedaços de ameixa uma vez ao dia e linhaça dourada em pó (uma colher das de chá por dia, colocando no suco, na papa de frutas ou na sopa).

Receita prática

Calda de ameixa preta: cozinhe dez ameixas secas em um litro de água com três colheres de sopa de açúcar refinado, até soltar bem a polpa da semente. Separe e jogue fora as sementes. Amasse a polpa com o caldo passando por uma peneira média. Guarde num pote de vidro na geladeira e dê uma colher das de café V.O. em dias alternados.

Obs.: é muito importante: a família (principalmente os pais) praticar uma dieta correta, pois a criança tende a imitar os pais. Para reflexão: como uma criança pode comer verduras e legumes se os seus pais não têm esse hábito diário ou se não praticam uma alimentação correta e saudável? Você pode consultar um nutricionista para esse fim.

Fonte: arquivos próprios do autor

* Médico pediatra com título de especialista em pediatria pela SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) e AMB (Associação Médica Brasileira) e diretor clínico da Clínica de Vacinação de Tatuí – Sou Doutor Cevac “Dr. Jorge Sidnei” – sita à rua Prefeito Assunção Ribeiro, 81, Tatuí (SP), CEP 18270-805, desde 1982.

 

Atua em Doenças alérgicas de crianças e adultos (asma brônquica, rinites, bronquites, dermatite atópica, urticária e angioedema e outras; faz tratamento com imunoterapia específica (injeções subcutâneas ou por via oral, para alergia específica). Médico vacinador desde 1982.